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Mostrando postagens de abril, 2012

"Balbina no País da Impunidade" - vídeo de luta contra barragens. Para Telma Monteiro e Elaíze Farias

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"Balbina no País da Impunidade" Publicado em 23/04/2012 por  RogelioCasado Em toda a Amazônia estão previstas a criação de 150 hidrelétricas, das quais 60 delas na Amazônia brasileira. A hidrelétrica de Balbina, concebida e construída na ditadura militar (1964-1985) no rio Uatumã (Amazonas), passou a funcionar a partir de 1989. Um bilhão de dólares do dinheiro do contribuinte foi usado para destruir 240 mil hectares de floresta, afogar animais silvestres, alagar terras indígenas e provocar fome e doença entre os ribeirinhos da região. Em troca dessa catástrofe, apenas insignificantes 80 megawatts firmes para Manaus. Passados todos estes anos, o modelo energético brasileiro não sofreu nenhuma revisão em todos os governos após a redemocratização do Brasil. O físico José Goldemberg, em depoimento, recomendou que Balbina fosse desativada e mantida como um monumento à insanidade humana. O missionário Egydio Schwade denunciou o desaparecimento de várias aldeias indígenas c

Belo Monte e Rio+20

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Obra de Belo Monte Foto: Greenpeace Versão em português da entrevista sobre Belo Monte e a Rio+20 concedida ao jornalista Mauro Villone , do jornal La Stampa , Itália.   26 de abril de 2012 Belo Monte e Rio+20   Mauro Villone: Qual é a situação real atual do projeto da barragem? A que ponto estão os trabalhos? Telma Monteiro: Belo Monte já é uma grande cicatriz sangrando na Amazônia. As obras já vão avançadas invadindo o leito do rio Xingu e imagens mostram árvores inteiras e fragmentos de vegetação sendo arrastados pela correnteza, o rio turvo tingido pela terra removida das margens.  Neste momento estão sendo construidas as ensecadeiras que permitirão secar uma parte dor rio para fazer a barragem.  Também estão sendo feitas as escavações na rocha para abrir 20 quilômetros de canais que vão desviar grande parte das águas do Xingu para um reservatório artificial.  Ás águas desse reservatório artificial, contidas por dezenas de diques no meio da floresta, vão faz

Código Florestal

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Belo Monte: a barreira jurídica

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Entrevista especial com Felício Pontes Júnior “Onde não estamos vencendo é na área jurídica. Muitas decisões foram tomadas, por diferentes juízes ao longo de 10 anos, determinando a paralisação do licenciamento por ilegalidades, mas foram todas suspensas pelo Tribunal Regional Federal de Brasília, na maioria por decisão de seu presidente”, pontua o procurador da República no Pará.  Confira a entrevista. As obras da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte recém começaram e a situação do município de Altamira, no Pará, é de “completo caos”, pois a população cresceu e os serviços públicos entraram em “colapso”, avalia  Felício Pontes Júnior  em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line.  De acordo com o procurador, os movimentos contrários à construção de Belo Monte ganharam bastante visibilidade e conseguiram discutir o tema com a sociedade. No entanto, os dilemas concentram-se na área jurídica. Das 13 ações judiciais encaminhadas pelo Ministério Público Federa

O equívoco do "Financial Times"

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Telma Monteiro O  jornal britânico "Financial Times" divulgou em um suplemento especial de 23 de abril que o Brasil está entre os países com melhor sustentabilidade.  Para embasar tamanha estultice apresentou alguns argumentos que só reforçam o desconhecimento que tem o resto do mundo sobre o que acontece no Brasil, com relação a esse tema. Para o FT o Brasil reduziu o desmatamento da Amazônia a uma fração do seu rítmo anterior, de 27 mil quilômetros quadrados em 2004 para 6,5 mil quilômetros quadrados em 2010. Isso só pode ser um indicativo de sustentabilidade, lá, no outro lado do mundo. Como é possível aceitar que 6,5 mil quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia seja considerado sustentável? No conceito de sustentabilidade que se conhece não tem espaço para desmatamento na Amazônia e em nenhum outro bioma! Para ilustrar : "O ritmo de desmatamento na Amazônia mais que quintuplicou no bimestre março-abril (alta de 473%), em comparação com o

Rio+20 e a matriz energética brasileira – Parte I

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Telma Monteiro O ano de 2012 é o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos , segundo a ONU. E não poderia ser de outra forma já que a energia é o centro de tudo, desde suprir a economia até o combate à miséria, passando pelas mudanças climáticas e o equilíbrio da vida na Terra. O governo diz que a matriz energética brasileira, que é o conjunto de fontes que geram energia, é a mais limpa do mundo comparativamente aos países ricos. E que ela é sustentável, pois considera que 45,3% vêm de fontes renováveis contra 7,2% dos mais ricos e 12,9% da média mundial. Será que é verdade? Esses 45,3%, em teoria, de "fontes renováveis", incluem a geração das hidrelétricas e biomassa.  Hidrelétricas criam impactos ambientais, deslocamento compulsório de dezenas de milhares de pessoas e os reservatórios produzem o gás metano um dos mais potentes causadores do aquecimento global [1] .  Essa chamada matriz energética mais "limpa e renovável" do mundo foi resp

Belo Monte: Imagens da destruição

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Há alguém, em sã consciência, que pode aprovar tamanha destruição? Fotos:  Daniel Beltra e Marizilda Cruppe (Greenpeace) Fonte: Xingu Vivo

Indígenas Munduruku: "Por isso não queremos mais ouvir sobre essas barragens na bacia do Rio Tapajós"

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Os Munduruku no I Encontro dos 4 Rios Foto: Telma Monteiro "Aximãyu’gu oceju tibibe ocedop am.  Nem wasuyu, taweyu’gu dak taypa jeje ocedop am."  (Não somos peixes para morar no fundo do rio, nem pássaros, nem macacos para morar nos galhos das árvores) Telma Monteiro E Karosakaybu fez, com seu poder de deus, surgir o paraíso no rio Tapajós. Adicionou um local especial com cachoeiras e corredeiras, palco sagrado para os cantos e danças das lindas mulheres Munduruku. Na vasta Mundurucânia, no alto Tapajós, habita o deus criador do mundo,Karosakaybu, segundo os Munduruku. [1]   Um deus tão poderoso que transformaria homens em animais e protegeria os Munduruku da escassez de caça e de pesca. A harmonia com a natureza seria assegurada com tão importante protetor. Chegou o dia em que ousaram profanar esse território sagrado. E o véu místico formado por centenas de cânticos e rimas que ecoavam nas pedras e nas águas foi arrancado pela pressão dos eng

Microgeração e os "2% que falam mais alto"

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  Boa notícia, finalmente! (TM) Imagem : infortoural.pt   "A diretoria da Aneel aprovou, dia 17, regras para reduzir barreiras para instalação de geração distribuída de pequeno porte, que incluem a microgeração, com até 100KW de potência, e a minigeração, de 100KW a 1MW, a partir de fontes incentivadas de energia (hídrica, solar, biomassa, eólica e cogeração qualificada). A resolução permitirá que o cidadão continue a consumir a energia fornecida pela distribuidora, mas o medidor de sua casa também passa a contabilizar a potência gerada pelos seus painéis solares. A partir da publicação da resolução no DOU, as distribuidoras de energia terão 240 dias para adequar seus sistemas comerciais e elaborar ou revisar normas técnicas para receber a microgeração. Para microgeração, as concessionárias precisarão responder com um parecer de acesso em até 30 dias após o pedido de conexão feito pelo consumidor. Em caso microgeração, esse prazo será de 60 dias, no caso de haver ne

Hoje é o "dia do índio"

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"Essa reportagem foi escrita em dezembro de 2011, logo após o assassinato de uma liderança kaiowa no Mato Grosso do Sul. O corpo, 5 meses após o ataque, ainda não foi encontrado. Em 6 de abril de 2012, conforme carta abaixo, o antropólogo e líder kaiowa Tonico Benites foi ameaçado por pistoleiros armados, na frente de sua família"   Luta Guarani: “Vamos continuar a existir” Por Felipe Milanez (de Dourados e Iguatemi, Mato Grosso do Sul) A reunião está morna. Todos os líderes presentes sabem o que lhes esperam em casa. Terror, violência, ameaça. Sentem angústia. Sabem que podem ser mortos a qualquer momento, como foi Nísio Gomes, uma semana antes, o estopim para convocar a assembleia Aty Guasu dos povos kaiowa e guarani nhandeva no Mato Grosso do Sul, onde estou agora, sentado em um círculo na entrada de uma escola. A Funai (Fundação Nacional do Índio) e o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) mandaram representantes. A Força Nacional enviou uma viatura

Rio Aripuanã: previsão de mais quatro hidrelétricas

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Complexo de Hidrelétricas no Amazonas vai atravessar unidades de conservação, afetar terras indígenas e provocar desmatamento Na semana passada, o inventário da EPE foi apresentado a órgãos públicos, mas segundo apurou o jornal A Crítica, os estudos serão aprovados "em breve" pela Aneel. Geração de energia não atenderá comunidades atingidas nem o Estado do Amazonas (Fonte: A Crítica ) por Elaíze Farias Galeria  de imagens A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresentou na semana passada em Manaus (AM) o inventário que propõe a construção de sete usinas hidrelétricas na bacia do rio Aripuanã, afluente do rio Madeira, nos Estados do Amazonas, Mato Grosso e uma área menor de Rondônia, representando uma potência total de 2.790 MWh. No Amazonas, estão previstas as construções de quatro usinas: Prainha, Sumaúma, Cachoeira Galinha e Inferninho, na região dos municípios de Apuí e Novo Aripuanã, sudeste do Estado, distantes 453 e 227 quilômetros de Manaus, respect

A consciência ecológica e o respeito à natureza alcançaram a sociedade, mas não as autoridades brasileiras

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Entrevista especial com Telma Monteiro “O crescimento econômico desconectado do meio ambiente ainda continua sendo usado como argumento de redução da miséria”, constata a ambientalista. Confira a entrevista “O Brasil se mantém numa posição em que crescer para sempre é a meta, sem agregar valores inerentes ao desenvolvimento com distribuição equânime de riquezas, o que nos confere fragilidade e insustentabilidade”. É com essa declaração que  Telma Monteiro  (foto) critica a atuação ambiental do Estado brasileiro nos últimos 20 anos,  pós  Eco-92 . Para ela, “a triste realidade que estamos vivendo nos biomas brasileiros e o aumento das emissões” demonstram que o Brasil não implementou quase nenhuma das propostas discutidas na  Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento , a qual buscou conciliar desenvolvimento econômico com conservação ambiental. “O governo continua defendendo interesses imediatistas desde Estocolmo, em 1972, e escolheu não fa