tag:blogger.com,1999:blog-45334562791930468292024-02-25T18:14:11.841-03:00Telma MonteiroEnergia elétrica, ambiental e socialmente limpaTelma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.comBlogger983125tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-9583529736098176002023-08-23T13:22:00.002-03:002023-11-13T13:35:22.831-03:00<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/4uo0tBht8k0" title="YouTube video player" width="560"></iframe>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-78783737078975350482023-07-31T16:39:00.000-03:002023-07-31T16:39:56.022-03:00Assombrados pelo passado: Hidrelétrica Binacional no rio Madeira, na divisa Brasil-Bolívia em Guajará-Mirim<p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;"><br /></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; text-align: left;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 106.2pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwjrmOQgbvhQYx1fvGhZPyhOPMUU6efU8AKMrMqPZUfBX2IAp2nOzPu8X0kzlmubxaNqJVM3PCyt7MTO6MydKa8PqyDSwZouBrBGVABNf7hKKazgTlHfZT-0WO43xtcHzqHE5XL8r2hMwBxE2iFZEdrl9WKZjrUDpBHBDvz61W0Qt_FP5ucwOHR27LUKB0/s903/Munic%C3%ADpio%20de%20Guajar%C3%A1-Mirim%20divisa%20com%20Bol%C3%ADvia%20TIs.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="903" height="386" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwjrmOQgbvhQYx1fvGhZPyhOPMUU6efU8AKMrMqPZUfBX2IAp2nOzPu8X0kzlmubxaNqJVM3PCyt7MTO6MydKa8PqyDSwZouBrBGVABNf7hKKazgTlHfZT-0WO43xtcHzqHE5XL8r2hMwBxE2iFZEdrl9WKZjrUDpBHBDvz61W0Qt_FP5ucwOHR27LUKB0/w517-h386/Munic%C3%ADpio%20de%20Guajar%C3%A1-Mirim%20divisa%20com%20Bol%C3%ADvia%20TIs.png" width="517" /></a></div><p></p><p> Município de Guajará-Mirim (contorno em azul), separado da Bolívia pelo rio Madeira. Áreas em rosa são Terras Indígenas que serão afetadas pela Binacional. O ponto vermelho é a sede do município e a região onde se prevê a construção da usina hidrelétrica Binacional Brasil-Bolívia no rio Madeira.</p><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 106.2pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"></span></p><p style="text-align: left;"><b>Terras Indígenas no mapa no Município de Guajará-Mirim que serão impactadas:</b> </p><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 106.2pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"></span></p><p></p><ol style="text-align: left;"><li>Pacaas Novas, Situação Regularizada, Área (ha)<span class="esriNumericValue" style="box-sizing: border-box; direction: ltr; unicode-bidi: embed;">279.906,38, </span>Restrição Restrição Total; </li><li>Rio Negro Ocaia, Situação Declarada, (ha) 235.070,00, Restrição Total</li><li>Uru-Eu-Wau-Wau, Situação Regularizada, Área (ha)<span class="esriNumericValue" style="box-sizing: border-box; direction: ltr; unicode-bidi: embed;">1.867.117,80, </span>Restrição Restrição Total</li></ol><p></p><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 106.2pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"></span></p><p style="text-align: left;"></p><blockquote> Eventos
em Belém (PA) podem encobrir a discussão sobre um novo projeto hidrelétrico na
Amazônia: hidrelétrica binacional – Brasil – Bolívia, no rio Madeira. Organizações
da Sociedade Civil denunciam.</blockquote><p></p><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 106.2pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></i><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Telma
Monteiro </span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Entre
os dias 04 e 06 de agosto acontecerá, em Belém (PA), os Diálogos Amazônicos,
evento criado pela Secretaria da Presidência da República e, em seguida, nos dias
08 e 09 de agosto, os oito chefes de Estado dos países amazônicos deverão
discutir o futuro da Amazônia, na Cúpula da Amazônia, e formar entendimentos
para a COP 28. No entanto, esses eventos podem servir, também, para disfarçar uma
discussão que acontecerá no dia 08 de agosto, em Guajará Mirim, (RO), para
apresentar a alguns poucos convidados o novo projeto de destruição da Amazônia:
a construção de uma hidrelétrica binacional – Brasil-Bolívia – no rio Madeira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
história da Hidrelétrica binacional no rio Madeira<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No
primeiro mandato do governo Lula, a sociedade civil, pesquisadores, ministério
público e ambientalistas tiveram que enfrentar a sanha de projetos de
infraestrutura na Amazônia, em especial as usinas do rio Madeira: Santo Antônio
e Jirau. Já, em 2006, estavam previstas as duas hidrelétricas no Brasil e uma
binacional na divisa com a Bolívia. Em 2009, no segundo mandato de Lula, uma
delegação representando a Bolívia e o Brasil foi a Washington para denunciar no
Comitê de Direitos Humanos da OEA os impactos que o represamento do rio Madeira
provocariam em terras ribeirinhas bolivianas e brasileiras.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Impactos que hoje se refletem na reprodução
dos peixes, na inundação a montante causada pelo lago da hidrelétrica de Jirau
em solo boliviano, nas terras indígenas, nos grupos de índios isolados e nas
populações ribeirinhas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
2007, um memorando de entendimento foi assinado pelo Ministério de Minas e
Energia do Brasil e pelo Ministério de Hidrocarbonetos e Energia da República
da Bolívia, para realização dos “Estudos de Inventário da Bacia Hidrográfica do
rio Madeira no trecho binacional Brasil – Bolívia. Esse memorando deu origem a
um outro protocolo adicional, assinado em julho de 2015, pelos dois países,
para a retomada dos estudos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Entre
os dias 10 e 11 de junho passado aconteceu a VI Reunião do Comitê Técnico
Binacional Brasil-Bolívia para dar continuidade ao projeto de integração e
complementação energética entre os dois países e o projeto da hidrelétrica
binacional. A Eletrobras, então, retomou as tratativas para a construção da
Hidrelétrica Binacional no rio Madeira, com aval do governo brasileiro, em
conjunto com a Empresa Nacional de Electricidad Bolivia (ENDE) e Banco de
Desarrollo de América Latina (CAF), e estudos da Worley Parsons Engenharia
Ltda., previstos para serem concluídos ainda em julho de 2023.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
região da bacia do Madeira já conta com um enorme passivo ambiental resultante
dos impactos das duas outras hidrelétricas já construídas, Santo Antônio e
Jirau. O Secretário Nacional de Transição e Planejamento, do Ministério de
Minas e Energia, em parceria com a Eletrobras e a ENDE boliviana, então, elaboraram
um Seminário Público, em Guajará-Mirim, Rondônia, no próximo dia 08 de agosto.
Esse seminário pretende apresentar os resultados dos Estudos de Inventário
Hidrelétrico Binacional no rio Madeira e seus afluentes, nos dois países, e acontecerá
justamente durante a Cúpula da Amazônia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As
organizações da sociedade civil elaboraram uma carta dirigida aos presidentes
do Brasil e da Bolívia em que denunciam a “coincidência” da reunião para
apresentar os novos estudos da binacional, em Guajará-Mirim, Rondônia, na mesma
ocasião em que as comunidades a serem afetadas estarão nos eventos de Belém, no
Pará. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A carta também denuncia o avanço
de mais projetos de barragens na bacia do rio Madeira. Se construída, a
hidrelétrica binacional deverá atingir os territórios do Brasil e da Bolívia,
novamente, e acumular mais impactos nos territórios do rio Madeira já afetados
duramente pelas hidrelétricas Santo Antônio e Jirau.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Link
para você assinar a carta das organizações contra a usina hidrelétrica binacional no
rio Madeira:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSez4dIjAKlx_uPzaHijCyVux5nLXF5piGOiuPOWfjU-X-wsRQ/viewform?usp=sf_link">https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSez4dIjAKlx_uPzaHijCyVux5nLXF5piGOiuPOWfjU-X-wsRQ/viewform?usp=sf_link</a>
<o:p></o:p></span></p>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-40675679549844138492023-06-30T15:48:00.000-03:002023-06-30T15:48:09.411-03:00Agro é Pop?<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/N1f29XdZLGw" title="YouTube video player" width="560"></iframe><div><br /></div><div>Por <a href="https://youtu.be/N1f29XdZLGw">Rodolfo Salm</a></div>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-7745760691901760592023-06-30T15:36:00.004-03:002023-06-30T15:36:32.159-03:00A farsa da CPI das ONGs <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/1HLiEqkXR2M" title="YouTube video player" width="560"></iframe><div><br /></div><div>Por <a href="https://www.youtube.com/watch?v=1HLiEqkXR2M">Rodolfo Salm </a></div>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-23291978668783153312023-06-29T14:24:00.001-03:002023-06-29T14:24:50.589-03:00O que estaria por trás da Ferrogrão? <p class="hyphenate" style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; font-size: 0px; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify !important;">A Ferrogrão tem o traçado paralelo à rodovia BR-163 e a construção demandaria muito mais que os 10 anos previstos nos estudos. Segundo o economista Cláudio Frischtak (1), a construção da Ferrogrão poderia levar, no mínimo, 21 anos ou até 29 anos, além de se inviabilizar financeiramente, pois o projeto apresentado a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) <em>“subestima custos, riscos e tempo de execução”</em>.<br /><br />Diferentemente da construção de uma hidrelétrica, por exemplo, a ferrovia requer um uso intensivo de mão de obra muito variada, o que implicaria em conflitos sociais e econômicos. A contratação de trabalhadores oriundos de outras partes do país, com culturas e interesses diversos, pode levar ao esgarçamento das relações socioeconômicas. A infraestrutura pública dos 17 municípios que estão no caminho projetado para a Ferrogrão não comportaria essa migração. Nós estamos falando de colapso do sistema de saúde, da falta de escolas, da ocupação desordenada, do impacto do sistema produtivo e perda de renda e empregos. Não existem programas de mitigação previstos para os municípios que serão impactados.<br /><br />Assim, nos perguntamos, por que construir uma ferrovia que pretende cortar a Amazônia pelo meio, causar impactos em 48 povos indígenas e em mosaicos de unidades de conservação e que tem custo estimado, já atualizado, de R$ 34,3 bilhões (2)? Qual empresa privada quereria embarcar nessa aventura que, segundo Frischtak, se for um projeto integralmente privado teria uma taxa interna de retorno de 1,56%, bem abaixo do que seria de esperar de um empreendimento desse porte. A resposta pode estar no incremento da mineração e no número de processos minerários ativos em todo o percurso da Ferrogrão, na bacia hidrográfica do Tapajós/Jamanxim.<br /><br />No Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) está escrito: <em>“É mister informar ainda que o traçado proposto da EF-170 <u>não impactará diretamente nenhuma categoria de Unidade de Conservação (federal, estadual ou municipal) e Terras Indígenas</u>. (3)”</em> (Grifo meu)<br /><br />Como não? Nessa região da área de estudo serão necessárias 261 passagens de gado e fauna, estações de transbordo e obras de arte para suplantar obstáculos do relevo, o que prova ser impossível afirmar que a EF-170 não produzirá impactos. Há, sim, passivos ambientais que estão sendo desconsiderados. A maior parte deles (consta no EIA/RIMA a existência desses passivos (4)) está em Áreas de Preservação Ambiental (APP); 521 pontos estão no estado do Pará, dos quais 387 nos municípios de Itaituba e Novo Progresso. Passivos ambientais que acrescentados dos impactos decorrentes da implantação e funcionamento da ferrovia podem transformar a região em um deserto. Devemos somar a isso o fato de que serão afetados o Cerrado e a Amazônia, dois biomas brasileiros, e suas unidades de conservação, imprescindíveis para a manutenção do equilíbrio do clima e da sobrevivência dos 48 povos indígenas que serão afetados, conforme afirma a representação do Ministério Público Federal (MPF) ao Ministério Público do Tribunal de Contas da União (MPTCU), em 2021.<br /><br />Há que se mencionar os conflitos sociais e econômicos com o aumento de populações de costumes diversos, levadas pela facilitação do acesso a áreas em processo de degradação, agravados com a construção das estruturas da ferrovia. Fica evidente no EIA que os problemas ambientais detectados ao longo do traçado da EF-170 e os impactos ambientais causados pela crescente antropização e pela mineração ilegal foram listados e adicionados como passivos ambientais. Há, claramente, a intenção de criar um efeito causal anterior à Ferrogrão, isentando tanto a empresa responsável pela construção como o governo de responsabilidades pelos impactos negativos que a ferrovia venha a causar.<br /><br />Os estudos tratam esses passivos, apenas, como obstáculos que vão “interferir na superestrutura da EF-170”. <em>“As áreas degradadas ou que estão em desacordo com a Lei Federal nº 12.651/2010, e alterações, em especial as APPs, foram tratadas como passivos ambientais. Foram levantadas um total de 723 pontos distintos ao longo da EF-170. Em destaque, devido à escala de paisagem em relação à degradação, os passivos ambientais ocasionados por atividades de mineração deverão ser tratados de forma sistêmica, através da execução do seguintes Programas Ambientais: Controle de Processos Erosivos e Recuperação de Áreas de Degradadas, evitando assim que esse tipo de antropização possa interferir na superestrutura da EF-170”.<br /><br /></em>A abordagem, no EIA, sobre o rio Tapajós e os possíveis impactos da construção da Ferrogrão é claramente uma prévia do que esperar. O rio Tapajós está considerado como parte de um complexo hidroviário – Teles Pires, Juruena, Itaituba, Santarém, rio Amazonas - que deve levar a mais estruturas portuárias. Embora não completamente navegável, ainda, nas dimensões necessárias para dar vazão à proposta de demanda da Ferrogrão, o rio Tapajós já é considerado pelos propositores, indispensável, e tem projeto de rebaixamento da sua calha para comportar o calado das barcaças.<br /><br />A foz do rio Tapajós é na cidade de Santarém, que está a 950 km de Belém. O Tapajós tem trechos navegáveis que se conectam com os rios Teles Pires e Juruena e respectivas bacias hidrográficas. O projeto da Ferrogrão prevê alcançar o porto de Itaituba, que fica na margem direita do Tapajós e junto com o porto em Santarém, na foz do rio Amazonas, formará um complexo de estruturas que integrará uma grande hidrovia (5).<br /><br />O traçado da Ferrogrão está previsto para passar justamente não Área de Influência da BR-163, construída nos anos 1970, durante a ditadura militar, com o objetivo de “integrar” o norte ao sul do Brasil. O lema era “integrar para não entregar”, conceito que revelava uma intenção de explorar a Amazônia sob o pretexto de que forças internacionais queriam se apropriar das suas riquezas minerais. A construção da BR-163 induziu a ocupação do bioma Amazônico e do Cerrado com o desmatamento, o avanço da agropecuária e a exploração minerária. Essa ocupação se intensificou sob a influência da Lei Estadual Nº 7.243, de 2009 (6), que estabeleceu a Área de Influência da BR-163 chamada de ZEE-Zona Oeste, em que os dois biomas acolhem as bacias hidrográficas dos rios Teles Pires, Tapajós, Xingu e Amazonas (7).<br /><br /><strong>Exploração minerária no traçado da Ferrogrão: a grande “vocação metalogenética” e a Província Mineral do Tapajós<br style="font-weight: normal;" /><br style="font-weight: normal;" /></strong>Conforme descrito no EIA, constam no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) 489 registros de minério de ouro, dos quais 348 são autorizações de pesquisa, 89 de lavras garimpeiras, 77 licenciamentos e outros.<br /><br />“<em>Em termos de substâncias, tem-se a seguinte configuração: 5 registros de água mineral, 1 registro de apatita, 127 registros de areia, 15 registros de argila, 15 registros de bauxita, 37 registros de calcário, 37 registros de cascalho, 25 registros de cassiterita, 4 registros de caulim, 17 registros de diamante, 2 registros de fosfato, 1 registro de galena, 20 registros de granito, 3 registros de laterita, 2 registros de minério de alumínio, 2 registros de minério de chumbo, 99 registros de minério de cobre, 11 registros de minério de ferro, 3 registros de minério de manganês, 489 registros de minério de ouro, 2 registros de minério de prata, 2 registros de minério de vanádio, 1 registro de quartzo, 1 registro de saibro e 2 registros de topázio, além de 11 registros de dados não cadastrados. O Mapa 15 apresenta a localização dos processos minerários existentes na AE.” (8) ...<br /><br /></em> <em>“requerimentos de lavra: 210 requerimentos de lavra garimpeira, 60 requerimentos de licenciamento, 83 requerimentos de pesquisa, 2 requerimentos de registro de extração e 4 registros de dados não cadastrados. <u>Isso demonstra a grande vocação metalogenética que a região Norte do Mato Grosso e a região denominada Província Aurífera do Tapajós, localizada dentro da Província Tapajós-Parima, Domínio</u> <u>Tapajós, na região que compreende Castelo dos Sonhos/PA até Itaituba/PA, possuem</u>.” (9) </em>(Grifo meu).<br /><br /><strong>A questão fundiária (10) e os interesses por trás da Ferrogrão<br style="font-weight: normal;" /><br style="font-weight: normal;" /></strong>Uma das regiões no Bioma Amazônico, no interflúvio Xingu-Tapajós, tem uma grande concentração de florestas, de povos tradicionais, comunidades indígenas e fragilidade fundiária. Essa fragilidade inclui terras indígenas não demarcadas, unidades de conservação não regularizadas e assentamentos da reforma agrária ambientalmente diferenciados, sem proteção e abandonados, numa região em que ocorre pressão do setor ilegal dos setores madeireiro, mineral e agropecuário. Tudo isso somado à grande quantidade de “documentos fundiários podres” - títulos de propriedade rural nulos ou fraudulentos, muitas vezes referentes a terras griladas (11) - que são utilizados nos crimes associados à grilagem de terras públicas com a participação de agentes privados e públicos, exploração de madeira e mineração ilegal, especulação imobiliária, acesso ao crédito agrícola e lavagem dinheiro.<br /><br />O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) (12), com apoio do Prof. Girolamo Domenico Treccani, professor de Direito Agrário da Universidade Federal do Pará (UFPA), mostrou que entre os títulos de terra cancelados no Pará há uma área de floresta dez vezes maior do que a cidade de São Paulo.<br /><br /><em>“A investigação analisou 10.728 matrículas de imóveis canceladas nos cartórios por terem sido registradas ilegalmente e concluiu que pelo menos 332 realmente existem e poderiam voltar a integrar o patrimônio público.</em> <em>Porém, em 12 anos, apenas um imóvel foi retomado pelo Estado do Pará”.<br /><br /></em><em>“Por isso, esses números já evidenciam dois grandes problemas nos registros dos cartórios: terras matriculadas em sobreposição a outras ou áreas fantasmas, que só existem no papel. Enquanto o primeiro caso pode ser relacionado com a tentativa de grilagem, o roubo de terras públicas, o segundo geralmente é motivado pela obtenção de empréstimos bancários. Ou seja: as pessoas registram nos cartórios terras que não existem para usá-las como hipoteca (13).”<br /><br /></em>Uma lei federal dá autoridade ao corregedor-geral da Justiça para declarar inexistência e cancelar a matrícula e o registro de imóvel rural. Diante dessa possibilidade, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), uma das defensoras da Ferrogrão, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra essa lei federal, denotando um apoio aos títulos podres ilegais.<br /><br />“<em>Depois que o registro é feito, tem validade legal até que seja realizado seu cancelamento. Ou seja, a área pode ser vendida, usada como garantia em empréstimos, ter planos de manejo para exploração madeireira e até projetos de créditos de carbono. Por isso, <u>enquanto o poder público não retomar as áreas griladas, seguirá incentivando crimes ambientais, conflitos por terra e ameaçando direitos territoriais de comunidades tradicionais”.<br /><br /></u></em>Qual pode ser a relação e os interesses entre a construção da Ferrogrão e os “títulos podres”? A resposta é simples: esses títulos que equivalem a 73% do Estado do Pará estariam em grande parte na área de influência da ferrovia. Se o poder público, através da lei federal que dá poderes ao corregedor-geral de Justiça de cancelar esses títulos, não retomar essas áreas, elas servirão para aumentar o desmatamento com a expansão agropecuária e o recrudescimento da mineração na região.<br /><br />O documento do Imazon traça uma relação causal entre áreas desmatadas e número de títulos cancelados nos municípios São Felix do Xingu e Altamira que concentram 45,6 milhões de hectares.<br /><br />O Ministério Público do Estado do Pará, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará e a Universidade Federal do Pará desenvolveram uma ferramenta chamada Sistema Integrado de Informações Fundiárias do Pará (SIG Fundiário/PA) que sistematiza e analisa as informações dos órgãos fundiários. Essa ferramenta pode ser fundamental para analisar a faixa de 100 km de cada lado no traçado da Ferrogrão.<br /><br /><strong>Bacias do Tapajós e Xingu e o traçado da EF-170 (14)<br style="font-weight: normal;" /><br style="font-weight: normal;" /></strong>Corredores ecológicos são porções de ecossistemas naturais ou seminaturais que ligam unidades de conservação e permitem a interação de genes para recolonizar áreas degradadas (15). Os técnicos responsáveis por esse capítulo do EIA/RIMA optaram por estudar e interligar as sete Unidades de Conservação e a Terra Indígena que estão na bacia hidrográfica do rio Xingu e na bacia do rio Tapajós – a leste e oeste do traçado previsto pelo projeto da Ferrogrão.<br /><br /><em>“Floresta Nacional de Itaituba II, Floresta Nacional do Trairão, Parque Nacional do Jamanxim, Floresta Nacional do Jamanxim, Floresta Nacional de Altamira, TI Baú, Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo e Parque Estadual Cristalino. A identificação dos corredores ecológicos ocorreu por meio da técnica do caminho de menor custo (CMC) que identifica o melhor caminho com base em atributos pré-estabelecidos tomando como referência um ponto de origem e outro de destino” (16).<br /><br /></em><em>“Foram identificadas 9 UCs no buffer de 10 quilômetros do empreendimento (Mapa 26), sendo sete classificadas no grupo de Proteção Integral e duas de Uso Sustentável (Quadro 16). No estado do Pará estão quatro, todas de âmbito federal e gestadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No Mato Grosso, as cinco UCs localizadas na AE são urbanas, de âmbito municipal, gerenciadas por suas respectivas prefeituras” (17).<br /><br /></em>Continua na terceira parte<br /><br />Parte 1:<br /><br /><a href="https://www.correiocidadania.com.br/72-artigos/imagens-rolantes/15479-exclusivo-com-estudo-de-impacto-ambiental-fake-estrada-de-ferro-que-corta-amazonia-vai-a-julgamento-no-stf" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">EXCLUSIVO: Com estudo de impacto ambiental fake, estrada de ferro que corta Amazônia vai a julgamento no STF<br /><br /></a>Notas:<br /><br />1) <a href="https://oglobo.globo.com/opiniao/artigos/coluna/2023/05/ferrograo-nao-se-sustenta.ghtml" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">https://oglobo.globo.com/opiniao/artigos/coluna/2023/05/ferrograo-nao-se-sustenta.ghtml<br /><br /></a>2) <a href="https://oglobo.globo.com/opiniao/artigos/coluna/2023/05/ferrograo-nao-se-sustenta.ghtml" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">https://oglobo.globo.com/opiniao/artigos/coluna/2023/05/ferrograo-nao-se-sustenta.ghtml<br /></a></p><p class="hyphenate" style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; font-size: 0px; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify !important;">3) CONCLUSÃO – PASSIVOS AMBIENTAIS<b style="text-align: left;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O que estaria por trás da
Ferrogrão?</span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwyJWr2h15YdWJW7rc204xoau1bwX7fGTVT3U_KCZIe6E7QAs0lb7m2Y4s2ZIcu-IfcDA_yLhbbbOilah9SmybDD7kV7pS7LzjfFk2LK8MHRAEP7_G4zDT3eGcO5Fq5Q8wJ9UdjOt_enI--UGhWgoX6PYPqf3_1Cq9bUfLfS1Pn9-PO2aJAOYAyMw3aJxQ/s900/Imagem%20Correio%20para%20artigo.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="900" height="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwyJWr2h15YdWJW7rc204xoau1bwX7fGTVT3U_KCZIe6E7QAs0lb7m2Y4s2ZIcu-IfcDA_yLhbbbOilah9SmybDD7kV7pS7LzjfFk2LK8MHRAEP7_G4zDT3eGcO5Fq5Q8wJ9UdjOt_enI--UGhWgoX6PYPqf3_1Cq9bUfLfS1Pn9-PO2aJAOYAyMw3aJxQ/w549-h275/Imagem%20Correio%20para%20artigo.png" width="549" /></a></td></tr></tbody></table></p><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: left;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Estudo de Impacto
Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da Ferrogrão: conflitos</span></b><span style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; font-size: 0px;">Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da Ferrogrão: conflitos</span></p></blockquote></blockquote></blockquote><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"></span></p><blockquote>A
Ferrogrão tem o traçado paralelo à rodovia BR-163 e a construção demandaria
muito mais que os 10 anos previstos nos estudos. Segundo o economista Cláudio
Frischtak (1), a construção da Ferrogrão poderia levar, no mínimo, 21 anos ou
até 29 anos, além de se inviabilizar financeiramente, pois o projeto
apresentado a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) “subestima
custos, riscos e tempo de execução”.</blockquote><o:p></o:p><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Telma Monteiro, para o <a href="https://www.correiocidadania.com.br/34-artigos/manchete/15501-o-que-estaria-por-tras-da-ferrograo">Correio da Cidadania </a><o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">28/06/2023<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Diferentemente da
construção de uma hidrelétrica, por exemplo, a ferrovia requer um uso intensivo
de mão de obra muito variada, o que implicaria em conflitos sociais e
econômicos. A contratação de trabalhadores oriundos de outras partes do país,
com culturas e interesses diversos, pode levar ao esgarçamento das relações
socioeconômicas. A infraestrutura pública dos 17 municípios que estão no
caminho projetado para a Ferrogrão não comportaria essa migração. Nós estamos
falando de colapso do sistema de saúde, da falta de escolas, da ocupação
desordenada, do impacto do sistema produtivo e perda de renda e empregos. Não
existem programas de mitigação previstos para os municípios que serão
impactados.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Assim, nos perguntamos,
por que construir uma ferrovia que pretende cortar a Amazônia pelo meio, causar
impactos em 48 povos indígenas e em mosaicos de unidades de conservação e que
tem custo estimado, já atualizado, de R$ 34,3 bilhões (2)? Qual empresa privada
quereria embarcar nessa aventura que, segundo Frischtak, se for um projeto
integralmente privado teria uma taxa interna de retorno de 1,56%, bem abaixo do
que seria de esperar de um empreendimento desse porte. A resposta pode estar no
incremento da mineração e no número de processos minerários ativos em todo o
percurso da Ferrogrão, na bacia hidrográfica do Tapajós/Jamanxim.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No Estudo de Impacto
Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) está escrito: <i>“É mister
informar ainda que o traçado proposto da EF-170 <u>não impactará diretamente
nenhuma categoria de Unidade de Conservação (federal, estadual ou municipal) e
Terras Indígenas.</u> (3)”</i> (Grifo meu)<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como não? Nessa região da
área de estudo serão necessárias 261 passagens de gado e fauna, estações de
transbordo e obras de arte para suplantar obstáculos do relevo, o que prova ser
impossível afirmar que a EF-170 não produzirá impactos. Há, sim, passivos
ambientais que estão sendo desconsiderados. A maior parte deles (consta no
EIA/RIMA a existência desses passivos (4)) está em Áreas de Preservação
Ambiental (APP); 521 pontos estão no estado do Pará, dos quais 387 nos
municípios de Itaituba e Novo Progresso. Passivos ambientais que acrescentados
dos impactos decorrentes da implantação e funcionamento da ferrovia podem
transformar a região em um deserto. Devemos somar a isso o fato de que serão
afetados o Cerrado e a Amazônia, dois biomas brasileiros, e suas unidades de
conservação, imprescindíveis para a manutenção do equilíbrio do clima e da
sobrevivência dos 48 povos indígenas que serão afetados, conforme afirma a
representação do Ministério Público Federal (MPF) ao Ministério Público do
Tribunal de Contas da União (MPTCU), em 2021.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Há que se mencionar os
conflitos sociais e econômicos com o aumento de populações de costumes
diversos, levadas pela facilitação do acesso a áreas em processo de degradação,
agravados com a construção das estruturas da ferrovia. Fica evidente no EIA que
os problemas ambientais detectados ao longo do traçado da EF-170 e os impactos
ambientais causados pela crescente antropização e pela mineração ilegal foram
listados e adicionados como passivos ambientais. Há, claramente, a intenção de
criar um efeito causal anterior à Ferrogrão, isentando tanto a empresa
responsável pela construção como o governo de responsabilidades pelos impactos
negativos que a ferrovia venha a causar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os estudos tratam esses
passivos, apenas, como obstáculos que vão “interferir na superestrutura da
EF-170”. <i>“As áreas degradadas ou que estão em desacordo com a Lei Federal nº
12.651/2010, e alterações, em especial as APPs, foram tratadas como passivos
ambientais. Foram levantadas um total de 723 pontos distintos ao longo da
EF-170. Em destaque, devido à escala de paisagem em relação à degradação, os
passivos ambientais ocasionados por atividades de mineração deverão ser
tratados de forma sistêmica, através da execução do seguintes Programas
Ambientais: Controle de Processos Erosivos e Recuperação de Áreas de
Degradadas, evitando assim que esse tipo de antropização possa interferir na
superestrutura da EF-170”.<o:p></o:p></i></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A abordagem, no EIA,
sobre o rio Tapajós e os possíveis impactos da construção da Ferrogrão é
claramente uma prévia do que esperar. O rio Tapajós está considerado como parte
de um complexo hidroviário – Teles Pires, Juruena, Itaituba, Santarém, rio
Amazonas - que deve levar a mais estruturas portuárias. Embora não
completamente navegável, ainda, nas dimensões necessárias para dar vazão à
proposta de demanda da Ferrogrão, o rio Tapajós já é considerado pelos
propositores, indispensável, e tem projeto de rebaixamento da sua calha para
comportar o calado das barcaças.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A foz do rio Tapajós é na
cidade de Santarém, que está a 950 km de Belém. O Tapajós tem trechos
navegáveis que se conectam com os rios Teles Pires e Juruena e respectivas
bacias hidrográficas. O projeto da Ferrogrão prevê alcançar o porto de
Itaituba, que fica na margem direita do Tapajós e junto com o porto em
Santarém, na foz do rio Amazonas, formará um complexo de estruturas que
integrará uma grande hidrovia (5).<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O traçado da Ferrogrão
está previsto para passar justamente não Área de Influência da BR-163,
construída nos anos 1970, durante a ditadura militar, com o objetivo de
“integrar” o norte ao sul do Brasil. O lema era <i>“integrar para não entregar”</i>,
conceito que revelava uma intenção de explorar a Amazônia sob o pretexto de que
forças internacionais queriam se apropriar das suas riquezas minerais. A
construção da BR-163 induziu a ocupação do bioma Amazônico e do Cerrado com o
desmatamento, o avanço da agropecuária e a exploração minerária. Essa ocupação
se intensificou sob a influência da Lei Estadual Nº 7.243, de 2009 (6), que
estabeleceu a Área de Influência da BR-163 chamada de ZEE-Zona Oeste, em que os
dois biomas acolhem as bacias hidrográficas dos rios Teles Pires, Tapajós,
Xingu e Amazonas (7).<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Exploração minerária no
traçado da Ferrogrão: a grande “vocação metalogenética” e a Província Mineral
do Tapajós<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Conforme descrito no EIA,
constam no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) 489 registros de
minério de ouro, dos quais 348 são autorizações de pesquisa, 89 de lavras
garimpeiras, 77 licenciamentos e outros.<o:p></o:p></span></p><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: left;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Em termos de
substâncias, tem-se a seguinte configuração: 5 registros de água mineral, 1
registro de apatita, 127 registros de areia, 15 registros de argila, 15
registros de bauxita, 37 registros de calcário, 37 registros de cascalho, 25
registros de cassiterita, 4 registros de caulim, 17 registros de diamante, 2
registros de fosfato, 1 registro de galena, 20 registros de granito, 3
registros de laterita, 2 registros de minério de alumínio, 2 registros de
minério de chumbo, 99 registros de minério de cobre, 11 registros de minério de
ferro, 3 registros de minério de manganês, 489 registros de minério de ouro, 2
registros de minério de prata, 2 registros de minério de vanádio, 1 registro de
quartzo, 1 registro de saibro e 2 registros de topázio, além de 11 registros de
dados não cadastrados. O Mapa 15 apresenta a localização dos processos
minerários existentes na AE.”</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> (8) ...<o:p></o:p></span></p></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: left;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> “requerimentos de lavra: 210 requerimentos de
lavra garimpeira, 60 requerimentos de licenciamento, 83 requerimentos de
pesquisa, 2 requerimentos de registro de extração e 4 registros de dados não
cadastrados. Isso demonstra a <u>grande vocação metalogenética que a região
Norte do Mato Grosso e a região denominada</u> <u>Província Aurífera do Tapajós</u>,
localizada dentro da Província Tapajós-Parima, Domínio Tapajós, na região que
compreende Castelo dos Sonhos/PA até Itaituba/PA, possuem.”</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">
(9) (Grifo meu).<o:p></o:p></span></p></blockquote></blockquote><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A questão fundiária (10)
e os interesses por trás da Ferrogrão<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Uma das regiões no Bioma
Amazônico, no interflúvio Xingu-Tapajós, tem uma grande concentração de
florestas, de povos tradicionais, comunidades indígenas e fragilidade
fundiária. Essa fragilidade inclui terras indígenas não demarcadas, unidades de
conservação não regularizadas e assentamentos da reforma agrária ambientalmente
diferenciados, sem proteção e abandonados, numa região em que ocorre pressão do
setor ilegal dos setores madeireiro, mineral e agropecuário. Tudo isso somado à
grande quantidade de “documentos fundiários podres” - títulos de propriedade
rural nulos ou fraudulentos, muitas vezes referentes a terras griladas (11) -
que são utilizados nos crimes associados à grilagem de terras públicas com a
participação de agentes privados e públicos, exploração de madeira e mineração
ilegal, especulação imobiliária, acesso ao crédito agrícola e lavagem dinheiro.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O Instituto do Homem e
Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) (12), com apoio do Prof. Girolamo Domenico
Treccani, professor de Direito Agrário da Universidade Federal do Pará (UFPA),
mostrou que entre os títulos de terra cancelados no Pará há uma área de
floresta dez vezes maior do que a cidade de São Paulo.<o:p></o:p></span></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“A investigação analisou
10.728 matrículas de imóveis canceladas nos cartórios por terem sido
registradas ilegalmente e concluiu que pelo menos 332 realmente existem e
poderiam voltar a integrar o patrimônio público. Porém, em 12 anos, apenas um
imóvel foi retomado pelo Estado do Pará”.</span></i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Por isso, esses números
já evidenciam dois grandes problemas nos registros dos cartórios: terras
matriculadas em sobreposição a outras ou áreas fantasmas, que só existem no
papel. Enquanto o primeiro caso pode ser relacionado com a tentativa de
grilagem, o roubo de terras públicas, o segundo geralmente é motivado pela
obtenção de empréstimos bancários. Ou seja: as pessoas registram nos cartórios
terras que não existem para usá-las como hipoteca </span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">(13).”<o:p></o:p></span></p></blockquote></blockquote><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Uma lei federal dá
autoridade ao corregedor-geral da Justiça para declarar inexistência e cancelar
a matrícula e o registro de imóvel rural. Diante dessa possibilidade, a
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), uma das defensoras da
Ferrogrão, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra essa lei federal,
denotando um apoio aos títulos podres ilegais.<o:p></o:p></span></p><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: left;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Depois que o registro é
feito, tem validade legal até que seja realizado seu cancelamento. Ou seja, a
área pode ser vendida, usada como garantia em empréstimos, ter planos de manejo
para exploração madeireira e até projetos de créditos de carbono. Por isso,
enquanto o poder público não retomar as áreas griladas, seguirá incentivando
crimes ambientais, conflitos por terra e ameaçando direitos territoriais de
comunidades tradicionais”.</span></i></p></blockquote></blockquote><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Qual pode ser a relação e
os interesses entre a construção da Ferrogrão e os “títulos podres”? A resposta
é simples: esses títulos que equivalem a 73% do Estado do Pará estariam em
grande parte na área de influência da ferrovia. Se o poder público, através da
lei federal que dá poderes ao corregedor-geral de Justiça de cancelar esses
títulos, não retomar essas áreas, elas servirão para aumentar o desmatamento
com a expansão agropecuária e o recrudescimento da mineração na região.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O documento do Imazon
traça uma relação causal entre áreas desmatadas e número de títulos cancelados
nos municípios São Felix do Xingu e Altamira que concentram 45,6 milhões de
hectares.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O Ministério Público do
Estado do Pará, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará e a Universidade
Federal do Pará desenvolveram uma ferramenta chamada Sistema Integrado de
Informações Fundiárias do Pará (SIG Fundiário/PA) que sistematiza e analisa as
informações dos órgãos fundiários. Essa ferramenta pode ser fundamental para
analisar a faixa de 100 km de cada lado no traçado da Ferrogrão.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bacias do Tapajós e Xingu
e o traçado da EF-170 (14)<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Corredores ecológicos são
porções de ecossistemas naturais ou seminaturais que ligam unidades de
conservação e permitem a interação de genes para recolonizar áreas degradadas
(15). Os técnicos responsáveis por esse capítulo do EIA/RIMA optaram por
estudar e interligar as sete Unidades de Conservação e a Terra Indígena que
estão na bacia hidrográfica do rio Xingu e na bacia do rio Tapajós – a leste e
oeste do traçado previsto pelo projeto da Ferrogrão.<o:p></o:p></span></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Floresta Nacional de
Itaituba II, Floresta Nacional do Trairão, Parque Nacional do Jamanxim,
Floresta Nacional do Jamanxim, Floresta Nacional de Altamira, TI Baú, Reserva
Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo e Parque Estadual Cristalino. A
identificação dos corredores ecológicos ocorreu por meio da técnica do caminho
de menor custo (CMC) que identifica o melhor caminho com base em atributos
pré-estabelecidos tomando como referência um ponto de origem e outro de
destino”</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> (16).<o:p></o:p></span></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Foram identificadas 9
UCs no buffer de 10 quilômetros do empreendimento (Mapa 26), sendo sete
classificadas no grupo de Proteção Integral e duas de Uso Sustentável (Quadro
16). No estado do Pará estão quatro, todas de âmbito federal e gestadas pelo
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No Mato
Grosso, as cinco UCs localizadas na AE são urbanas, de âmbito municipal,
gerenciadas por suas respectivas prefeituras”</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> (17).<o:p></o:p></span></p></blockquote></blockquote><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Continua na terceira
parte<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Parte 1:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">EXCLUSIVO: Com estudo de
impacto ambiental fake, estrada de ferro que corta Amazônia vai a julgamento no
STF<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Notas:<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">1) <a href="https://oglobo.globo.com/opiniao/artigos/coluna/2023/05/ferrograo-nao-se-sustenta.ghtml">https://oglobo.globo.com/opiniao/artigos/coluna/2023/05/ferrograo-nao-se-sustenta.ghtml</a>
<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">2) <a href="https://oglobo.globo.com/opiniao/artigos/coluna/2023/05/ferrograo-nao-se-sustenta.ghtml">https://oglobo.globo.com/opiniao/artigos/coluna/2023/05/ferrograo-nao-se-sustenta.ghtml</a>
<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">3) CONCLUSÃO – PASSIVOS
AMBIENTAIS<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">4) PASSIVOS AMBIENTAIS
EIA p. 55<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">5) EIA CARACTERIZAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO (NOVEMBRO/2020) p. 112<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">6) <a href="https://www.semas.pa.gov.br/legislacao/files/pdf/104132.pdf">https://www.semas.pa.gov.br/legislacao/files/pdf/104132.pdf</a> <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">7) EIA CARACTERIZAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO (NOVEMBRO/2020) p. 123<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">8) EIA MEIO FÍSICO p.124<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">9) EIA MEIO FÍSICO p.125<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">10) Subsídios fornecidos
por Tarcísio Feitosa, Licenciado em Ciências Exatas e Naturais Mestre em
Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável pela UFPA/Embrapa (2009); Graduando
em Direito pela Universidade Estácio de Sá no Rio de Janeiro; 2006 Goldman
Prize Recipient South and Central America (Forests - Brazil)<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">11) <a href="https://www.brasildefato.com.br/2019/06/26/nova-lei-de-terras-do-para-permite-requentar-titulos-podres-e-favorece-grileiros">https://www.brasildefato.com.br/2019/06/26/nova-lei-de-terras-do-para-permite-requentar-titulos-podres-e-favorece-grileiros</a>
<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">12) <a href="https://imazon.org.br/imprensa/para-so-teria-retomado-um-dos-mais-de-10-mil-imoveis-cancelados-por-suspeita-de-grilagem-nos-cartorios-em-12-anos/">https://imazon.org.br/imprensa/para-so-teria-retomado-um-dos-mais-de-10-mil-imoveis-cancelados-por-suspeita-de-grilagem-nos-cartorios-em-12-anos/</a>
<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">13) <a href="https://imazon.org.br/imprensa/para-so-teria-retomado-um-dos-mais-de-10-mil-imoveis-cancelados-por-suspeita-de-grilagem-nos-cartorios-em-12-anos/">https://imazon.org.br/imprensa/para-so-teria-retomado-um-dos-mais-de-10-mil-imoveis-cancelados-por-suspeita-de-grilagem-nos-cartorios-em-12-anos/</a> <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">14) EIA ECOSSISTEMAS, p.
15<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">15) EIA ECOSSISTEMAS, p.
21<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">16) EIA ECOSSISTEMAS,
p.22<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">17) EIA ECOSSISTEMAS,
p.24<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Leia mais:<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/72-artigos/imagens-rolantes/15049-ferrograo-anatomia-de-uma-megaobra-sem-grandes-interessados?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd">Ferrogrão: anatomia deuma megaobra sem grandes interessados</a><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/meio-ambiente/14927-projeto-da-ferrograo-o-brasil-esta-sendo-rifado-no-exterior?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd">Zion Real Estate: saibaquem é a empresa que quer construir a Ferrogrão</a><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/meio-ambiente/14927-projeto-da-ferrograo-o-brasil-esta-sendo-rifado-no-exterior?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd">Projeto da Ferrogrão: “OBrasil está sendo rifado no exterior”</a><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/15151-ferrograo-esta-menos-atrativa-para-os-investidores?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd">Ferrogrão está menosatrativa para os investidores</a><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/meio-ambiente/14847-ferrograo-roadshow-2021-e-a-exploracao-historica-da-amazonia?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd">Ferrogrão Roadshow 2021 ea exploração histórica da Amazônia</a><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/13000-ferrograo-consolidando-a-invasao-da-amazonia-parte-1?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd">Ferrogrão: consolidando ainvasão da Amazônia – Parte 1</a><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/13042-ferrograo-consolidando-a-invasao-da-amazonia-2?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd">Ferrogrão: consolidando ainvasão da Amazônia – Parte 2</a><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/13149-terras-indigenas-unidades-de-conservacao-e-a-sobrevivencia-da-amazonia-no-caminho-da-ferrograo-3?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd">Terras Indígenas,Unidades de Conservação e a sobrevivência da Amazônia no caminho da Ferrogrão –Parte 3</a><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/14788-amazonia-cortada-ao-meio?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd">Amazônia cortada ao meio</a><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/meio-ambiente/15036-correiocast-11-ferrograo-ef-170-e-a-exploracao-da-amazonia?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd">CorreioCast 11: Ferrogrão(EF-170) e a exploração da Amazônia</a><o:p></o:p></span></p><p class="hyphenate" style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; font-size: 0px; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify !important;">
<br />4) PASSIVOS AMBIENTAIS EIA p. 55<br /><br />5) EIA CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO (NOVEMBRO/2020) p. 112<br /><br />6) <a href="https://www.semas.pa.gov.br/legislacao/files/pdf/104132.pdf" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">https://www.semas.pa.gov.br/legislacao/files/pdf/104132.pdf<br /><br /></a>7) EIA CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO (NOVEMBRO/2020) p. 123<br /><br />8) EIA MEIO FÍSICO p.124<br /><br />9) EIA MEIO FÍSICO p.125<br /><br />10) Subsídios fornecidos por Tarcísio Feitosa, Licenciado em Ciências Exatas e Naturais Mestre em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável pela UFPA/Embrapa (2009)</p><p class="hyphenate" style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; font-size: 0px; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify !important;">Graduando em Direito pela Universidade Estácio de Sá no Rio de Janeiro.<br />2006 Goldman Prize Recipient South and Central America (Forests - Brazil)</p><p class="hyphenate" style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; font-size: 0px; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify !important;">11) <a href="https://www.brasildefato.com.br/2019/06/26/nova-lei-de-terras-do-para-permite-requentar-titulos-podres-e-favorece-grileiros" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">https://www.brasildefato.com.br/2019/06/26/nova-lei-de-terras-do-para-permite-requentar-titulos-podres-e-favorece-grileiros<br /><br /></a>12) <a href="https://imazon.org.br/imprensa/para-so-teria-retomado-um-dos-mais-de-10-mil-imoveis-cancelados-por-suspeita-de-grilagem-nos-cartorios-em-12-anos/" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">https://imazon.org.br/imprensa/para-so-teria-retomado-um-dos-mais-de-10-mil-imoveis-cancelados-por-suspeita-de-grilagem-nos-cartorios-em-12-anos/<br /><br /></a>13) <a href="https://imazon.org.br/imprensa/para-so-teria-retomado-um-dos-mais-de-10-mil-imoveis-cancelados-por-suspeita-de-grilagem-nos-cartorios-em-12-anos/" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">https://imazon.org.br/imprensa/para-so-teria-retomado-um-dos-mais-de-10-mil-imoveis-cancelados-por-suspeita-de-grilagem-nos-cartorios-em-12-anos/<br /><br /></a>14) EIA ECOSSISTEMAS, p. 15<br /><br />15) EIA ECOSSISTEMAS, p. 21<br /><br />16) EIA ECOSSISTEMAS, p.22<br /><br />17) EIA ECOSSISTEMAS, p.24<br /><br />Leia mais:<br /><br /><a href="https://www.correiocidadania.com.br/72-artigos/imagens-rolantes/15049-ferrograo-anatomia-de-uma-megaobra-sem-grandes-interessados?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">Ferrogrão: anatomia de uma megaobra sem grandes interessados<br /></a><a href="https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/15041-zion-real-estate-saiba-quem-e-a-empresa-que-quer-construir-a-ferrograo?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">Zion Real Estate: saiba quem é a empresa que quer construir a Ferrogrão<br /></a><a href="https://www.correiocidadania.com.br/meio-ambiente/14927-projeto-da-ferrograo-o-brasil-esta-sendo-rifado-no-exterior?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">Projeto da Ferrogrão: “O Brasil está sendo rifado no exterior”<br /></a><a href="https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/15151-ferrograo-esta-menos-atrativa-para-os-investidores?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">Ferrogrão está menos atrativa para os investidores<br /></a><a href="https://www.correiocidadania.com.br/meio-ambiente/14847-ferrograo-roadshow-2021-e-a-exploracao-historica-da-amazonia?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">Ferrogrão Roadshow 2021 e a exploração histórica da Amazônia</a><br /><a href="https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/13000-ferrograo-consolidando-a-invasao-da-amazonia-parte-1?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">Ferrogrão: consolidando a invasão da Amazônia – Parte 1<br /></a><a href="https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/13042-ferrograo-consolidando-a-invasao-da-amazonia-2?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">Ferrogrão: consolidando a invasão da Amazônia – Parte 2<br /></a><a href="https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/13149-terras-indigenas-unidades-de-conservacao-e-a-sobrevivencia-da-amazonia-no-caminho-da-ferrograo-3?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">Terras Indígenas, Unidades de Conservação e a sobrevivência da Amazônia no caminho da Ferrogrão – Parte 3<br /></a><a href="https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/14788-amazonia-cortada-ao-meio?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">Amazônia cortada ao meio<br /></a><a href="https://www.correiocidadania.com.br/meio-ambiente/15036-correiocast-11-ferrograo-ef-170-e-a-exploracao-da-amazonia?highlight=WyJmZXJyb2dyXHUwMGUzbyJd" style="color: #bd2400; cursor: pointer; list-style: none; text-decoration-line: none;">CorreioCast 11: Ferrogrão (EF-170) e a exploração da Amazônia</a> </p>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-14144357901383776552023-06-26T20:05:00.000-03:002023-06-26T20:05:37.333-03:00O Lula do Show pelo Planeta vs o Lula de Belo Monte: qual prevalecerá? <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/4eP17wUT-zM" title="YouTube video player" width="560"></iframe>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-3681573987458807582023-06-04T14:16:00.002-03:002023-06-04T14:16:27.907-03:00Ferrogrão: sojeiros querem rasgar a Floresta Amazônica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="458" src="https://www.youtube.com/embed/Aw0t6g0wgVU" width="551" youtube-src-id="Aw0t6g0wgVU"></iframe></div><br />Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-13610544616693238972023-05-31T14:29:00.002-03:002023-05-31T14:29:13.624-03:00Ferrogrão: Com estudo de impacto ambiental fake, estrada de ferro que corta Amazônia vai a julgamento no STF<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigr5TJZQ35vT2m1_-N39mf2RdLEsodPJHg-q7IorUNvonFaxaFzYodI41xga5sopVJd8H4mY5PiKY5B5dI_Vbh09cBPS_51lHHBllh8MAYW2P-x2hEXcQ30Ac9CJXARm14l_Oct6YbUc8pHCkJG58pK_js1QUpV_Bu9z6TSKg_WzpKycPBA_0zR0USzQ/s713/IMAGEM%20BACIA%20DO%20TAPAJ%C3%93S%20E%20XINGU.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="713" height="488" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigr5TJZQ35vT2m1_-N39mf2RdLEsodPJHg-q7IorUNvonFaxaFzYodI41xga5sopVJd8H4mY5PiKY5B5dI_Vbh09cBPS_51lHHBllh8MAYW2P-x2hEXcQ30Ac9CJXARm14l_Oct6YbUc8pHCkJG58pK_js1QUpV_Bu9z6TSKg_WzpKycPBA_0zR0USzQ/w521-h488/IMAGEM%20BACIA%20DO%20TAPAJ%C3%93S%20E%20XINGU.png" width="521" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Traçado da Ferrogrão - Bacia do Tapajós à esquerda e Bacia do Xingu à direita<br />Fonte da imagem: EIA/RIMA versão 2020</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Primeira Parte</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><a name="_Hlk136253503"></a><a name="_Hlk136253050"></a><a name="_Hlk136251881"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><b><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Por
Telma Monteiro <o:p></o:p></span></i></b></span></span></a></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
Supremo Tribunal Federal (STF) deverá julgar, no próximo dia 31, a Ação Direta
de Inconstitucionalidade (ADI) nº 6553 que confirmará ou não a legitimidade
constitucional da Ferrogrão ou EF-170. A ação foi apresentada pelo PSOL, em 2021,
e se fundamenta na Constituição Federal. A Lei nº 13.452/2017 aprovada pelo
Congresso e <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>decorrente de Medida
Provisória (MP) editada no governo Dilma Rousseff, seria inconstitucional, pois
não poderia desafetar parte do Parque Nacional do Jamanxim (PARNA Jamanxim), Unidade
de Conservação Federal de restrição integral, para passar a ferrovia. <o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Três,
dos principais ministros do governo federal, ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, ministro da Agricultura
e Pecuária, Carlos Fávaro e o ministro da Infraestrutura, Renan Filho, entendem
que a Ferrogrão seria indispensável para escoar para o Arco Norte, as
commodities agrícolas de Mato Grosso.<o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
que é a Ferrogrão ou EF-170</span></b></span></span></span><a href="file:///D:/Documents/22023/FERROGR%C3%83O/PRIMEIRA%20PARTE%20EDITADA%20COPIADA%2029%2005.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></b></span></span></span></span></a><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></b></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
trajeto previsto para a Ferrogrão é de 1.188 km e segue paralelo - separado em
alguns trechos por apenas 40m - com a polêmica BR-163, ou rodovia Cuiabá–Santarém,
que foi construída durante os anos 1970. A Ferrogrão deverá atravessar um
mosaico de Unidades de Conservação e Terras Indígenas, podendo agravar e tornar
ainda mais irreversíveis os impactos promovidos pela rodovia BR-163. Além de
impactos ambientais e sociais, a EF-170 vai interceptar 17 municípios, dos
quais 12 estão no estado do Mato Grosso e os outros cinco no estado do Pará.<o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
projeto da ferrovia data de 2012, lançado pelo governo federal – segundo
governo Lula - dentro do Programa de Investimento em Logística – PIL para complementar
a integração logística do norte do Mato Grosso. Já em 2012, o lobby do
agronegócio se intensificou no sentido de pressionar o governo para que a
ferrovia pudesse ser rapidamente aprovada. Em 2014, o Ministério da
Infraestrutura publicou um edital para a elaboração dos Estudos de Viabilidade
da ferrovia, e a Estação da Luz Participações – EDLP, apoiada pelas tradings
ADM, Amaggi, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus, se propôs a fazer o relatório de
viabilidade técnica, entregue em 2016.<o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><a name="_Hlk136253284"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Inicialmente, a Ferrogrão seria licitada por um
período de 69 anos. Digo isso porque, no governo de Jair Bolsonaro, a regra mudou para um regime de concessão em que os investidores ou empresas poderão
obter uma autorização simplificada, conforme a Medida Provisória – MP 1065/21, um novo marco legal do transporte ferroviário. Permite a construção
de novas ferrovias por meio de uma autorização simplificada, sem necessidade de
licitação. O custo atualizado da construção da Ferrogrão já passou dos R$ 28
bilhões. A ideia do governo federal foi um retrocesso histórico comparável com a
época da ditadura militar, que tinha o objetivo de “ocupar” o vazio demográfico
na Amazônia.<o:p></o:p></span></a></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253284;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O lema “Integrar para não Entregar”
está muito presente no projeto da Ferrogrão. É esse o objetivo: escoar a
produção de grãos do Mato Grosso e interligar com o escoamento da produção no
Arco Norte, outra estratégia de integração com rodovias, ferrovia, portos,
estações de transbordo para unir Amazonas, Pará, Amapá e Maranhão. Mais uma
vez, a Amazônia, tão explorada desde o descobrimento e ocupada no período da
ditadura militar, torna-se fundamental para os planos de destruição
impulsionados pelo governo federal e seus aliados do agronegócio predatório.
Sim, porque não há plano B, o de não criar impactos na maior floresta do mundo
e nas terras indígenas.<o:p></o:p></span></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253284;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A grande lacuna nos estudos
ambientais: uma análise genocida<o:p></o:p></span></b></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253284;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Impossível iniciar uma análise dos
estudos ambientais da Ferrogrão ou EF-170 sem mostrar, dentre suas inúmeras
falhas, a que interpreto como uma das mais criminosas do EIA/RIMA. No capítulo <b>Meio
Socioeconômico - 5.3.5.4 Comunidades Tradicionais</b>, atualizado em 2020, consta
que foi encontrada apenas <u>uma comunidade tradicional</u> no traçado de 1.188
km entre Sinop, no estado de Mato Grosso, e o porto de Miritituba no estado do
Pará, às margens do rio Tapajós. Há uma tentativa deliberada de ignorar, nesse
estudo, todos os povos indígenas e comunidades tradicionais na área de estudo. É
um genocídio documental. <o:p></o:p></span></span></span></span></span></p>
<span style="mso-bookmark: _Hlk136253284;"></span>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">P.274 “Das cinco consultas
realizadas, três instituições se manifestaram. Ao analisá-las, infere-se que
não há possiblidade de confirmar a existência de comunidade tradicional na Área
de Estudo”<o:p></o:p></span></i></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“(...) o esforço realizado resultou
na identificação de uma comunidade que potencialmente se encaixe na categoria
em questão.”<o:p></o:p></span></i></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“A Comunidade Aruri, no município de
Trairão/PA, foi apontada por moradores da zona rural como tipicamente de
pescadores, categoria confirmada pela liderança comunitária. O presidente da
Colônia de Pescadores Z-74 apontou tal comunidade como tradicional, pela
centralidade da pesca artesanal nas dinâmicas econômica e cultural dos
moradores.”<o:p></o:p></span></i></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Esse
é um capítulo muito sensível e que é tratado com desrespeito absoluto. No texto
do EIA consta não haver possibilidade de confirmação de existência de
comunidades tradicionais na área de estudo da Ferrogrão. Isso torna o documento
inconsistente e com poder que anularia qualquer pretensão de licenciamento da
ferrovia pelo órgão ambiental. Sem contar, como agravante, a falta de respeito
para com os 48 povos indígenas ignorados ao longo da faixa de 1.188 km, conforme
mencionado na Representação do MPF ao MP do TCU, no âmbito do Inquérito Civil N.
1.23.008.000678/2017-19.</span></span></span></span><a href="file:///D:/Documents/22023/FERROGR%C3%83O/PRIMEIRA%20PARTE%20EDITADA%20COPIADA%2029%2005.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></span></span></span></a><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Esse
entendimento produzido no EIA/RIMA, sobre a inexistência de povos indígenas e
comunidades tradicionais ao longo da área de estudo da Ferrogrão, desqualifica
o estudo. A invisibilidade imposta às comunidades tradicionais na Área de
Estudo deixa patente o desrespeito aos povos da Amazônia. O texto expõe um “esforço”
na identificação de <u>uma única </u>comunidade tradicional, a Comunidade Aruri,
de pescadores, no município de Trairão, no Pará, considerada não “<i>oficial</i>”,
pois “<i>não foi localizado processo formal de reconhecimento da condição de
comunidade tradicional ou de elaboração de Protocolo de Consulta (conforme a
OIT 169) aplicável a processos de licenciamento ambiental.”<o:p></o:p></i></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No
entanto, para os moradores, essa comunidade é típica de pescadores artesanais
na zona rural e confirmada pela liderança da comunidade. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O EIA, no entanto, ignora essa identidade. Reproduzo,
abaixo, parte desse trecho deplorável nos estudos ambientais, que por si só
invalidaria todo o resto.<o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“De acordo com a liderança
comunitária entrevistada, representante da Associação de Moradores, a
comunidade Aruri surgiu em função das atividades de garimpo, aproximadamente na
década de 1980, no contexto de ocupação do município de Trairão. Está
localizada a uma distância estimada de 345 metros do traçado previsto para o
empreendimento, às margens da rodovia BR-163 e do rio Aruri, como ilustra a
Figura 868 e a Figura 869. Possui aproximadamente 40 (quarenta) famílias, cujo
abastecimento de água é feito por poço ou cacimba. A destinação do esgotamento
sanitário é fossa, vala ou o próprio rio, e o lixo ali produzido é queimado ou
enterrado, prática comum em localidades rurais, especialmente pela inexistência
de serviço regular de coleta de resíduos sólidos. A Figura 870 retrata o padrão
residencial das casas instaladas às margens da rodovia BR-163, enquanto a
Figura 871 traz ponto de venda de pescado e restaurante.”<o:p></o:p></span></i></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“(...) a extração de cassiterita
muito intensa na região.”</span></i></span></span></span><a href="file:///D:/Documents/22023/FERROGR%C3%83O/PRIMEIRA%20PARTE%20EDITADA%20COPIADA%2029%2005.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span class="MsoFootnoteReference"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></i></span></span></span></span></a><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></i></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Os moradores praticam a pesca nos
rios Jamanxim e Aruri, nos locais permitidos pela legislação do Parque Nacional
do Jamanxim.”<o:p></o:p></span></i></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
acesso à pesca de subsistência na comunidade Aruri é permitido apenas em
obediência à legislação do Parque Nacional do Jamanxim. Essa UC federal
protegida integralmente para que comunidades tradicionais possam sobreviver e
cuidar da riqueza que representa, no entanto, pode ser impactada pela
construção e funcionamento da ferrovia. <o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">PASSIVOS
AMBIENTAIS<o:p></o:p></span></b></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
2017 a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realizou uma Audiência
Pública (nº14/2017) para apresentar a Ferrogrão (EF 170) e deixou de apontar os
passivos ambientais ao longo do traçado da ferrovia. Não consideraram a
importância desses passivos que, se somados aos impactos sinérgicos e
cumulativos decorrentes da construção, dariam a verdadeira dimensão do estrago,
complicando a obtenção das licenças, além de encobrir a realidade sobre os
custos implicados.</span></span></span></span><a href="file:///D:/Documents/22023/FERROGR%C3%83O/PRIMEIRA%20PARTE%20EDITADA%20COPIADA%2029%2005.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></span></span></span></a><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No
projeto da ferrovia de 1.188 km, que atravessa a Amazônia de sul a norte, além
de escamotearem os passivos ambientais, ignoraram os riscos inerentes à
construção, haja vista a existência dos processos de degradação provocados pelo
uso predatório do solo, o desmatamento associado para expansão da agropecuária
e a ocupação fundiária. Deixou-se, inclusive, de mencionar os impactos já
criados nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) pela mineração e garimpo,
ignorando que um obra como essa tem o potencial de amplificar a destruição da
região. E, acrescente-se, ainda, as agressões à fauna, o desaparecimento das
espécies e alterações na paisagem que impactarão o bioma amazônico e o cerrado.<o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
já ocupada região, fragilizada e deteriorada com o avanço intensivo da
agropecuária, poderá sofrer ainda mais perdas do ecossistema, mais <u>impactos
que ainda não foram estudados no contexto do processo de licenciamento ambienta</u>l.
Construir a ferrovia EF-170 levará ao aumento da exploração fundiária ao longo
do traçado que vai dividir a Amazônia em duas porções, usando a destruição de
terras indígenas, de comunidades tradicionais, de unidades de conservação para
desconectá-las definitivamente: a leste, região que abriga a bacia do rio Xingu
e a oeste que abriga a sub bacia do Jamanxim.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Não
resta dúvidas de que toda a intervenção nessa macrorregião, já tão fragilizada
pelas ocupações ilegais provocada pela rodovia BR 163 (construída nos anos
1970), poderá criar um novo processo facilitador das atividades de mineração e
garimpo, e consequente aumento do desmatamento. A fase de instalação da
Ferrogrão já pressupõe impactos negativos na ordem de mais de 90%, segundo os
dados do EIA/RIMA. A quem interessa?<o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
tempos em que se preveem o agravamento e aceleração das mudanças climáticas,
essas perturbações ambientais em uma localização tão complexa e interligada
pela biodiversidade do mosaico de unidades de conservação <u>poderá significar
interferência no estoque de carbono e acelerar a extinção de espécies.</u> <o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"><span style="mso-bookmark: _Hlk136253503;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
malha complexa de cursos d’água, superficiais e subterrâneos, será contaminada,
e determinará ondas de destruição dinâmicas que afetarão povos indígenas, ribeirinhos,
culturas e o esforço empreendido pelo Brasil e pela comunidade internacional para
reduzir e pôr fim ao aumento do desmatamento da Amazônia. Some-se a isso, a
deterioração do solo que colocará em risco as unidades de conservação e os
serviços ambientais. Continua na Parte 2.<o:p></o:p></span></span></span></span></p>
<span style="mso-bookmark: _Hlk136253050;"></span><span style="mso-bookmark: _Hlk136251881;"></span>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><br /></p><div style="mso-element: footnote-list;">
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Documents/22023/FERROGR%C3%83O/PRIMEIRA%20PARTE%20EDITADA%20COPIADA%2029%2005.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Texto
introdutório extraído de: <a href="https://www.ihu.unisinos.br/categorias/159-entrevistas/615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro">https://www.ihu.unisinos.br/categorias/159-entrevistas/615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Documents/22023/FERROGR%C3%83O/PRIMEIRA%20PARTE%20EDITADA%20COPIADA%2029%2005.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://drive.google.com/file/d/1ApZKBZ1yYdvNpKCm335xqTMNBJ3vOwzn/view">https://drive.google.com/file/d/1ApZKBZ1yYdvNpKCm335xqTMNBJ3vOwzn/view</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Documents/22023/FERROGR%C3%83O/PRIMEIRA%20PARTE%20EDITADA%20COPIADA%2029%2005.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> MEIO
SOCIOAMBIENTAL – Comunidades tradicionais – p.276<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Documents/22023/FERROGR%C3%83O/PRIMEIRA%20PARTE%20EDITADA%20COPIADA%2029%2005.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
VOLUME I – ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) <o:p></o:p></p>
<p class="MsoFootnoteText">Tomo V - Passivos Ambientais<o:p></o:p></p>
</div>
</div>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-20835698121772996422022-10-18T13:41:00.006-03:002022-10-18T14:27:55.684-03:00Palco iluminado ou são só o que temos para hoje?<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvkRhT_2ibWHA7ekItmqP0NjPGw0ZV5K1EaJA7q6Ld9DJWTAWCpc7QH1WW5IQFYtSr_iKfPuyXs0SO1Tcc6JKEdQMiulABF5dag1YalSsHo3C3ji7INp9TrAyzyysiFReYAGHruX38JcLPkN0yblLyL0zs3EWvsz6T_6RWq1yW3YrtC_4yb03-e81Ufw/s1200/pngtree-main-picture-background-of-blue-stage-picture-image_1217922%20(1).jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1200" height="511" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvkRhT_2ibWHA7ekItmqP0NjPGw0ZV5K1EaJA7q6Ld9DJWTAWCpc7QH1WW5IQFYtSr_iKfPuyXs0SO1Tcc6JKEdQMiulABF5dag1YalSsHo3C3ji7INp9TrAyzyysiFReYAGHruX38JcLPkN0yblLyL0zs3EWvsz6T_6RWq1yW3YrtC_4yb03-e81Ufw/w511-h511/pngtree-main-picture-background-of-blue-stage-picture-image_1217922%20(1).jpg" width="511" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem: Pngtree</td></tr></tbody></table><br /><p class="MsoNormal"><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Telma Monteiro</i></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Eu realmente não entendo essa necessidade de
transformar um debate entre dois candidatos à presidência do Brasil em um show,
um espetáculo de luzes e cenários. Ao colocar no palco dois indivíduos que se
odeiam e na iminência de se agredirem fisicamente, além de desconectados com o
verdadeiro Brasil, a mídia tem sido incapaz de apresentar jornalistas com
capacidade de elaborar perguntas e transformar essa contenda em questões que os
brasileiros merecem ver respondidas sobre o seu futuro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Só falar sobre o passado avassalador e putrefato, sem que o futuro seja objeto da verdadeira motivação de
estarem ali. O objetivo, na verdade, é o espetáculo e a torcida
evidente para que o pior aconteça, ou melhor uma exposição ainda mais negativa
dos candidatos. Lamentável que a classe de jornalistas, emissoras de
TV, Youtube, rádios, portais, se unam no único propósito de medir audiência.
Não estamos tratando de um ringue de luta livre ou box, estamos tratando do
futuro das gerações de jovens brasileiros que estão sendo levados a acreditar que
votar é apenas uma obrigação, estamos tratando de democracia e que aqueles sujeitos que estão no palco iluminado, infelizmente, são só o que temos para hoje.<o:p></o:p></span></p>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-5400839684188538042022-09-29T15:08:00.013-03:002022-10-03T15:54:27.010-03:00MANIFESTO PELO MEIO AMBIENTE E PELA DEMOCRACIA<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">MANIFESTO PELO MEIO
AMBIENTE E PELA DEMOCRACIA<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"> </span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiAzniUl3NzFbrT674dqBctaIDX8DtexWo7iwHAfYNTv3SwQmKpVgsvOxrt88tM6xvJf5tQ5y-JILLjTAQy3fKW0YKeUbFNHW--4BUCOdTf4iQgIfn9vxsRbnH4_0jWLpP1blqolOhpUXTdal68InXttn5xCxcMc-2rpERUnmKsvUoE7m0G6ZulybrpA/s272/Clinainfo.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="185" data-original-width="272" height="315" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiAzniUl3NzFbrT674dqBctaIDX8DtexWo7iwHAfYNTv3SwQmKpVgsvOxrt88tM6xvJf5tQ5y-JILLjTAQy3fKW0YKeUbFNHW--4BUCOdTf4iQgIfn9vxsRbnH4_0jWLpP1blqolOhpUXTdal68InXttn5xCxcMc-2rpERUnmKsvUoE7m0G6ZulybrpA/w464-h315/Clinainfo.jpeg" width="464" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem: Climainfo</td></tr></tbody></table><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><br /></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Atualizado em 03 de outubro de 2022</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Os brasileiros estão
vivendo um momento difícil. Forças retrógradas empurram um país promissor e
formado por um povo valente e dócil para o caos. Nós somos livres e essa
liberdade custou muitas vidas ao longo da história. Neste momento essa
liberdade e a democracia estão em xeque com o risco de perdermos os esforços
que nos trouxeram até aqui. O resultado da eleição para presidente da República, em 30 outubro de 2022, fará diferença para o futuro de insegurança proposto pelo avanço
da extrema direita representada pelo atual governo. Sabemos que não só no
Brasil, mas no mundo, as forças do fascismo pairam sobre a liberdade dos povos.
Racismo, misoginia, antiambientalismo, homofobia, ataques às religiões de
matriz africana são exemplos de comportamentos criminosos ou antidemocráticos
que poderão se acirrar e impedir o desenvolvimento desta nação ainda promissora,
mas na iminência de perder sua liberdade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Ameaças à democracia se juntam
às piores práticas de exploração do meio ambiente que agravam o desequilíbrio
climático, somando forças com a extinção de órgão reguladores e enfraquecimento
da legislação ambiental no Brasil. Apesar de décadas de avanço na conquista de
uma legislação robusta de proteção do meio ambiente, biodiversidade, povos
originários, o que vemos agora é o retrocesso provocado por aqueles que hoje, em
nome de um movimento depredatório, procrastinam a ocupação e exploração de
territórios ocupados por florestas, rios, indígenas, quilombolas e ribeirinhos.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">O Brasil está em perigo. A
Amazônia está ameaçada. O Pantanal está ameaçado. O Cerrado está ameaçado. A
fauna está ameaçada. A mineração e o garimpo são monstros selvagens manipulados
por mercados de commodities exploratórias que poluem, degradam e matam. O
agronegócio predatório avança sobre territórios imemoriáveis. O fogo torna
carvão a floresta. A miséria já consome milhões de brasileiros. Faltam
remédios, falta comida, falta saúde, falta respeito ao povo brasileiro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">O Brasil está em
frangalhos, em mãos suspeitas e gananciosas de políticos corruptos que desconsideram
o direito fundamental dos brasileiros a um meio ambiente equilibrado. É momento
de destruir as armadilhas que nos prepararam e para isso conclamamos todos os ambientalistas
brasileiros ou não, para que no dia 30 de outubro de 2022 votem com a sabedoria do
amor. Conscientes do esforço empreendido nas duras lutas ambientais travadas pela
sociedade, com a Constituição de 1988, para a construção de um Brasil exemplo
ambiental para o mundo. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Clique no link para assinar o Manifesto: </span><a href="https://petitions.sumofus.org/petitions/manifesto-pelo-meio-ambiente-e-pela-democracia-1?source=whatsapp-share-button&utm_source=whatsapp&share=c2563e04-b34d-4b6c-a444-920515615166" style="text-align: left;">MANIFESTO PELO MEIO AMBIENTE E PELA DEMOCRACIA | SumOfUs Petitions</a></p>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-78049339304063984062022-08-10T13:27:00.003-03:002022-08-15T12:31:33.017-03:00Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSc_7ejqS9XHJW03q15aKp24PKLALMyW13wyf0PCcNh7VutO6LkgrGZu9SzuhfATYMsaDTFIjdZtnO_MfqpgLx2fn2DURo9AfLDzQrG5r0YCzMGdkIeAKES7abCUNfV_yl7IGZrMuqvRuKkDD1060TsTJdyooFfG38f2sQ4lCJuL3zPY-SC27g0v4l9g/s984/USP%20CARTA%20PELA%20DEMOCRACIA.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="738" data-original-width="984" height="420" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSc_7ejqS9XHJW03q15aKp24PKLALMyW13wyf0PCcNh7VutO6LkgrGZu9SzuhfATYMsaDTFIjdZtnO_MfqpgLx2fn2DURo9AfLDzQrG5r0YCzMGdkIeAKES7abCUNfV_yl7IGZrMuqvRuKkDD1060TsTJdyooFfG38f2sQ4lCJuL3zPY-SC27g0v4l9g/w560-h420/USP%20CARTA%20PELA%20DEMOCRACIA.webp" width="560" /></a></div><br /><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"></span></p><blockquote>Em agosto de 1977, em meio às comemorações do
sesquicentenário de fundação dos Cursos Jurídicos no País, o professor Goffredo
da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de
São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade
do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava
também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia
Nacional Constituinte.</blockquote><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a
ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de
nossas instituições, restabelecendo o estado democrático de direito com a
prevalência do respeito aos direitos fundamentais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Temos os poderes da República, o Executivo, o
Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso
de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a
completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas
quais o debate político sobre os projetos para país sempre foi democrático,
cabendo a decisão final à soberania popular.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A lição de Goffredo está estampada em nossa
Constituição “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração
têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com
respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas
eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda
há de ser feito. Vivemos em país de profundas desigualdades sociais, com
carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e
segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas
potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se
ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e
igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda
estão longe de ser atendidos com a devida plenitude.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o
início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e
executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da
democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o
eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por
momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições
da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ataques infundados e desacompanhados de provas
questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão
duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos
demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à
ruptura da ordem constitucional.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Assistimos recentemente a desvarios autoritários que
puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de
desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não
tiveram êxito, aqui também não terão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam
os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em
prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos
Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São
Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um,
clamamos as brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia
e do respeito ao resultado das eleições.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos
autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos
desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao
resultado das eleições.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas,
bradamos de forma uníssona:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Estado Democrático de Direito Sempre!!!!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><a href="https://www.estadodedireitosempre.com/">Faça parte dessa história. Assine a Carta.</a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> </span><a href="https://direito.usp.br/pca/arquivos/e0eac7e730c6_subscritores-da-carta-27.pdf" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"> CONFIRA LISTADE SIGNATÁRIOS</a></p>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-19794870307952663772022-07-25T13:10:00.000-03:002022-07-25T13:10:04.000-03:00Empresa italiana compra ouro ilegal de Terra Indígena no Pará<div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNA-O6cvrRdduHIDeVDyxpjb-fZTRCFcUBHdz5xieeXXdr_3f42zyGWVpY8I7TYCt5qjqVek5sbAx2d3xKObsRse8AAbC1U4hMLwj1BzLa2QXwdQdVcsTuAaTG2WrgZ-GJywMUGLUXgBSLZb2_izxnGwdYn4kR0K5Fhq-UR8FJNJDGkfRAytCe_R8xzA/s527/BarrasdeOuro2-527x212.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="212" data-original-width="527" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNA-O6cvrRdduHIDeVDyxpjb-fZTRCFcUBHdz5xieeXXdr_3f42zyGWVpY8I7TYCt5qjqVek5sbAx2d3xKObsRse8AAbC1U4hMLwj1BzLa2QXwdQdVcsTuAaTG2WrgZ-GJywMUGLUXgBSLZb2_izxnGwdYn4kR0K5Fhq-UR8FJNJDGkfRAytCe_R8xzA/w590-h238/BarrasdeOuro2-527x212.jpg" width="590" /></a></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"></span></p><blockquote><p> <span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">Empresa italiana paga R$
2,1 bi por ouro ilegal extraído em TI do PA</span></p></blockquote><blockquote>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">"O ouro extraído
ilegalmente nos garimpos da Terra Indígena Kayapó, no sul do Pará, foi comprado
pela Chimet SPA Recuperadora e Beneficiadora de Metais, sigla em italiano para
Química Metalúrgica Toscana, companhia que teve receita de cerca de R$ 18
bilhões em 2020. A CHM, responsável por “legalizar” o metal amarelo por meio de
fraude antes de enviar ao exterior, recebeu da Chimet, entre setembro de 2015 e
setembro de 2020, 317 milhões de euros (R$ 2,1 bilhões) com a venda de cerca de
uma tonelada do metal."</span></p></blockquote><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p></div><div><a href="https://www.noticiasdemineracao.com/empresas/news/1436534/pf-aponta-refinaria-italiana-como-compradora-de-ouro-ilegal-do-brasil" style="font-family: TwitterChirp, -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Empresa italiana compra ouro ilegal do Brasil</a></div><blockquote><span class="css-901oao css-16my406 r-poiln3 r-bcqeeo r-qvutc0" style="background-color: rgba(0, 0, 0, 0.03); border: 0px solid black; box-sizing: border-box; color: #0f1419; display: inline; font-family: TwitterChirp, -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; white-space: pre-wrap;">A PF investiga refinaria italiana Chimet que compra ouro de empresa ilegal da Amazônia </span><span class="css-901oao css-16my406 r-poiln3 r-bcqeeo r-qvutc0" style="background-color: rgba(0, 0, 0, 0.03); border: 0px solid black; box-sizing: border-box; color: #0f1419; display: inline; font-family: TwitterChirp, -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; white-space: pre-wrap;">brasileira. Documentos mostram que a empresa fornece ouro para gigantes da tecnologia do mundo: Amazon, Apple, Microsoft e Google. Fonte: </span><a href="https://www.noticiasdemineracao.com/empresas/news/1436534/pf-aponta-refinaria-italiana-como-compradora-de-ouro-ilegal-do-brasil">Notícias de Mineração Brasil - Pf Aponta Refinaria Italiana Como Compradora De Ouro Ilegal Do Brasil (noticiasdemineracao.com)</a></blockquote><div><br /></div><div><span style="background-color: #f1f1f1; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px;">Para chegar ao nome da refinadora italiana, a Polícia Federal (PF) investigou uma complexa organização criminosa do garimpo ilegal, formada por dezenas de personagens que atuam no sul do Pará e que mantêm conexões com empresas sediadas em São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro - que, por sua vez, usam esquema fraudulento para lavar e exportar o metal.</span></div><div><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">O esquema foi descoberto em outubro do ano passado com a Operação Terra Desolada, quando foram expedidos 12 mandados de prisão e 62 de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 469 milhões das contas dos investigados. Na quinta-feira (10), três meses depois da operação, todos os detidos foram soltos por meio de habeas corpus.</p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">A Chimet, grupo especializado em refinar ouro para a confecção de joias, como alianças de casamento, e para a formação de barras de ouro que são guardadas em cofres de bancos suíços, ingleses ou americanos, nasceu nos anos 1970 de um braço da Unoaerre, outra líder do setor na Itália e empresa quase centenária, que se apresenta como a responsável por produzir 70% das alianças de casamento vendidas no país. As duas são controladas atualmente pela mesma família, a Squarcialupi, e estão sediadas em Arezzo, cidade que tem tradição milenar na produção de joias.</p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">Descrita no seu próprio site como uma empresa "amiga do meio ambiente" e detentora de certificados de sustentabilidade "por sua atuação responsável", a Chimet afirmou que sempre compra o metal acompanhado de documentos que atestem sua origem legal.</p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">"As compras em questão sempre estiveram acompanhadas de documentação que atesta a proveniência lícita do metal, como demonstrado também das faturas e das autorizações para a exportação do fornecedor, além dos documentos da aduana, sejam brasileiros ou italianos", disse em nota. Entretanto, a empresa reconheceu "o risco de que efeitos negativos possam ser associados ao comércio e exportação de minerais de áreas de alto risco".</p><div class="article-ad-img text-center common-margin" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; float: left; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px 32.85px 24px 0px; padding: 0px; position: relative; text-align: center; width: 300.9px; z-index: 9;"><div class="ad-block" style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"><div data-google-query-id="CO2mrOizlPkCFTuwlQIdipEGNg" id="div-gpt-ad-7343241-1" style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"><div id="google_ads_iframe_/94815173/nmb_v4_secoes_channel_legislacao_category_mpu_1_0__container__" style="border: 0pt none; box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"><iframe aria-label="Advertisement" data-google-container-id="2" data-load-complete="true" frameborder="0" height="250" id="google_ads_iframe_/94815173/nmb_v4_secoes_channel_legislacao_category_mpu_1_0" marginheight="0" marginwidth="0" name="google_ads_iframe_/94815173/nmb_v4_secoes_channel_legislacao_category_mpu_1_0" role="region" scrolling="no" style="border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: bottom;" tabindex="0" title="3rd party ad content" width="300"></iframe></div></div></div></div><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Fiscalização</span></p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">O Brasil, nesse caso, é "a área de alto risco" devido à facilidade de se fraudar a origem do ouro, bem como à fragilidade da fiscalização por parte da Associação Nacional de Mineração (ANM) e demais órgãos. As notas fiscais que declaram a origem do minério são em papel, preenchidas pelo vendedor, que facilmente pode mentir sobre o local de onde foi extraído o metal.</p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">"Infelizmente, o ouro ilegal é uma realidade no mercado europeu. As empresas têm essa dupla face, compram ouro de procedência ilegal para atingirem certos padrões internacionais de quantidade de produção", afirma Nunzio Ragno, presidente da A.N.T.I.C.O., sigla da associação italiana para a proteção do setor do ouro.</p><p style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">O inquérito da PF aponta ainda que a Chimet adquire o produto da brasileira CHM, em uma relação de parceria "estabelecida há décadas" por intermédio do italiano Mauro Dogi e seu filho Giacomo, que moram no Brasil. Ambos são os sócios da CHM e figuram como investigados pelo comércio ilegal de minério.</p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">Eles são descritos pelos investigadores como "os principais destinatários do ouro ilegal oriundo das terras indígenas da região". Mauro Dogi já foi funcionário da Chimet na sua fábrica em Arezzo. "Observa-se que o próprio nome da empresa CHM é a simplificação de Chimet", diz o inquérito da PF, revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo.</p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">A CHM, por sua vez, comprou o metal da Cooperouri (Cooperativa de Garimpeiros e Mineradores de Ourilândia e Região) que, segundo a PF, extrai o ouro do território indígena. Como prova, os policiais informam que a empresa fundada por Dogi fez 25 depósitos à cooperativa, no total de R$ 11,7 milhões, no período de um ano (entre 2019 e 2020).</p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">Além de extrair o minério de área ilegal, segundo a PF, a Cooperouri também adquire o metal de garimpeiros e atravessadores clandestinos que atuam na mesma região - foram transferidos R$ 246 milhões a estes fornecedores entre setembro de 2015 e setembro de 2020.</p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">A Chimet, por meio do advogado Roberto Alboni, afirmou que Mauro Dogi trabalhou como operário na sede italiana durante cinco anos, entre 1990 e 1995, dando a entender que não se trata de pessoa que mantenha relação com os altos escalões da empresa. A companhia ainda contestou a informação citada na investigação brasileira: disse que sua relação com a CHM do Brasil durou "de quatro a cinco anos", sendo interrompida em outubro passado após a notícia da operação realizada pela Polícia Federal (e não décadas, como afirma o inquérito).</p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">Em nota, a CHM negou que tenha adquirido ouro de terras indígenas e disse que suas aquisições foram feitas "de cooperativas aptas a minerar em suas respectivas áreas, as quais sempre apresentaram a documentação legalmente exigida e necessária para exercer suas atividades." A empresa confirmou que o minério adquirido tem como destino grupos estrangeiros e afirmou que "todo o ouro comprado no mercado interno passa pelo crivo da Receita Federal e da Polícia Federal quando do processo de exportação". As atividades da empresa, segundo seus advogados, estão temporariamente suspensas.</p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">A reportagem tentou contato com a diretoria da Cooperouri, mas o advogado responsável pela defesa da cooperativa e de um dos seus diretores, Douglas Alves de Morais, não respondeu às perguntas até a publicação deste texto.</p><p dir="ltr" style="background-color: #f1f1f1; box-sizing: border-box; color: #363636; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 15px; line-height: 23px; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;">Tanto a Chimet como a Unoaerre têm certificados de boas práticas de organizações como a Responsible Jewellery Council, com sede em Londres, que elaborou uma linha guia para o setor de modo a observar a legalidade do ouro e a preservação dos direitos humanos, inclusive durante a sua extração. Elas ainda estão sujeitas a um regulamento aprovado pelo Parlamento Europeu em 2017 que impõe a obrigatoriedade do controle das fontes dos metais preciosos originários de fora da União Europeia e comprados por alguma empresa sediada na Europa. As informações são do Repórter Brasil.</p></div><div><br /></div>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-27017023227313554842022-07-19T12:19:00.004-03:002022-08-15T12:29:27.587-03:00Precisamos ir às ruas<div><br /></div><div><br /></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV97UG8yQd8ss1BXI6tsjOYSgo68GhK5JWfQRp6MNHRUNjWjW1DFnpJW6NEiFOd5EAX1IjwXEaEP1up_C_a-HAt5MHp4lsNjt0CilywLpYsBgcy8dDkF-odsIlZxON__6LZnXxTCrAxqOsCEmzDNB_y5-rjAywQb8-N9hgLYjvHp6lRy2YglgEZ7fBjg/s500/a-expressao-golpe-estado-coup-detat-em-frances-foi-desenvolvida-por-gabriel-naude-57d822a1a5c7c.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="470" height="565" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV97UG8yQd8ss1BXI6tsjOYSgo68GhK5JWfQRp6MNHRUNjWjW1DFnpJW6NEiFOd5EAX1IjwXEaEP1up_C_a-HAt5MHp4lsNjt0CilywLpYsBgcy8dDkF-odsIlZxON__6LZnXxTCrAxqOsCEmzDNB_y5-rjAywQb8-N9hgLYjvHp6lRy2YglgEZ7fBjg/w531-h565/a-expressao-golpe-estado-coup-detat-em-frances-foi-desenvolvida-por-gabriel-naude-57d822a1a5c7c.webp" width="531" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem: <a href="https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-golpe-estado.htm">Brasil Escola</a> </td></tr></tbody></table><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><i>Telma Monteiro</i></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Bolsonaro acaba de
escancarar para o mundo o golpe que pretende dar. Por muito menos que isso já
fomos às ruas em protesto. Nós estamos nos equilibrando numa linha tênue sobre
um precipício que pode não ter fim. Vivemos um momento perigoso de quase total submersão
numa crise institucional. Muita gente ainda não percebeu que a linha que nos separa
do autoritarismo está se rompendo.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quem vai impedir
Bolsonaro de concretizar seu projeto golpista? As vozes que se levantam nas
redes sociais pretendem substituir os protestos que deveriam acontecer em todas
as ruas do Brasil, todos os dias? Carregar cartazes e faixas contra esse golpe
em andamento é nossa única saída. Muitos movimentos se perderam ou perderam sua
força com protestos cibernéticos ou assinaturas online. As urnas vêm depois,
para sacramentar nossa escolha do Brasil que queremos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Chegou a hora de sair
para gritar, carregar faixas, colorir as faces, sem, contudo, derrapar para o
partidarismo. Somos todos brasileiros, esqueçamos por alguns meses nossa
ideologia e procuremos a união em torno de um único objetivo que é desqualificar
e impedir esse golpe. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">É preciso tingir de arco-íris
as ruas brasileiras. Que seja, também, de verde e amarelo que são as cores de
todos os brasileiros e não podemos nos impedir de usá-las. A democracia não é
cinza. A liberdade não é cinza. <o:p></o:p></span></p></div>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-91482359082446838552022-07-14T13:27:00.004-03:002022-07-14T13:27:33.024-03:00A volta de Lula ao Planalto e o futuro da região amazônica, por Rodolfo Salm<div><blockquote>Texto maravilhoso escrito pelo meu amigo Rodolfo Salm para o <a href="https://correiocidadania.com.br/2-uncategorised/15154-a-volta-de-lula-ao-planalto-e-o-futuro-da-regiao-amazonica">Correio da Cidadania</a>. Queria que ele soubesse que eu assino embaixo. Sim, vamos votar em Lula, acreditando que ele ainda vá fazer um "<i>mea culpa</i>" para todas as barbáries ambientais cometidas durante o seu governo e o de Dilma Rousseff. Não esqueçamos que foi Dilma quem editou o PL para reduzir o Parque Nacional do Jamanxim, e permitir a passagem da Ferrogrão. Concordo que Bolsonaro é bandido e tem como objetivo destruir a Amazônia e os povos indígenas, para dar lugar ao seu projeto de exploração. Rodolfo Salm, no entanto, com maestria, nos mostra que Lula pode reverter isso, e eu complemento que basta ele reeditar suas promessas da campanha de 2002, gravadas numa carta, onde prometia, entre outras coisas, não construir hidrelétricas na Amazônia. Obrigada, querido amigo Rodolfo Salm, você tirou um nó da minha garganta. Eis o texto: </blockquote></div><div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9nu2fYTdXoIVhEVh56TgOScZYFNB9n0fIqo9rWxEpq4hUCqY6WzCUGHHgYNgVKCClBmKTSKfZJ4FIfJuQedq6ASrPoVEU14Se9dCRT6KEOGfusfqWQ6U0D5v-0ZDaqwlu1Kgj_K9PDGcaCYIzRZUPHRSXkcyYTuo0Wx1_9tqVsynLB3igWAijHkUprw/s1170/lula_josecruz_agenciabrasil.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="1170" height="340" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9nu2fYTdXoIVhEVh56TgOScZYFNB9n0fIqo9rWxEpq4hUCqY6WzCUGHHgYNgVKCClBmKTSKfZJ4FIfJuQedq6ASrPoVEU14Se9dCRT6KEOGfusfqWQ6U0D5v-0ZDaqwlu1Kgj_K9PDGcaCYIzRZUPHRSXkcyYTuo0Wx1_9tqVsynLB3igWAijHkUprw/w570-h340/lula_josecruz_agenciabrasil.jpeg" width="570" /></a></td></tr></tbody></table></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Foto: José Cruz/ Agência
Brasil<o:p></o:p></span></p><span style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; font-size: 0px;"><br />oto: José Cruz/ Agência Brasil</span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Rodolfo Salm<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">14/07/2022<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A verdade é que eu enjoei
de escrever como o governo Bolsonaro é bandido, destruidor e tem feito de tudo
para acabar com a floresta amazônica. Muita gente tem escrito sobre isso melhor
do que eu e de forma mais detalhada. Posso até estar sendo precipitado, mas me
arrisco a dizer que esse governo acabou, que a eleição de Lula é certa, que ele
tomará posse e será o futuro presidente. Se eu errar alguma dessas previsões,
me perdoem, mas é desse ponto que começo minha reflexão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quando Lula tomar posse,
o país estará economicamente arruinado e o povo cheio de esperanças no
presidente que uma vez (quase) acabou com a fome e o desemprego. Mas ele pouco
poderá fazer no curto prazo. No entanto, a extrema direita não desaparecerá e
fará de tudo para desestabilizar o novo governo. Isso posto, estará ele
disposto a travar uma verdadeira guerra contra centenas de milhares de
garimpeiros, grileiros e toda a elite econômica de uma área equivalente a mais
da metade do território nacional?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Uma guerra necessária
para pôr um freio na destruição acelerada da floresta que ora apavora o mundo,
porque esse povo não vai aceitar recuar pacificamente. Acredito que nem Lula
saberia responder a tal questão. E caso estivesse disposto a enfrentar essa
gente, eu mesmo também acharia prudente não o dizer antes do tempo, para não
pôr em risco a eleição que estou dando como certa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Porém, algumas
declarações recentes sobre a região amazônica me deixaram especialmente
preocupado. Estão todas em uma entrevista que ele deu à rádio Band News de Manaus.
Em 80% da entrevista, falou coisas certíssimas e que não vêm ao caso comentar
agora porque já declarei meu voto nele no primeiro turno e estou escrevendo
para outros que também certamente já tomaram a mesma opção.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Vamos aos problemas:<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Lula defendeu a
reabertura e pavimentação da BR-319, que ligaria Manaus a Porto Velho, em
Rondônia. Empresários teriam dito que essa obra é fundamental para o
desenvolvimento da Zona Franca. Disse que, se feita com todo cuidado, incluindo
até pontos de travessia de animais, teria um impacto ecológico desprezível.
Ecologistas têm pânico da ideia de pavimentação da estrada, pois ela corta uma
das áreas mais preservadas da Amazônia, com florestas prístinas e povos
isolados, e ao mesmo tempo próxima de uma potente frente de colonização, que se
estende por toda a região sul da floresta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ao defender que a obra
seria viável, se feita "com todo cuidado", Lula incorre no mesmo erro
que cometeu lá atrás, em seu primeiro governo, quando avançou com a
pavimentação da BR-163 enquanto criou inúmeras unidades de conservação no seu
entorno, momentaneamente contendo os desmatamentos. O erro foi ignorar o fato
de que os ventos políticos sempre mudam e a governança que uma hora é forte
sempre pode ser enfraquecida. Não precisou nem o PT sair do governo e, sob
Dilma, os desmatamentos se alastraram ao longo da BR-163.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Mais tarde, com
Bolsonaro, a região se tornou o principal foco de desmatamento na Amazônia. O
estado atual de calamidade, evidentemente, é responsabilidade do atual governo,
mas precisamos admitir que também é, em boa parte, culpa de quem investiu na
pavimentação daquela estrada em primeiro lugar. Se Lula, em seu provável
próximo governo, persistir com a ideia de recuperar a BR-319, cedo ou tarde a
mesma coisa acontecerá.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Resta perguntar àqueles
empresários: se a estrada pavimentada é tão importante para a Zona Franca, como
ela já chegou tão longe sem este acesso? Assim, em nome da preservação da
floresta que está sendo devastada rapidamente neste momento, não poderia seguir
sem o acesso ecologicamente perigoso?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Outro ponto extremamente
problemático da entrevista foi sua defesa das hidrelétricas do Rio Madeira e de
Belo Monte, no Rio Xingu. Só não arranquei os adesivos da campanha de Lula do
carro porque são muitos e um amigo que entende das sutilezas da política me
alertou de que Lula não poderia fazer diferente neste momento mesmo que
estivesse arrependido ou não estivesse disposto a construir novas grandes
hidrelétricas na Amazônia. “A campanha é hora de defender suas administrações
anteriores e ponto final”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Foi aí que Lula disse que
os ambientalistas o criticavam por essas obras pois eram contra hidrelétricas
de modo geral. Portanto, seriam contra todas as hidrelétricas em qualquer lugar
e em qualquer situação, comparando a divergência àquela entre torcidas de times
de futebol rivais. Nem preciso argumentar que cada obra deve ser avaliada em
seu contexto específico. Lula gosta de contar uma história para ridicularizar
as preocupações dos ambientalistas. Diz que na época da construção de Itaipu,
os ecologistas alertavam que as barragens mudariam o eixo da Terra e o clima da
região. O fato é que foram construídas tantas barragens em altas latitudes,
especialmente no hemisfério norte, que mudamos levemente a distribuição de
massa do planeta, acelerando em uma fração de segundo o movimento de rotação da
Terra. Não que haja um problema em dias minusculamente mais curtos, mas o fato
ilustra a magnitude das transformações que estamos produzindo. Lula entendeu
tudo errado e segue repetindo a história como se os ecologistas fôssemos todos
estúpidos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Sobre o clima na região
Sul, quem acompanha as secas recorrentes na região pode dizer com segurança que
estavam errados ao dizer que Itaipu traria mudanças climáticas? A construção da
hidrelétrica certamente foi a causadora de grandes desmatamentos no Paraná que
foram, sim, responsáveis por mudanças climáticas. Itaipu certamente teve seu
papel no desenvolvimento do país, e ainda tem. Mas podemos falar o mesmo das
grandes hidrelétricas na Amazônia construídas sobre o seu governo? Ainda mais
agora que novas tecnologias de geração de energia surgem e ficam mais baratas a
cada dia?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Sobre a construção das
hidrelétricas do Madeira, Lula disse que chamou o maior especialista em
sedimentos do mundo, vindo da Índia, que lhe garantiu que as hidrelétricas
poderiam ser feitas sem problema nenhum. Mas para quê chamar alguém da Índia se
temos gente altamente qualificada nas nossas universidades? Muitas das quais
ampliadas ou criadas pelo próprio Lula, preciso destacar. Talvez porque os
nossos pesquisadores já condenavam a construção das hidrelétricas do Madeira
àquela época.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Eu não sou especialista
em sedimentos de rio, mas testemunhei como o lago de Belo Monte se tornou
lamacento em pouquíssimo tempo, sendo que o Xingu é um rio de águas claras com
pouco sedimento, o que faz com que o processo lá seja bem mais lento do que no
Madeira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Imagine tal processo
multiplicado várias vezes nos rios de água branca (que tem esse nome justamente
pela abundância de sedimentos) ... A prova das consequências negativas dessa
construção sobre a dinâmica de seguimentos do rio está nas enchentes observadas
nos últimos anos na cidade de Porto Velho. O rio, cheio de sedimentos, não dá
mais conta de sua vazão máxima e transborda abundantemente sobre a cidade
ribeirinha.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A energia hidrelétrica
pode parecer barata, mas quem paga o preço são as populações mais vulneráveis
nas cidades diretamente atingidas pela construção das barragens.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Lula ainda diminuiu a
preocupação com os grandes bagres que tiveram suas rotas migratórias
interrompidas pela construção das barragens. Disse que os peixes poderiam ser
criados em cativeiro pelos antigos pescadores, uma das grandes mentiras
divulgadas por barrageiros. Para começar, ribeirinho não é criador de peixe.
Depois, experimente criar uma pirarara ou um surubim em cativeiro. É a coisa
mais difícil do mundo. Impossível em escala comercial. Então não vamos falar
bobagem. Se Lula não está preocupado com os bagres, que pelo menos diga
claramente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O mais doído para mim foi
acompanhar o trecho da entrevista em que o ex-presidente falou sobre Belo
Monte, pois acompanhei de perto a luta contra a barragem e seu processo de
construção. Vivo hoje as consequências nefastas da obra, pois moro literalmente
na beira do lago de Belo Monte. Em primeiro lugar, Lula disse que conversou e
fechou acordo com todos, com ribeirinhos, com o MAB (Movimento dos Atingidos
por Barragens) e “até com o bispo” antes de decidir dar início à obra de Belo
Monte.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">É verdade que conversou
com muita gente, mas não fechou acordo com ninguém desses citados. Ouviu muitas
críticas e no final decidiu que ia fazer a barragem e pronto. Lula conversou
com o bispo Dom Erwin Kautler só para dizer que a hidrelétrica não nos seria
“enfiada goela abaixo”, como nos relatou o bispo. Só para depois fazer exatamente
isso. Quando mostramos essa declaração recente de Lula aos nossos companheiros
de luta, os ribeirinhos se revoltaram: “Eu não fiz acordo nenhum com ele”. A
mesma coisa disse o pessoal do MAB. Cá para nós, quando quer, Lula pode ser
bastante mentiroso (não tanto quanto Bolsonaro, caso algum minion queira tirar
essa frase de contexto). E vai ter que mudar isso aí se quiser reverter o
estado de bandidagem em que se encontra a região amazônica hoje em dia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Lula lembrou que Belo
Monte foi construída com um lago a fio d'água, que a área alagada não é muito
maior do que aquela já alagada anualmente pela cheia natural do rio. É verdade.
Mas não disse que a interrupção do ciclo de subida e descida das águas teria
efeitos profundos sobre a ecologia de mais de uma centena de quilômetros de
rio. Para começar, aquelas árvores que passavam parte do ano debaixo da água e
outra parte no seco, morreram, apodreceram e tornaram a qualidade da água
péssima.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Já falei sobre o acúmulo
de sedimentos que transformou o fundo do rio em um imenso lamaçal. A Volta
Grande do Xingu hoje em dia sofre com a falta d'água, prejudicando a
navegabilidade e os processos naturais necessários à sobrevivência dos peixes e
tracajás. Isso para não falar dos impactos sociais, que foram terríveis, principalmente
sobre os mais vulneráveis, como crianças entregues à prostituição, por exemplo.
Hoje em dia Altamira tem uma das maiores taxas de criminalidade do país. A
cidade foi invadida por gangues como o Comando Vermelho na época de Belo Monte,
que seguem firmes por aqui. Altamira tem um dos maiores índices de suicídio de
jovens do país. Lula disse na entrevista que não sabe de nada disso porque
desde que deixou a presidência parou de acompanhar o caso. Mas os problemas de
Altamira volta e meia aparecem nos principais jornais impressos e na televisão.
Se Lula parou de acompanhar notícias desde que deixou o Planalto, como pode se
habilitar como candidato à presidência? Claro que não é verdade. Soltou mais
essa para não precisar falar dos problemas que sabe ter criado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Altamira era uma cidade
feliz diante de um rio vivo e limpo. Hoje, a cidade é triste, morta e sem
perspectiva. O mais irônico é que aqueles que criticavam a barragem na época de
sua construção são os mesmos que estão defendendo a eleição de Lula nesse momento.
Todos os que defendiam e foram beneficiados por Belo Monte, estão com
Bolsonaro. Lula sempre foi um desenvolvimentista, enquanto Bolsonaro é um
bandido da pior espécie. Por isso estamos com o primeiro. Agora, será ele capaz
de controlar a bandidagem alucinada que tomou conta da Amazônia? Ele vai fazer
a reforma agrária de que tanto precisamos? Ou vai permitir a construção do
Ferrogrão, cujas terríveis consequências já foram <a href="https://www.youtube.com/watch?v=782zpWySDbs">bem descritas por Telma Monteiro</a>? Vai acabar com os garimpos, zerar os desmatamentos e pôr um controle
rígido sobre a mineração? Ou vai se unir novamente às elites locais, nos
deixando mais uma vez uma ou outra sobra?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Seria muito fácil para ele
ser muito melhor que o governo atual “em comparação” sem, no entanto, fazer as
mudanças profundas necessárias a uma verdadeira transformação. Ele vai se
conformar com essa opção politicamente mais simples? Difícil responder. Só o
tempo dirá. Até o dia da posse seguirei torcendo para que dê tudo certo.
Depois, colocando pressão para que ele, em sua última chance na vida, cumpra o
seu destino de nos ajudar a realmente mudar esse país para melhor. Se quiser,
de fato, fazer isso, terá de desafiar grandes forças econômicas e terá de
travar uma verdadeira guerra na Amazônia. As elites locais serão, sem dúvida,
uma força potente pela devastação, mas a comunidade internacional também pode
se unir a ele em uma espiral ecológica virtuosa. Espero que tenha vontade e
coragem para tal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><b>Rodolfo Salm é PhD em
Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, formou-se em Biologia
pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Atualmente é
professor da Universidade Federal do Pará.</b></span></p></div>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-92165516326178425422022-07-08T14:25:00.000-03:002022-07-08T14:25:59.350-03:00Ferrogrão - menos atrativa para os investidores<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbw6FDefTvp_Blv3hzYMAPwCOoT50NRvcSsXU5tW0yG-U7ah-J8CsxxOUSfrIBjjUtn-NpxtLPh3RfDTd1vP_9HmzaFOaVuNtPjUJJqnIaHbzALz5u1GKVQqUYP2fQagLUFlGKAOT2hrwIFUcHFtwqpVYIyfFGz9DXBxN7dmUtasJZcN50lH2Q_dZfNw/s1648/Captura%202%20Ferrogr%C3%A3o%20EIA%202020.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="812" data-original-width="1648" height="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbw6FDefTvp_Blv3hzYMAPwCOoT50NRvcSsXU5tW0yG-U7ah-J8CsxxOUSfrIBjjUtn-NpxtLPh3RfDTd1vP_9HmzaFOaVuNtPjUJJqnIaHbzALz5u1GKVQqUYP2fQagLUFlGKAOT2hrwIFUcHFtwqpVYIyfFGz9DXBxN7dmUtasJZcN50lH2Q_dZfNw/w557-h275/Captura%202%20Ferrogr%C3%A3o%20EIA%202020.PNG" width="557" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem EIA da Ferrogrão - Parque Nacional do Jamanxim</td></tr></tbody></table></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Telma
Monteiro<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"></span></p><blockquote>A
Ferrogrão está cada vez menos atrativa para os investidores. O Supremo Tribunal
Federal (STF) retirou de pauta – <i>sine die</i> - o julgamento da ADIN sobre a
Ferrogrão ou EF-170 que teria acontecido no dia 15 de junho (2022). Só para
atualizar, em março de 2021, provocado por um pedido do PSOL ao STF, o projeto
foi paralisado por uma liminar concedida pelo Ministro Alexandre de Moraes.
Afinal, uma ferrovia de 933 km para atravessar no sentido Norte-Sul o Parque
Nacional do Jamanxim, uma Unidade de Conservação Federal de restrição total,
não é algo que passe desapercebido pela comunidade internacional de olho no
desmatamento da Amazônia.</blockquote><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Além
desse desgaste, existe nos bastidores a preocupação com os custos da ferrovia,
que já estão estimados em mais de R$ 20 bilhões, com viés de alta. Explicações? Sim,
muitas. Entre elas a extensão da Ferrogrão que, de tão longa e sem terminais ao
longo do traçado, poderia levar alguns anos para ser concluída sem que se tenha
uma real noção dos custos. Mais um problema é o projeto mal pensado, segundo
analistas do setor. Sem previsão atualizada de custos, considerando, inclusive,
as questões ambientais e os impactos negativos sobre a floresta e as terras
indígenas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas,
mesmo com as investidas do governo federal para agilizar a decisão no STF, o
ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, resolveu deixar o julgamento
para depois das eleições de 2022. O movimento da bancada ruralista do Congresso
Nacional não foi suficiente para pressionar o STF. Na minha análise, qualquer
que fosse o resultado do julgamento, ele seria usado na campanha da reeleição de
Bolsonaro. Se a Ferrogrão fosse liberada pelo STF, seria uma vitória para o
governo e o agronegócio. Mas se ao contrário, o plenário mantivesse a decisão
de que alterar os limites do PARNA Jamanxim é inconstitucional, Bolsonaro jogaria
para a plateia a “perseguição” ao seu governo. A atitude do STF de não julgar
agora a questão foi acertada. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
governo brasileiro não se preocupou com a importância da biodiversidade no
traçado da Ferrogrão, no Corredor de Sociobiodiversidade do Xingu (CSX), na
Amazônia oriental, desconsiderando os impactos ambientais e sociais. A prova
disso é a aprovação do traçado que corta o PARNA Jamanxim. A sucessão de erros
iniciada no governo de Dilma Rousseff, com a edição da MP758/2016 que virou a
lei inconstitucional 13.452/2017 para desafetar o Parque Nacional do Jamanxim,
acabou por violar os artigos 216, 225, §1º, inciso III e 231 da Constituição
Federal. Motivos mais que suficientes para que Alexandre de Moraes concedesse a
liminar que paralisou o projeto, em março de 2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Interessados
na Ferrogrão<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Apesar
do empenho do governo federal e do ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio
Gomes de Freitas, no Roadshow de ofertas de projetos de infraestrutura, que
percorreu de Nova Iorque à Dubai, passando por Espanha e França, não houve
nenhum interessado na Ferrogrão, oficialmente. O Fundo Mubadala, se mostrou
fracamente interessado na Ferrogrão e acenou positivamente ao então ministro. O
Mubadala é um Fundo Soberano, investidor com grande variedade de ativos, em
setores diversos e muitas regiões do mundo, que tem em sua carteira desde
petróleo, gás, infraestrutura, com o único fim de beneficiar os Emirados Árabes
Unidos. O Fundo chegou a adquirir, recentemente, uma refinaria da Petrobras na
Bahia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ainda
sobre o Mubadala, é importante ressaltar que ele pretende disputar os leilões
de concessão rodoviária no Brasil. O Metrô do Rio de Janeiro (Metrô Rio e
empresa Metrô Barra) já é empresa subsidiária desse Fundo que foi criado em
2008, com sede em Abu Dhabi. O Mubadala tem investimentos em defesa, energia e
mineração em mais de 50 países. No Brasil o fundo está de olho em portos,
estradas, óleo e gás, logística e participou de licitação para aquisição de uma
rede de gasodutos no Nordeste. O Mubadala é um negócio de US$ 243 bilhões
distribuídos em seis continentes e está mirando seriamente o Brasil. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
tempo, vale mencionar que o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, esteve
reunido na sede do fundo Mubadala, em Abu Dhabi, em fevereiro deste ano (2022),
com o fim de atrair recursos para projetos que envolvem etanol, fertilizantes,
mercado de carbono e infraestrutura. De olho na Ferrogrão, o Mubadala, não se
comprometeu ainda, talvez aguardando a decisão do STF sobre a ação de inconstitucionalidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Outro
grupo que se mostrou interessado na Ferrogrão é a Citic, empresa de
investimentos que pertence ao governo chinês, considerado um fundo-Estado com
uma carteira de US$ 1,4 trilhão. Há entendimento no governo de que aos chineses
interessaria muito a ferrovia, levando-se em conta a necessidade de escoamento
de grãos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Aproveitando
a oportunidade, é importante mencionar nesse contexto a atuação da empresa
Hidrovias do Brasil envolvida em aquisições e parcerias no setor de transporte hidroviário.
De olho no fluxo de grãos para o Arco Norte, se a Ferrogrão sair do papel, o governo
brasileiro pode tirar da gaveta o Complexo Tapajós, com as hidrelétricas e
eclusas. Hidrovias do Brasil, adquirida pelo Pátria Investimentos tem na mira a
Integração Logística (AL).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Conclusão<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
Ferrogrão começa com um projeto falho e acaba com o não cumprimento da
legislação socioambiental, aí incluídos os impactos negativos sobre as terras
indígenas e o aumento do desmatamento. Apesar da alteração da licitação para
concessão simplificada e a ausência de interesse demonstrado por grandes
investidores e empresas nacionais e internacionais, um fato chama nossa
atenção: a habilitação oficial de uma pequena empresa nacional, sem histórico
comprovado de obras de grande porte, com um capital social incompatível com as
dimensões e abrangência da obra. Como uma empresa local sediada na cidade de
Sorriso, MT, pequena construtora de casas populares, pode sustentar
financeiramente tal empreitada?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Uma
teoria, no entanto, não pode ser descartada. A Ferrogrão, projetada para ter
933 km para ligar Sinop (MT) à Miritituba (PA), como já mencionado acima,
levaria alguns anos para ser concluída, portanto sem que o aporte de
investimentos necessário seja dimensionado com precisão. A Zion Real Estate
Ltda. ME, a empresa habilitada (segundo a publicação DO da União, em 24 de
janeiro de 2022, com assinatura de Marcelo Sampaio Cunha Filho, atual ministro
da Infraestrutura) pelo Ministério da Infraestrutura, ainda sob a administração
do ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (atual candidato ao governo do estado
de São Paulo). O ponto que mais chama a atenção nessa habilitação/autorização é
que ela foi concedida fora do padrão proposto inicialmente, ou seja, um projeto
único sem intersecções. Na publicação do Diário Oficial da União, no entanto, consta
que a Ferrogrão foi desmembrada <u>em três etapas ou trechos</u>, e considerada
como três estradas de ferro: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">1.
“autorização para construção e exploração de Estrada de Ferro entre os
municípios de Sinop/MT e o município de Moraes Almeida/PA, pelo prazo de 99
anos”; <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">2.
“autorização para construção e exploração de Estrada de Ferro entre os
municípios de Moraes Almeida/PA e o município de Novo Paraná (PA), pelo prazo
de 99 anos”; <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">3.
“autorização para construção e exploração de Estrada de Ferro entre os
municípios de Novo Paraná (PA) e o município de Miritituba (PA), pelo prazo de
99 anos”.<o:p></o:p></span></p>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmBDE7KP5daXJlXOIGTERWMlb1Fsowa1dD0YdO0oH9v8AgNXoI8HhsVnfdGE59hBqAli_1Z01E5x_kq8idZMZ3a859Qbs_1ERSrQpkvFkYY5kG66B5HtlvFQwMzPM9Q6BjB8ShOZTXzKDEOtHcsB2q1X-VjSJbjgmuCLgbUQT2XfQqipRqAKnvPk18Ew/s1406/Di%C3%A1rio%20Oficial%20facsimile.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="762" data-original-width="1406" height="326" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmBDE7KP5daXJlXOIGTERWMlb1Fsowa1dD0YdO0oH9v8AgNXoI8HhsVnfdGE59hBqAli_1Z01E5x_kq8idZMZ3a859Qbs_1ERSrQpkvFkYY5kG66B5HtlvFQwMzPM9Q6BjB8ShOZTXzKDEOtHcsB2q1X-VjSJbjgmuCLgbUQT2XfQqipRqAKnvPk18Ew/w605-h326/Di%C3%A1rio%20Oficial%20facsimile.PNG" width="605" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Facsimile da publicação no DO da União</td></tr></tbody></table><br /><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Essa
partição da Ferrogrão, pode explicar alguns pontos:</span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: 150%; margin-left: 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
Zion pode ser apenas uma “cobertura” para espera de alguma outra ou algumas
outras empresas brasileiras/investidores internacionais;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-left: 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">2.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
partição em três trechos facilitaria que armazéns, pátios, centrais intermodais
fossem construídos, possibilitando que além de grãos, pudesse ser transportado
minério para o Arco Norte;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-left: 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">3.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Poderia,
também, haver três empresas diferentes interessadas, uma para cada trecho;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-left: 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">4.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Análises
dão conta que sendo as safras de grãos sazonais, poderia acarretar períodos em
que a Ferrogrão teria alto índice de ociosidade e um custo operacional maior,
não absorvível pela concessionária;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-left: 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">5.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Outro
ponto importante é que, com três trechos, haveria impactos não dimensionados
com uma ocupação desordenada maior e a
construção de mais rodovias/ferrovias, aumentando o desmatamento em direção ao
Xingu (para leste) e em direção aos Munduruku (oeste);<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: 150%; margin-left: 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">6.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Com
o crescimento das áreas de ocupação, desmatamento e avanço do agronegócio, mais
impactos atingiriam as terras indígenas, além da expansão do garimpo e
mineração. <o:p></o:p></span></p>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-73454520382698747752022-06-18T10:40:00.003-03:002022-06-18T10:40:34.475-03:00Apoio ao Acampamento Nova Aliança de resistência à instalação da Mineradora canadense Belo Sun, ao lado de Belo Monte<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/3zbTJKDWvJM" title="YouTube video player" width="560"></iframe>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-33528183257585191992022-06-17T19:28:00.000-03:002022-06-17T19:28:07.575-03:00Vale do Javari: lavra garimpeira de ouro ilegal Pesquisa de Telma Monteiro<div><br /></div><div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEboDieuPnytNyQKP3wD0LfnlERCfebuUX-bwaDT17IyzlEiQOY984Zsst6ajLHHIKXV3d8yjoQWHZzyD1frnq6_W4y5HVXWcM1lkcjn1wTUc6Mcfs8-_Sus08zhySieNopdpTXhybmV1WFm9dhWLuhcvw8DxJI4eooStdI8v4kPt4s8iagpRybxgcrQ/s1703/LAVRA%20GARIMPEIRA%20COOGAM.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="801" data-original-width="1703" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEboDieuPnytNyQKP3wD0LfnlERCfebuUX-bwaDT17IyzlEiQOY984Zsst6ajLHHIKXV3d8yjoQWHZzyD1frnq6_W4y5HVXWcM1lkcjn1wTUc6Mcfs8-_Sus08zhySieNopdpTXhybmV1WFm9dhWLuhcvw8DxJI4eooStdI8v4kPt4s8iagpRybxgcrQ/w481-h227/LAVRA%20GARIMPEIRA%20COOGAM.PNG" width="481" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Rio Quixito e rio Itaquí, com 9 mil ha, no Vale do Javari, de Permissão de Lavra Garimpeira (PLG), de ouro, concedida pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Essa permissão foi dada na região de faixa de fronteira e Terra Indígena (em rosa no mapa). À direita no mapa pode-se ver processo minerário de Nióbio em sobreposição à Terra Indígena. </div><p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrlruhmyctCDTwp5sLHje6t2L_nbceIhzt0q60nFyuPIiBfke1Ph2oMXiC2krRViLfgW7ztnZHMbHwyyxJD6348nPKXADAjuNBCNTe607SkexsSvWq6SG0aZhKKmcIJqxmQBEHF5yKqoKh2MSkc2pxPND8IXR-wm63jkyAa1t32r8ybZBWF61_noVXBg/s1855/COOGAM%20LAVRA%20RIO%20ITUI%20ATALAIA%20DO%20NORTE%20DETALHES.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="884" data-original-width="1855" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrlruhmyctCDTwp5sLHje6t2L_nbceIhzt0q60nFyuPIiBfke1Ph2oMXiC2krRViLfgW7ztnZHMbHwyyxJD6348nPKXADAjuNBCNTe607SkexsSvWq6SG0aZhKKmcIJqxmQBEHF5yKqoKh2MSkc2pxPND8IXR-wm63jkyAa1t32r8ybZBWF61_noVXBg/w560-h265/COOGAM%20LAVRA%20RIO%20ITUI%20ATALAIA%20DO%20NORTE%20DETALHES.PNG" width="560" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Processo da COOGAM na Agência Nacional de Mineração (ANM), para o Vale do Javari</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD2AWIqe-GPi1LeKYn57amdOHzp8jSguEbS1fnqpdHHNUk6Zk-ryuQIg0fUPBUK9s4he20YVzcIUqfzelG5gK8AdWhbCRMb3yD4SQFXfmeagaTcYv8mOCULpgtRvyIc0mgSXZjhRqdd6z8aYWrxxnLrez9dHc53OXKrlTugDPXlvTYR2fADYi_pEKPgA/s1720/SEDE%20MUNICIPAL%20DE%20ATALAIA%20DO%20NORTE.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="738" data-original-width="1720" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD2AWIqe-GPi1LeKYn57amdOHzp8jSguEbS1fnqpdHHNUk6Zk-ryuQIg0fUPBUK9s4he20YVzcIUqfzelG5gK8AdWhbCRMb3yD4SQFXfmeagaTcYv8mOCULpgtRvyIc0mgSXZjhRqdd6z8aYWrxxnLrez9dHc53OXKrlTugDPXlvTYR2fADYi_pEKPgA/w491-h209/SEDE%20MUNICIPAL%20DE%20ATALAIA%20DO%20NORTE.PNG" width="491" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Em lilás a Permissão de Lavra Garimpeira em Atalaia do Norte, Vale do Javari</td></tr></tbody></table></p><blockquote class="twitter-tweet"><p dir="ltr" lang="pt">Garimpo no <a href="https://twitter.com/hashtag/ValedoJavari?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#ValedoJavari</a> em toda a extensão do Rio <a href="https://twitter.com/hashtag/Itaqu%C3%AD?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#Itaquí</a> e do rio <a href="https://twitter.com/hashtag/Quixito?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#Quixito</a> (em roxo no mapa) no município de Atalaia do Norte, Vale do Javari, onde foram assassinados <a href="https://twitter.com/hashtag/DomPhillips?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#DomPhillips</a> e <a href="https://twitter.com/hashtag/Bruno?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#Bruno</a>. Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) emitida pela ANM, em faixa de fronteira e TIs. <a href="https://t.co/ues2bjSVrM">pic.twitter.com/ues2bjSVrM</a></p>— Telma Monteiro (@TelmaMonteiro) <a href="https://twitter.com/TelmaMonteiro/status/1537868177278902277?ref_src=twsrc%5Etfw">June 17, 2022</a></blockquote> <script async="" charset="utf-8" src="https://platform.twitter.com/widgets.js"></script></div>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-30453004869995182332022-06-15T12:07:00.001-03:002022-06-15T12:07:43.056-03:00STF tira de pauta o julgamento da Ferrogrão<p><br /></p><p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCM8NUY-UXNxvqo5BIYs6EcbpuqcYU-JP4TXVPh0b75qVMRlrhbRwOW3gXtZ0acw_QGRwcAQpEugLjK8GYj2fTV-B6bu39LEu8q2kavIqqanMkkJShzhw8Bq9EeCYQrI-AidQ5g-IlEV0-Eh7gb3gqNzlhO6SLbSyKTfFJeIniLWxtqOXv7KpkZa9RlQ/s398/download.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="398" data-original-width="308" height="606" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCM8NUY-UXNxvqo5BIYs6EcbpuqcYU-JP4TXVPh0b75qVMRlrhbRwOW3gXtZ0acw_QGRwcAQpEugLjK8GYj2fTV-B6bu39LEu8q2kavIqqanMkkJShzhw8Bq9EeCYQrI-AidQ5g-IlEV0-Eh7gb3gqNzlhO6SLbSyKTfFJeIniLWxtqOXv7KpkZa9RlQ/w471-h606/download.png" width="471" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Traçado na Ferrogrão que atravessa o Parque Nacional do Jamanxim,<br />Unidade de Conservação Federal de restrição total</td></tr></tbody></table><br /> <a href="https://twitter.com/hashtag/Ferrogr%C3%A3o?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#Ferrogrão</a>: o projeto que seria julgado hoje (15) no <a href="https://twitter.com/hashtag/STF?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#STF</a> foi retirado de pauta. Ótimo, pois há sérios indícios de irregularidades no processo de licenciamento. A <a href="https://twitter.com/hashtag/Amaz%C3%B4nia?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#Amazônia</a> tem sido palco de violações dos direitos dos povos indígenas. <a href="https://twitter.com/hashtag/DomPhillips?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#DomPhillips</a> e <a href="https://twitter.com/hashtag/Bruno?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#Bruno</a> <a href="https://t.co/lNSoq1Rg8r">pic.twitter.com/lNSoq1Rg8r</a></p><blockquote class="twitter-tweet">— Telma Monteiro (@TelmaMonteiro) <a href="https://twitter.com/TelmaMonteiro/status/1537085904317304832?ref_src=twsrc%5Etfw">June 15, 2022</a></blockquote> <script async="" charset="utf-8" src="https://platform.twitter.com/widgets.js"></script>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-31821743584601796942022-05-19T14:09:00.001-03:002022-05-19T14:09:20.338-03:00Ferrogrão: anatomia de uma megaobra sem grandes interessados<br />
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL3CmtNuZS5MfEOBxBA5fN6EkxI7_rYjpRkzFCSjTaPUPg4waIr1h5nIynrpXbQ4Dm9mHh50cYnifplQtTAIieWKkxwbmfg-aLDun81bdjFXWBEbYVdRacHq7QivVNCzLFd5nm5ioJBGMGkdlOff_eyYo5v7gANtiKtywA2136s5hw5qkUVK2klImJVA/s1024/Depositphotos_384079876_xl-2015-1024x768.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL3CmtNuZS5MfEOBxBA5fN6EkxI7_rYjpRkzFCSjTaPUPg4waIr1h5nIynrpXbQ4Dm9mHh50cYnifplQtTAIieWKkxwbmfg-aLDun81bdjFXWBEbYVdRacHq7QivVNCzLFd5nm5ioJBGMGkdlOff_eyYo5v7gANtiKtywA2136s5hw5qkUVK2klImJVA/w533-h400/Depositphotos_384079876_xl-2015-1024x768.jpg" width="533" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dephositphotos</td></tr></tbody></table><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Reprodução </span><a href="https://correiocidadania.com.br/34-artigos/manchete/15049-ferrograo-anatomia-de-uma-megaobra-sem-grandes-interessados" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Correio da Cidadania</a></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"></span></p><blockquote><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">A
síntese é um quadro onde o ordenamento jurídico de proteção ao meio ambiente e
aos povos da terra é desmantelado pelo próprio governo, ao passo que os
entraves burocráticos e as empresas nacionais mais capacitadas para grandes
obras praticamente desapareceram na esteira da Lava Jato. Ficou muito mais
fácil realizar obras ferroviárias, pois o novo regime de autorização aprovado
no final de 2021 pelo Congresso Nacional permite que qualquer empresa se
habilite. Não há mais a chamada licitação. </span></blockquote><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p> </o:p><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Gabriel
Brito, da Redação</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p> </o:p><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Era
15 de agosto de 2012 quando o governo federal de Dilma Rousseff lançou Plano de
Investimentos em Logística (PIL), a mais ambiciosa iniciativa do governo
federal para ativar o setor produtivo nacional e sustentar um ‘milagre
econômico petista’ que já se mostrava declinante. O pacote visava promover
concessões e outorgas em portos, aeroportos, rodovias, hidrovias e ferrovias, e
movimentaria por volta de 450 bilhões de reais em investimentos.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Era
o tempo da euforia dos mercados com o modelo econômico brasileiro, em vias de
ser coroado pelos megaeventos esportivos, e empresas como Odebrecht, OAS e
Camargo Correa pontificavam no setor produtivo privado nacional. Dilma acabara
o que na época ficou conhecida como “a faxina anticorrupção”, principal marca
de seu primeiro ano de governo, quando demitiu seis ministros no primeiro
semestre de seu mandato por acusações de corrupção.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">O
PIL fora concebido também como política de contenção às altas taxas de juros em
voga. No entanto, com uma taxa de retorno dos projetos que não foi além de 7%,
os grandes “investidores” não puderam sair de suas cômodas aplicações em
títulos financeiros, em especial do Tesouro, que pagavam juros de dois dígitos
sem qualquer risco ou exigência de gasto produtivo real.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">O
pacote de investimentos não decolou e, para muitos, as iniciativas da então
presidente em moralizar seu gabinete de governo começaram a custar a lealdade
do aliado PMDB e do sempre governista ‘centrão’. Seu mandato terminou em
estagnação econômica e uma vitória eleitoral apertada que prenunciava uma
dificílima governabilidade para o segundo mandato.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">No
meio do ambicioso pacote descansava o projeto de construção da EF-170, mais
conhecida como </span><a href="https://correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/13042-ferrograo-consolidando-a-invasao-da-amazonia-2"><span class="LinkdaInternet"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Ferrogrão</span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">, uma portentosa </span><a href="https://correiocidadania.com.br/meio-ambiente/14927-projeto-da-ferrograo-o-brasil-esta-sendo-rifado-no-exterior"><span class="LinkdaInternet"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">estrada
de ferro de mais de 900km de extensão que ligaria o polo agroextrativista de
Sinop-MT ao porto de Miritituba, norte do Pará</span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">, escoadouro da
produção agromineral brasileira.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Já no governo Temer, o consórcio EDLP – Estação da Luz Participações Ltda. –
foi escolhido para realizar os estudos da Ferrogrão ou EF-170. O grupo envolvia
as tradings Amaggi, ADM, Bunge, Cargill, Dreyfus e EDLP, que custearam os
estudos técnicos e de diagnóstico ambiental da ferrovia para a Agência Nacional
de Transporte Terrestre (ANTT).</span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">“Em
2014, o Ministério da Infraestrutura publicou um edital para a elaboração dos
Estudos de Viabilidade da ferrovia, e a Estação da Luz Participações – EDLP -
se propôs a fazer o relatório de viabilidade técnica, entregue em 2016.
Inicialmente, a Ferrogrão seria licitada por um período de 69 anos. No governo
de Jair Bolsonaro a regra está mudando para um regime de concessão em que os
investidores ou empresas poderão obter uma Autorização Simplificada, conforme a
Medida Provisória – </span><a href="https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/2296832"><span class="LinkdaInternet"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">MP
1065/21</span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">,
um novo marco legal do transporte ferroviário que dá permissão para construção
de novas ferrovias por meio desta autorização simplificada, sem necessidade de
licitação. O custo atualizado da construção da Ferrogrão já está perto dos R$
20 bilhões. A ideia do governo federal é um retrocesso histórico comparável com
a época da ditadura militar, que tinha o objetivo de ‘ocupar’ o vazio
demográfico na Amazônia”, escrevera a ambientalista e pedagoga </span><a href="https://correiocidadania.com.br/72-artigos/imagens-rolantes/15036-correiocast-11-ferrograo-ef-170-e-a-exploracao-da-amazonia"><span class="LinkdaInternet"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Telma
Monteiro</span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">,
em trabalho pioneiro sobre o tema a respeito deste projeto.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Em
busca de investidores</span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Se
antes vivia-se uma euforia econômica quase sem precedentes, a ponto de um
projeto de tal envergadura obter pouco destaque nos debates de então, hoje
observa-se um país devastado por uma pandemia e uma crise econômica sem data
pra acabar, com alta descontrolada de preços, desemprego e corrosão da renda
média dos trabalhadores. Membro de um governo que não tocou nenhuma obra
relevante, </span><a href="https://correiocidadania.com.br/meio-ambiente/14847-ferrograo-roadshow-2021-e-a-exploracao-historica-da-amazonia"><span class="LinkdaInternet"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">o
então ministro da Infraestrutura Tarcisio Gomes fez um “Roadshow”</span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"> por países
líderes do capitalismo global em outubro de 2021, a fim de obter financiamento
privado para a EF-170. Afinal, a febre brasileira do “combate à corrupção” veio
acompanhada de uma política macroeconômica de uma nota só, onde reina
inconteste a austeridade total nos orçamentos públicos sociais e o BNDES foi
extinto de seu papel de indutor do crescimento econômico. Mas, como se vê nas
iniciativas governamentais de repaginar o Bolsa Família e tentar restringir os
impactos da inflação em alimentos, combustíveis e energia, a fé no setor
privado como organizador da retomada dos investimentos e da atividade econômica
produtiva parece arrefecer.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">E,
apesar do interesse formal manifestado por grandes holdings do setor
agromineral, nacional e internacional, o ministro voltou de mãos abanando. O
violento processo de desmonte das legislações e órgãos de controle ambiental,
associado ao brutal mandato do ministro Ricardo Salles no Ministério do Meio
Ambiente, amplamente condenados pela opinião pública e governos dos países
líderes da economia global, parece ter gerado o chamado ambiente de insegurança
jurídica.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Além
disso, ao longo dos primeiros três anos de governo Bolsonaro, o país foi
pautado por episódios marcantes, como o Dia do Fogo, os incêndios do Pantanal,
frequentes cercos e invasões a territórios indígenas em função dos recursos
minerais do subsolo e a já tradicional violência no campo em razão de conflitos
pela terra.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Se
de um lado houve enfraquecimento em órgãos como Ibama, Funai e ICMBio, ao se
ver constrangido pelas críticas o presidente da República criou o Conselho
Nacional da Amazônia, via decreto publicado no Diário Oficial em 12 de
fevereiro de 2020. Como de hábito de sua administração, o órgão não se
caracteriza por prestigiar funcionários técnicos de carreira e sua chefia foi
dada ao general e vice-presidente Hamilton Mourão. Para além de declarações
protocolares de respeito às normas ambientais e metas de redução de
desmatamento, não há qualquer ação de destaque do órgão no controle do assédio
à floresta.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Aliás,
sobre a crescente violência contra povos indígenas, a exemplo do </span><a href="https://correiocidadania.com.br/2-uncategorised/15040-segue-o-massacre-aos-povos-indigenas"><span class="LinkdaInternet"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">ataque
aos yanomâmi </span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">que
terminou em brutalidade contra crianças, nem sequer declarações protocolares
foram dadas.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Mais
recentemente o Acampamento Terra Livre, organizado pelos povos indígenas em
oposição à tese do </span><a href="https://correiocidadania.com.br/politica/14789-marco-temporal-o-que-vemos-e-uma-narrativa-de-criminalizacao-dos-povos-indigenas-em-prol-do-saque-das-suas-terras"><span class="LinkdaInternet"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Marco
Temporal da Terra</span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">, defendida pela ampla bancada ruralista e o próprio
gabinete de governo, e a divulgação dos altos índices de desmatamento no mês de
abril completam o corolário de fatos geradores de desconfiança para grandes
negócios na atual conjuntura brasileira.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Mesmo
assim, se consideramos as declarações de alguns dos generais brasileiros, além
do próprio presidente da República, a respeito do que seria uma gestão adequada
da Amazônia, inclusive com apoio a projetos de garimpo e mineração, parece
difícil não concluir que o Estado brasileiro se porta como ativo mobilizador do
avanço do capital privado sobre a floresta.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Resta
saber quais capitais privados toparão a empreitada, uma vez que até o
agronegócio interessado mais propriamente no corredor de escoamento de seus
grãos reconhece o avanço de práticas predatórias contra os territórios que
margeiam o traçado da Ferrogrão.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">á
as grandes empresas internacionais que testemunharam o Roadshow do ministro,
têm demonstrado preocupação com projetos de exploração agromineral sem
sustentabilidade comprovada, em especial quando não contam com aprovação dos
povos que habitam os territórios cobiçados. Por fim, a participação brasileira
na COP-26 e o isolamento político internacional em que o país se submergiu
parecem afastar de vez as empresas da “primeira linha” do capitalismo global.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Parque
Nacional do Jamanxim</span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Ponto importantíssimo da obra é que ela acompanharia trecho da BR-163, que já
corta ao meio o Parque Nacional do Jamanxim, além de cruzar uma miríade de
terras indígenas, habitadas por diversas etnias. Em 2016, Dilma editou MP que
desafetava o trecho do Jamanxim que seria afetado pela construção da Ferrogrão,
decisão que deve ir a julgamento pelo STF em junho após contestação com Ação
Direta de Inconstitucionalidade (Adin) por parte do PSOL.</span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnpXOScUGCWzalwVC4Sbww2gUWj3eS7_JJoyWxAOMPrjW9jRbs29-FtVhx2o5BGvS3scJBQIvCKGq-e9YU14OLpjr0ULidGIFx2babCOaARXBvjC7jZD8WJlK-18tfjguaQHWeD_Xjlolm9bKrCrH2jq_2H-BqwoJn2DkDnijBIyNJkhQl_JetUXPtaA/s398/download.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="398" data-original-width="308" height="498" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnpXOScUGCWzalwVC4Sbww2gUWj3eS7_JJoyWxAOMPrjW9jRbs29-FtVhx2o5BGvS3scJBQIvCKGq-e9YU14OLpjr0ULidGIFx2babCOaARXBvjC7jZD8WJlK-18tfjguaQHWeD_Xjlolm9bKrCrH2jq_2H-BqwoJn2DkDnijBIyNJkhQl_JetUXPtaA/w386-h498/download.png" width="386" /></a></b></div><em><span style="font-size: 14pt;">Localização do Parque Nacional
Jamanxin (PARNA) | Mapa: reprodução Telma Monteiro.</span></em><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">“O Parque Nacional do Jamanxim, unidade de conservação criada em 2006, já sofre
os impactos da BR-163 no sentido norte-sul. A importância dessa Unidade de
Conservação (UC) é tanta que é considerada uma ‘unidade-corredor’, pois liga o
mosaico do Tapajós ao mosaico do Xingu. São mais de 17 milhões de hectares de
áreas protegidas federais. O asfaltamento da BR-163 já está concluído e com ele
o aumento do tráfego; segundo os estudos técnicos da Ferrogrão: ‘incrementou os
acidentes envolvendo a fauna silvestre, as ocorrências de incêndios e a
vulnerabilidade a desastres com cargas contaminantes’”, </span><a href="https://www.correiocidadania.com.br/2-uncategorised/13042-ferrograo-consolidando-a-invasao-da-amazonia-2"><span class="LinkdaInternet"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">anotara
Telma Monteiro em 2021</span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">.</span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Com
as travas jurídicas interpostas pelo MP, a desconfiança dos grandes
investidores e a aproximação das eleições presidenciais, o projeto parece esbarrar
em numerosos obstáculos para sair do papel. Até porque não está claro de onde
viriam os recursos. No entanto, a pesquisadora e colunista deste </span><b style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Correio</b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">
é enfática na compreensão dos interesses em jogo.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">“Os
933 km da Ferrogrão podem sair do papel a qualquer momento. O novo marco legal
ferroviário foi implantado pelo governo Bolsonaro como forma de agilizar o
processo. Agora a empresa, investidores escolhem como, quando e onde e
apresentam o projeto da ferrovia que será autorizada como concessão. Como já
acontece com os portos e aeroportos no Brasil: concessão, outorga por
autorização para construir e operar ferrovias, ramais, pátios e terminais
ferroviários. A Medida Provisória nº 1.065/21, escancara a liberdade de
empresas transportadoras, operadores logísticos e indústrias de requisitar
autorização ferroviária para construir e operar. O estudo técnico conterá a
escolha do traçado, a localização e necessárias obras complementares. A
responsabilidade de fiscalizar e fazer cumprir a legislação ambiental, nesse
caso, pode sair das mãos do governo e passar para a iniciativa privada”.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Há
quem queira</span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Atualmente,
apenas uma desconhecida empresa se candidatou a receber verbas e tocar o
projeto. Trata-se da Zion Real Estate, até aqui ignorada pelo público e a
imprensa de massa.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">“</span><a href="https://www.oliberal.com/politica/pedidos-de-novas-ferrovias-no-para-somam-r-40-bilhoes-em-investimentos-1.480278"><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">A primeira empresa e única</span></span></a><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">(até o momento da postagem deste artigo) a formalizar
o pedido para construir a Ferrogrão chama-se Zion Real Estate Ltda. Uma
pesquisa sobre a empresa nos leva a uma pequena construtora com características
fora do escopo que se espera para a construção de ferrovias e sem qualquer
histórico de obras públicas. A </span><a href="https://zionreal.com.br/"><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Zion Real Estate Ltda</span></span></a><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">tem duas sedes e dois CNPJs: 27.691.878/0001-77, uma
sede está na cidade de Sorriso, MT, com 4 anos e 10 meses de existência,
fundada em 09/05/2017; outra com o CNPJ 27.691.878/0002-58, foi fundada em
20/09/2021, com sede na Rua F-1 83 Sala 01, Praeirinho, Cuiabá, MT. A principal
atividade econômica, conforme consta na Receita Federal, é a construção de
moradias, não há menção sobre expertise em construção de ferrovias.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">A
Zion teve origem no Paraná </span><a href="https://cnpj.services/27691878000177/zion-real-estate-ltda"><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">com duas irmãs</span></span></a><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">,
</span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Gabrieli
Mosena e </span><a href="https://cnpj.services/qsa/daniela-mosena-librelato"><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Daniela Mosena Librelato</span></span></a><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">(*2), uma arquiteta e outra engenheira civil. Daniela
carrega o sobrenome Librelato, nome da empresa que é uma das maiores
fabricantes de implementos rodoviários do país. Para se ter uma ideia do porte
da </span><a href="https://www.librelato.com.br/"><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Librelato</span></span></a><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">,</span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"> ela acabou de fechar acordo para fornecimento de </span><a href="https://www.librelato.com/noticias/librelato-vende-300-rodotrens-basculantes-para-a-amaggi-uma-das-maiores-empresas-do-agronegocio-brasileiro-448"><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">300 Rodotrens Basculantes Premium à AMAGGI</span></span></a><span class="LinkdaInternet"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">,</span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"> empresa do setor do agronegócio, e também voltada
para Commodities, Logística e Operações e Energia do Brasil. A Librelato tem
sede em Cuiabá, MT, e o setor do agronegócio é seu maior cliente”.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">O
bairro em que se localiza a sede da Zion foi historicamente ocupado por pessoas
pobres e fica na periferia da cidade, longe de qualquer eixo comercial mais
tradicional.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">No dia 24
de janeiro, o Diário Oficial da União publicou o Aviso de Autorização, firmado
pelo Ministério da Infraestrutura, que acolheu oficialmente o pleito da Zion em
obter o direito de construir Ferrogrão, em seus três trechos. O ofício está
assinado pelo atual ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio Cunha Filho.</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLYlos8U1VQz6spF0Jug83ph2lo4QpYyK9kiX5zV7vmgUHY-e8Ac6TLJIpnQw3UL42INOgxdoZkSiKRTu8WbQA7pm4vU-Zr28IKlgyTVaMv9WgKTM0ByYWN2iyxRcR6WTxIyqyJdbwJs1SeelmC36a5MfjMzJf9DnLQNF_Uw4kUsiPYGdjXEt4ecgsFA/s1336/Di%C3%A1rio%20Oficial%202%20com%20data.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="728" data-original-width="1336" height="284" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLYlos8U1VQz6spF0Jug83ph2lo4QpYyK9kiX5zV7vmgUHY-e8Ac6TLJIpnQw3UL42INOgxdoZkSiKRTu8WbQA7pm4vU-Zr28IKlgyTVaMv9WgKTM0ByYWN2iyxRcR6WTxIyqyJdbwJs1SeelmC36a5MfjMzJf9DnLQNF_Uw4kUsiPYGdjXEt4ecgsFA/w522-h284/Di%C3%A1rio%20Oficial%202%20com%20data.PNG" width="522" /></a></div><br /><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Em
visita ao inacabado site da empresa, há um logotipo da construtora BS na lista
de parceiros. A<span class="msoIns"><ins cite="mailto:Telma%20Monteiro" datetime="2022-05-11T11:46"> </ins></span>BS está em recuperação judicial desde
2011. Tem dois CNPJs, ambos inaptos na Receita neste momento (confira </span><a href="https://cnpj.biz/00521472000190"><span class="LinkdaInternet"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">aqui</span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"> e </span><a href="https://cnpj.biz/00521472000270"><span class="LinkdaInternet"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">aqui</span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">) e capital social
declarado de R$ 500.000. O quadro de sócios e administradores conta com três
nomes em ambos os registros: <span style="background: rgb(247, 247, 247);">Aglaucio Viana de Souza – Diretor, e o casal Eliane Pereira
Borges dos Santos – Diretora, e Sidnei Borges dos Santos – Presidente</span>.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Z8BdAEmQ1BSrNV7-ZXWunY-b7xbKmZb0QZnyn0h8CNxFdcKpo9rGbtI_MiUHBDVv4W7S78K3I9oYNcgnVFd7Dln-o77G-qSinHii731XeoGP6oSI-L4JsDzWmvQv6qMB5xTEFEd_m0Ll5KTFPUxT8bvIk5yH2qH5Rq8XofZxCkEflRzoikXl9g1dIQ/s760/download%20(1)%20Outdoor%20Bozo%20e%20BS.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="760" data-original-width="618" height="461" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Z8BdAEmQ1BSrNV7-ZXWunY-b7xbKmZb0QZnyn0h8CNxFdcKpo9rGbtI_MiUHBDVv4W7S78K3I9oYNcgnVFd7Dln-o77G-qSinHii731XeoGP6oSI-L4JsDzWmvQv6qMB5xTEFEd_m0Ll5KTFPUxT8bvIk5yH2qH5Rq8XofZxCkEflRzoikXl9g1dIQ/w374-h461/download%20(1)%20Outdoor%20Bozo%20e%20BS.png" width="374" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Empresa
postou o outdoor em suas redes sociais.</span></i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"> Reprodução.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">A
empresa é publicamente entusiasta do presidente Jair Bolsonaro e fez até
outdoors de apoio à sua campanha presidencial em 2018. Mais que isso, Eliane
foi candidata à deputada federal pelo PSC no Mato Grosso, em pleito no qual não
conseguiu se eleger após obter 18.313 votos. Em sua ficha no TSE, declarou
patrimônio de R$ 1,2 milhão. As irmãs Gabrieli e Daniela, da Zion, por sua vez,
são suas sobrinhas. Apesar do banner no site da Zion, oficialmente, Zion e BS
não se declaram parceiras.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1_LmZpXe-kU5Oqra2uIELNco9NZ4z2Se0bxBhggrZdn19677tDiPUYa_JYinKEHn8pYzQo0lWxI2DPa1JsB7UWy0BKPO1xvNYUIm4EOl7Rkba_rdBlpt0B1z2Wt5efoo_pdzWpBCqJaOEQbecFaQD4qkEfzGMpyUsNbah-7SpxAolZfy9mvNWBSerfQ/s1343/download%20(1)%20BS%20PARCEIROS.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="573" data-original-width="1343" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1_LmZpXe-kU5Oqra2uIELNco9NZ4z2Se0bxBhggrZdn19677tDiPUYa_JYinKEHn8pYzQo0lWxI2DPa1JsB7UWy0BKPO1xvNYUIm4EOl7Rkba_rdBlpt0B1z2Wt5efoo_pdzWpBCqJaOEQbecFaQD4qkEfzGMpyUsNbah-7SpxAolZfy9mvNWBSerfQ/w556-h238/download%20(1)%20BS%20PARCEIROS.png" width="556" /></a></td></tr></tbody></table><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Lista
de parceiros da Zion publicada no site da empresa | Reprodução<o:p></o:p></span></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Em
meados de 2012, o passivo oficial da empresa era de 95 milhões. Destaque até na
mídia corporativa, a BS vivera um boom entre 2008 e 2010, chegando a faturar
até 180 milhões em obras residenciais, com especialidade em conjuntos
pré-construídos.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">De
acordo com Eduardo Henrique Viera Barros, da ERS Advocacia, que prestou
serviços à BS em sua recuperação judicial, “</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">a construtora enfrentou problemas no
cumprimento de seu principal projeto, a construção do Polo Industrial de Jirau,
tendo que tomar empréstimos em instituições financeiras para conseguir capital
de giro. Além disso, alguns empreendimentos da incorporação imobiliária no
Norte do país se tornaram inviáveis, causando graves prejuízos, principalmente
por conta da crise do ano de 2008, que arrasou a economia em todos os setores
do mundo”.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"><span style="background: white;">Conforme
nota pública da própria ERS: “Eduardo Henrique explicou que em 2010, com a
necessidade de captação de recursos para finalização de obras, pagamentos de
folha de salário, a construtora contratou com uma instituição financeira uma
operação de R$ 50 milhões. A partir daí a BS entrou num círculo vicioso de
empréstimos aos bancos privados, que sabido por todos praticam uma das maiores
taxas de juros do cenário mundial, para cobrir outros financiamentos e usando
todos os recursos que entravam somente para amenizar juros e renovar
financiamentos”.</span></span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; mso-highlight: white;"><o:p> </o:p></span><span style="background-color: white; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Em 2011, por conta no
atraso da entrega dos conjuntos residenciais de Porto Velho, contratados para
mitigar a remoção compulsória dos afetados pela construção da hidrelétrica de
Jirau, que arrastou um enorme contingente de trabalhadores para as obras e
acumulou problemas de caráter social, o MP-RO entrou com pedido de quebra de
sigilo fiscal da empresa. A partir de então, as coisas não voltaram a decolar
para a empresa do casal Borges.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; mso-highlight: white;"><o:p> </o:p></span><span style="background-color: white; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Em 2021, os processos
judiciais ainda seguiam e os donos da empresa conseguiram decisão judicial
favorável ao desbloqueio de bens.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; mso-highlight: white;"><o:p> </o:p></span><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Situação
atual</span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">A
síntese é um quadro onde o ordenamento jurídico de proteção ao meio ambiente e
aos povos da terra é desmantelado pelo próprio governo, ao passo que os
entraves burocráticos e as empresas nacionais mais capacitadas para grandes
obras praticamente desapareceram na esteira da Lava Jato, sob as punições e
acordos que os promotores da operação capitaneada pelo ex-juiz Sergio Moro
fizeram com os executivos das outrora “campeãs nacionais”. </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Ficou
muito mais fácil realizar obras ferroviárias, pois o novo regime de autorização
aprovado no final de 2021 pelo Congresso Nacional permite que qualquer empresa
se habilite. Não há mais a chamada licitação. Com o novo modelo, empresas de
qualquer porte ficam responsáveis pelo planejamento e construção, e têm toda a
autonomia. Teoricamente o Estado vai apenas fiscalizar as normas de segurança
após conceder a chamada Autorização de Construção.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Segundo
o Ministério da Infraestrutura, a Ferrogrão (EF-170) está recebendo proposta e
projetos de empresas. O Programa de Autorizações Ferroviárias ou Pro Trilhos,
segundo o MInfra, vai permitir que “o setor privado possa construir e operar
ferrovias, ramais, pátios e terminais ferroviários”. Além da ferrovia para
escoar os grãos do norte do Mato Grosso, está prevista a construção de 54
pátios de carga e descarga e a recuperação da BR-163. Mas até o momento apenas
uma empresa se habilitou para o megaprojeto: a </span><a href="https://www.correiocidadania.com.br/34-artigos/manchete/15041-zion-real-estate-saiba-quem-e-a-empresa-que-quer-construir-a-ferrograo"><span class="LinkdaInternet"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Zion
Real Estate</span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">No
caso da Ferrogrão o governo federal também decidiu disponibilizar, para a
empresa habilitada, R$ 2,2 bilhões para reduzir riscos. Em janeiro de 2021, o
Tribunal de Contas da União (TCU) se manifestou contra essa decisão de destinar
o recurso para a futura empresa que vai construir a ferrovia. Segundo o governo
federal esse recurso seria para garantir “riscos não gerenciáveis” atribuídos
ao poder público, sem especificar o que poderiam vir a ser tais “riscos não
gerenciáveis”.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Ouça
o podcast com a ambientalista <a href="https://www.telmadmonteiro.com/2022/05/correiocast-11-ferrograo-ef-170-e.html">Telma Monteiro </a>sobre Ferrogrão:</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/72-artigos/imagens-rolantes/15036-correiocast-11-ferrograo-ef-170-e-a-exploracao-da-amazonia">CorreioCast11: Ferrogrão (EF-170) e a exploração da Amazônia, com Telma Monteiro</a></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Leia
também:</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/34-artigos/manchete/15041-zion-real-estate-saiba-quem-e-a-empresa-que-quer-construir-a-ferrograo">ZionReal Estate: saiba quem é a empresa que quer construir a Ferrogrão</a></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"><a href="http://www.correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/13000-ferrograo-consolidando-a-invasao-da-amazonia-parte-1">Ferrogrão:consolidando a invasão da Amazônia – Parte 1</a></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/2-uncategorised/13042-ferrograo-consolidando-a-invasao-da-amazonia-2">Ferrogrão:consolidando a invasão da Amazônia (2)</a></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/2-uncategorised/14847-ferrograo-roadshow-2021-e-a-exploracao-historica-da-amazonia">Ferrogrão Roadshow 2021 e a exploração histórica da Amazônia</a></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/meio-ambiente/14927-projeto-da-ferrograo-o-brasil-esta-sendo-rifado-no-exterior">Projeto da Ferrogrão: “O Brasil está sendo rifado no exterior”</a></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro">Projeto da Ferrogrão revela um novo ciclo de exploração da Amazônia</a></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Gabriel
Brito é jornalista e editor do Correio da Cidadania.</span><o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Colaboração
de Telma Monteiro.</span><o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span><em><span style="font-size: 14pt;">Gostou do texto? Sim?<b> Então entre
na nossa </b></span></em><a href="https://apoia.se/correiodacidadania"><span class="LinkdaInternet"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;">Rede
de Apoio</span></b></span></a><em><b><span style="font-size: 14pt;"> e ajude a
manter o Correio da Cidadania. </span></b></em><em><span style="font-size: 14pt;">Sua
contribuição é fundamental para a existência de um jornal realmente
independente.</span></em></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt;"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-60078533530915822022022-05-11T15:23:00.001-03:002022-05-11T15:23:41.755-03:00Mentiras de Bolsonaro, por Rodolfo Salm<iframe allow="autoplay; clipboard-write; encrypted-media; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="true" frameborder="0" height="436" scrolling="no" src="https://www.facebook.com/plugins/post.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Ftelmadm%2Fposts%2F10166822975935157&show_text=true&width=500" style="border: none; overflow: hidden;" width="500"></iframe>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-7370704984019244362022-05-06T16:53:00.001-03:002022-05-06T16:53:25.902-03:00Zion Real Estate: saiba quem é a empresa que quer construir a Ferrogrão<div><br /></div><div><p class="MsoNormal"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4Qk9yGc5Ydt7VYGV6XX5EV618lNQ_zf1BEgXJ4FjoDNTuhg78eyEjnq-gy6xHvSmfvHWBZFoCQ3kdwJAJuSPRLP9_gIBeGiLNEYn5P0VWEvl0vTYnok3ia0j5HRjVihXmAcqb1ls4ehmFVlh86WbR9dWbictAKojss9gPDq7m21Jemy384JZ4rW3Cgw/s640/naoaferroraomuduruku.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="356" data-original-width="640" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4Qk9yGc5Ydt7VYGV6XX5EV618lNQ_zf1BEgXJ4FjoDNTuhg78eyEjnq-gy6xHvSmfvHWBZFoCQ3kdwJAJuSPRLP9_gIBeGiLNEYn5P0VWEvl0vTYnok3ia0j5HRjVihXmAcqb1ls4ehmFVlh86WbR9dWbictAKojss9gPDq7m21Jemy384JZ4rW3Cgw/w548-h304/naoaferroraomuduruku.jpg" width="548" /></a></td></tr></tbody></table></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Foto: Munduruku barram audiência sobre ferrovia que
pode impactar seu território. 2017. Créditos: Barbara Dias/ Cimi Norte 2.<o:p></o:p></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><a href="https://correiocidadania.com.br/34-artigos/manchete/15041-zion-real-estate-saiba-quem-e-a-empresa-que-quer-construir-a-ferrograo">Zion Real Estate: saiba quem é a empresa que quer construir a Ferrogrão</a> (Especial para o Correio da Cidadania</span></b></p><p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Carro chefe do Ministério da Infraestrutura (Minfra), projeto de construção de novas ferrovias no Pará não obteve sucesso em Roadshow internacional e acabou despertando o interesse de uma única e pequena empresa nacional de construção de moradias, sem capital, recursos ou histórico para a realização de mega projetos de logística. Impactos sobre Terras Indígenas e áreas de conservação, e a judicialização decorrente de ambas, podem ter sido as causas da falta de interesse estrangeiro.</span></span></p></div><div><p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ferrogrão: a dupla mão da destruição<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Telma Monteiro</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"></span></p><blockquote>Cerca de R$ 40 bilhões é
o valor previsto de investimento em obras de logística, só no Pará, conforme os
projetos do governo federal. No Pará, em especial, o Ministério de Infraestrutura
(MInfra) joga em todas as frentes para fazer passar a Ferrogrão ou EF-170, que pretende
cortar a Amazônia ao meio, criar impactos diretos em Unidades de Conservação e
Terras Indígenas. Viabilizada pelo Novo Marco Legal das Ferrovias, a Ferrogrão
tem sido objeto de questionamentos tanto pelo Supremo Tribunal Federal como
pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A nova legislação sobre ferrovias foi
aprovada pelo Congresso Nacional e possibilita que empresas privadas usem 100%
dos próprios recursos.</blockquote><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Além do escoamento dos
grãos produzidos no norte do Mato Grosso, a Ferrogrão poderá servir também para
dar vazão à exploração do potencial mineral do estado do Pará. O Pará, sem sombra
de dúvida, deve se transformar num grande foco de autorizações de processos
minerários, para aproveitar o corredor logístico propiciado pela Ferrogrão. Não
bastasse os impactos promovidos pela rodovia BR 163 que rasgou a Amazônia e
promoveu a ocupação das suas margens no formato “espinha de peixe”, a Ferrogrão
irá multiplicar exponencialmente os danos com seu traçado paralelo. A dupla mão
da destruição. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS7dIxrDFjUmtDi0m42YWRcqNs4Aa9q0II1aHlkx22Se9_zsoyuy2WCkTFB2raQP8IF8UD2WY7M3mv2ILpjW5_jO44UDnfV9CWDhhBDyLC0vdbHmJhKkEdwLubEP4hhhZ1oHYwXG5F6Te_ctcvFiLdxBjXhrg3lYRqm1YtXQA0zIQ1pedaH6Lm8sS1pw/s840/ferrograoimagem2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="840" data-original-width="800" height="517" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS7dIxrDFjUmtDi0m42YWRcqNs4Aa9q0II1aHlkx22Se9_zsoyuy2WCkTFB2raQP8IF8UD2WY7M3mv2ILpjW5_jO44UDnfV9CWDhhBDyLC0vdbHmJhKkEdwLubEP4hhhZ1oHYwXG5F6Te_ctcvFiLdxBjXhrg3lYRqm1YtXQA0zIQ1pedaH6Lm8sS1pw/w493-h517/ferrograoimagem2.jpg" width="493" /></a></td></tr></tbody></table></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Unidades de conservação atravessadas pelo projeto |
Reprodução Telma Monteiro<o:p></o:p></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quem se habilitou para
construir a Ferrogrão?</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A primeira empresa e única
(até o momento da postagem deste artigo) a formalizar o pedido para construir a
Ferrogrão chama-se Zion Real Estate Ltda<a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>. Uma pesquisa sobre a
empresa nos leva a uma pequena construtora com características fora do escopo
normal de construção de ferrovias e <a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_top">sem qualquer histórico de
obras públicas</a>. A <a href="file:///C:/Users/telma/AppData/Roaming/Microsoft/Word/Alvar%C3%A1%20ZION.PNG">Zion
Real Estate</a> Ltda tem duas sedes e dois CNPJs: 27.691.878/0001-77, uma sede
está na cidade de Sorriso, MT, com 4 anos e 10 meses de existência, fundada em
09/05/2017; outra com o CNPJ <a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_top">27.691.878/0002-58, foi fundada em
20/09/2021</a>, com sede na Rua F-1 83 Sala 01, Praeirinho, Cuiabá, MT. A principal
atividade econômica, conforme consta na Receita Federal, é a construção de moradias,
não há menção sobre expertise em construção de ferrovias. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O capital social da Zion
é R$ 1.520.000,00<a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>
(um milhão quinhentos e vinte mil Reais), valor que surpreende já que a
Ferrogrão, de 987 quilômetros (somados os três trechos reivindicados pela
empresa), requerem investimentos de aproximadamente R$10 bilhões. Como sócio
administrador da empresa consta o nome de <a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_top">Gabrieli Mosena da
Silva</a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A Zion teve origem no
Paraná com duas irmãs, Gabrieli Mosena<a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a> e Daniela<a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a> Mosena Librelato<a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftn5" name="_ftnref5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></a>, uma arquiteta e outra
engenheira civil. Daniela carrega o sobrenome Librelato<a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftn6" name="_ftnref6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a>, nome da empresa que é uma
das maiores fabricantes de implementos rodoviários do País. Para se ter uma
ideia do porte da Librelato, ela acabou de fechar acordo para fornecimento de
300 Rodotrens Basculantes Premium à AMAGGI, empresa do setor do agronegócio, e
também voltada para Commodities, Logística e Operações e Energia do Brasil. A
Librelato tem sede em Cuiabá, MT, e o setor do agronegócio é seu maior cliente.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHlq9ICdsZNxejycowzRtvMBmc0dg357TQhelb70yo3RtkdrYbzLA2kLJO9nQrX6RPMsgs20bHhpioZfZAiR0tEzQ_w3xq5jD-jVRWDNuG_jwfwdf5RkMFx-VwDo4mSSKhDKoyWGthhSR0G1QtAY9U8PLfH2AOzhOboJBjMeBTjwjAB4VPF79iK_IeKQ/s780/ferrograo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="738" data-original-width="780" height="492" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHlq9ICdsZNxejycowzRtvMBmc0dg357TQhelb70yo3RtkdrYbzLA2kLJO9nQrX6RPMsgs20bHhpioZfZAiR0tEzQ_w3xq5jD-jVRWDNuG_jwfwdf5RkMFx-VwDo4mSSKhDKoyWGthhSR0G1QtAY9U8PLfH2AOzhOboJBjMeBTjwjAB4VPF79iK_IeKQ/w520-h492/ferrograo.jpg" width="520" /></a></div><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">A Zion pretende construir
a Ferrogrão e pediu ao governo federal a concessão de três trechos. Juntos ligariam a cidade de Sinop ao porto de
Miritituba, no Pará, onde se dá o escoamento da safra de grãos de Mato Grosso
que hoje passa pela BR 163. Para isso,
foi pedida a concessão de Sinop (MT) a Moraes Almeida (PA), de onde a ferrovia
seguirá para Novo Paraná (PA) e, por fim, chegará a Miritituba (PA).</span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Atualmente, a Zion se
transformou em Grupo <a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_top">Zion Real Estate</a> que está habilitado
pelo Ministério da Infraestrutura (MInfra) para construir o maior projeto
logístico do país, a Ferrogrão que foi dividida em três trechos<a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftn7" name="_ftnref7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a>:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-left: 70.8pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1– Zion Real Estate LTDA: Novo
Paraná/PA (Distrito de Trairão) a Miritituba/PA<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-left: 70.8pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">2– Zion Real Estate LTDA: Moraes
Almeida/PA (Distrito de Itaituba) a Novo Paraná/PA<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-left: 70.8pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3– Zion Real Estate LTDA: Sinop/MT
a Moraes Almeida/PA<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-left: 70.8pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O que causa estranheza é
que desde a habilitação do chamado Grupo Zion não houve mais nenhuma empresa
interessada na Ferrogrão. Apesar de ser a cereja do bolo do projeto de
logística do Brasil, apresentado nos EUA, Europa e Emirados Árabes, parece que
a Ferrogrão não atraiu interessados internacionais. Talvez pelo fato de que o
processo de licenciamento da Ferrogrão esteja para ser julgado pelo plenário do
Supremo Tribunal Federal (STF) devido a
irregularidades na lei de desafetação do Parque Nacional do Jamanxim; e no
Tribunal de Contas da União (TCU) por provocação do MPF que questiona a falta
de consulta e os impactos não estudados em 48 povos indígenas ao longo do
traçado proposto. A judicialização é um impeditivo para as grandes empresas
internacionais se aventurarem em incertezas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O Pro Trilhos ou Programa
de Autorizações Ferroviárias considera a Ferrogrão como prioridade que vai
satisfazer interesses dos setores da agricultura e pecuária, do Pará e do Mato
Grosso. O pedido da Zion para construir os três trechos está em avaliação, mas,
curiosamente, não são mencionados outros grupos interessados. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Tentei contato telefônico
com a Zion, deixei meu telefone, mas não obtive retorno.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p><div>
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> <a href="https://www.oliberal.com/politica/pedidos-de-novas-ferrovias-no-para-somam-r-40-bilhoes-em-investimentos-1.480278">https://www.oliberal.com/politica/pedidos-de-novas-ferrovias-no-para-somam-r-40-bilhoes-em-investimentos-1.480278</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a> Data
Situação Cadastral: 20/09/2021 <a href="https://cnpj.biz/27691878000258">https://cnpj.biz/27691878000258</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn3">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a> <a href="https://cnpj.services/27691878000177/zion-real-estate-ltda">https://cnpj.services/27691878000177/zion-real-estate-ltda</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn4">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a> <a href="https://cnpj.services/qsa/daniela-mosena-librelato">https://cnpj.services/qsa/daniela-mosena-librelato</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn5">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftnref5" name="_ftn5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></a> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=IpiIgyhKzWw">https://www.youtube.com/watch?v=IpiIgyhKzWw</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn6">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftnref6" name="_ftn6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a> <a href="https://www.librelato.com/noticias/librelato-vende-300-rodotrens-basculantes-para-a-amaggi-uma-das-maiores-empresas-do-agronegocio-brasileiro-448">https://www.librelato.com/noticias/librelato-vende-300-rodotrens-basculantes-para-a-amaggi-uma-das-maiores-empresas-do-agronegocio-brasileiro-448</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn7">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///D:/Documents/2022/FERROGR%C3%83O%2020022/ARTIGOS%20TELMA/FERROGR%C3%83O%20E%20A%20ZION.docx#_ftnref7" name="_ftn7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a> <a href="https://www.zedudu.com.br/minfra-libera-primeira-de-dez-novas-ferrovias-no-para/">https://www.zedudu.com.br/minfra-libera-primeira-de-dez-novas-ferrovias-no-para/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
</div></div>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-35036808838579385542022-05-03T13:59:00.000-03:002022-05-03T13:59:17.702-03:00CorreioCast 11: Ferrogrão (EF-170) e a exploração da Amazônia<p class="Standard" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYSTII29566XWEWwP53y3hltbXF3vD-0bKVGuLgl42vxVrjprOtHBXpusosWlR-v_xPMcTZjnceV7q9YMAypEqPFEEnZGnLY3S5AzATJ4VeXIapSOtbKR7s7aTCHTwM2r_sQj_2AahkBjLOU2s04ZK5tUArkYW0Eg4poUPuAb7qkWRVuX2z0SRNYtf2w/s1080/Correiocast11.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="494" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYSTII29566XWEWwP53y3hltbXF3vD-0bKVGuLgl42vxVrjprOtHBXpusosWlR-v_xPMcTZjnceV7q9YMAypEqPFEEnZGnLY3S5AzATJ4VeXIapSOtbKR7s7aTCHTwM2r_sQj_2AahkBjLOU2s04ZK5tUArkYW0Eg4poUPuAb7qkWRVuX2z0SRNYtf2w/w494-h494/Correiocast11.png" width="494" /></a></b></div><b><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></b><p></p><p class="Standard" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"><a href="https://www.correiocidadania.com.br/34-artigos/manchete/15036-correiocast-11-ferrograo-ef-170-e-a-exploracao-da-amazonia">CorreioCast 11: Ferrogrão (EF-170) e a exploração da Amazônia</a></span></b></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;">Ministério de Infraestrutura utilizou-se de
fake news para vender megaprojeto a investidores estrangeiros em 2021. O corte
ao meio que pode promover ao longo da região amazônica, atravessando diversas
terras indígenas e áreas de proteção ambiental, gerará incontáveis impactos
socioambientais. Para compreender esse megaprojeto, conversamos com a Telma
Monteiro, ativista socioambiental, pesquisadora, educadora e colunista do
Correio há 10 anos, que realizou uma importante pesquisa a respeito da EF-170.</span><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;">Com Telma Monteiro</span></b></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt;">Ferrogrão, ou EF-170, é o nome dado ao
projeto de ferrovia, carro chefe do Ministério de Infraestrutura, que cortaria
a região amazônica de sul a norte, saindo de Sinop/MT até o porto de
Miritituba, em Itaituba, no Pará, na bacia do Rio Tapajós – ao longo de mais de
900 km. Integrado a hidrovias e à rodovia BR-163, a ferrovia faria parte de um
grande complexo de transportes, que levaria grãos do agronegócio do Mato Grosso
e produtos da extração de madeira e minérios ao longo do trajeto, até o ponto
onde seria possível sua saída para o mar.</span></p><p class="Standard" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p><span style="font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt;">O corte ao meio que pode promover ao longo
da região amazônica, atravessando diversas terras indígenas e áreas de proteção
ambiental, gerará incontáveis impactos socioambientais, como é fácil de
imaginar especialmente levando em consideração a enorme quantidade de outros
megaempreendimentos presentes na região, a exemplo do complexo de hidrelétricas
na bacia do Tapajós, da própria Belo Monte que falamos no último programa, ou
ainda dos projetos da Belo Sun de mineração de ouro também na Volta Grande do
Xingu.</span></p><p class="Standard" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt;">Para compreender esse megaprojeto, que o
ex-ministro da infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas tentou vender em roadshow
irregular para investidores estrangeiros em 2021, conversamos com a Telma
Monteiro, ativista socioambiental, pesquisadora e educadora, que realizou uma
importante pesquisa a respeito da EF-170. Além disso, Telma é pioneira na
cobertura da pauta ambiental para os meios de comunicação alternativos do
Brasil e, neste episódio, também comemoramos e rememoramos seus 10 anos como
colunista do Correio da Cidadania.</span></p><p class="Standard" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="Textbody" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span><em style="text-align: left;"><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Lohit Devanagari";">Roteiro/Apresentação/Edição: Raphael Sanz e Gabriel Brito.</span></em></p><p class="Textbody" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;">
<em>Trilha
Sonora: </em></span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=JMZnUXmqtS8"><em><span style="color: navy; font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt; font-style: normal; mso-ansi-language: #1000; mso-bidi-font-family: "Lohit Devanagari"; mso-bidi-language: #1000; mso-fareast-language: #1000;">Música indígena Guaraný Mbya –
Reprodução Youtube</span></em></a><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"><br />
<br />
<span class="StrongEmphasis">Ouça na sua plataforma de preferência:</span><br />
<br />
<span class="StrongEmphasis"><u>Anchor</u> / <u>Spotify</u> / </span></span><a href="https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy82NjU5NjFlOC9wb2RjYXN0L3Jzcw=="><span class="StrongEmphasis"><span style="color: windowtext; font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;">Google Podcasts</span></span></a><span class="StrongEmphasis"><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> / </span></span><a href="https://radiopublic.com/correiocast-GMmXDe"><span class="StrongEmphasis"><span style="color: windowtext; font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;">Radio
Public</span></span></a><span class="StrongEmphasis"><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> / </span></span><a href="https://pca.st/7y2h4rqg"><span class="StrongEmphasis"><span style="color: windowtext; font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;">Pocket
Casts</span></span></a><span class="StrongEmphasis"><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> / </span></span><a href="https://anchor.fm/s/665961e8/podcast/rss"><span class="StrongEmphasis"><span style="color: windowtext; font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;">RSS</span></span></a><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"><br />
<br />
<br />
</span><a href="https://correiocidadania.com.br/72-artigos/imagens-rolantes/14750-correiocast-o-podcast-de-debates-e-entrevistas-do-correio-da-cidadania"><span class="StrongEmphasis"><span style="color: windowtext; font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;">Confira outros episódios do CorreioCast</span></span></a><o:p></o:p></p>
<p class="Standard"><a href="https://correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro"><b><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;">Leia os </span></b></a><a href="https://correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro"><b><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;">artigos da Telma Monteiro</span></b></a><a href="https://correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro"><b><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;"> no Correio da Cidadania</span></b></a></p><p class="Standard"><o:p></o:p></p>
<p class="Standard"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b></p>
<p class="Standard"><a href="https://www.telmadmonteiro.com/"><b><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;">C</span></b></a><a href="https://www.telmadmonteiro.com/"><b><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;">onheça o Blog da Telma Monteiro</span></b></a><o:p></o:p></p>
<p class="Standard"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b></p>
<p class="Standard"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;">Leia
também:<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="Standard"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b><a href="https://correiocidadania.com.br/34-artigos/manchete/15023-kerexu-yxapyry-os-povos-indigenas-querem-participar-da-reconstrucao-do-brasil"><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;">Kerexu Yxapyry: “Os povos indígenas
querem participar da reconstrução do Brasil”</span></a></p><h2 style="margin: 0cm;"><o:p></o:p></h2>
<p class="Standard"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b><a href="https://correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/13000-ferrograo-consolidando-a-invasao-da-amazonia-parte-1"><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;">Ferrogrão: consolidando a invasão da
Amazônia – Parte 1</span></a></p><h2 style="margin: 0cm;"><o:p></o:p></h2>
<p class="Standard"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b><a href="https://correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/13042-ferrograo-consolidando-a-invasao-da-amazonia-2"><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;">Ferrogrão: consolidando a invasão da
Amazônia (2)</span></a></p><h2 style="margin: 0cm;"><o:p></o:p></h2>
<p class="Standard"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b><a href="https://correiocidadania.com.br/meio-ambiente/14847-ferrograo-roadshow-2021-e-a-exploracao-historica-da-amazonia"><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;">Ferrogrão Roadshow 2021 e a
exploração histórica da Amazônia</span></a></p><h2 style="margin: 0cm;"><o:p></o:p></h2>
<p class="Standard"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b><a href="https://correiocidadania.com.br/meio-ambiente/14927-projeto-da-ferrograo-o-brasil-esta-sendo-rifado-no-exterior"><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;">Projeto da Ferrogrão: “O Brasil está
sendo rifado no exterior”</span></a></p><h2 style="margin: 0cm;"><o:p></o:p></h2>
<p class="Standard"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b><a href="https://correiocidadania.com.br/meio-ambiente/12174-16-11-2016-guerras-extrativistas-na-bacia-do-rio-tapajos-nem-o-canto-dos-passarinhos-estamos-ouvindo"><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;">Guerras extrativistas na bacia do rio
Tapajós: “nem o canto dos passarinhos estamos ouvindo”</span></a></p><h2 style="margin: 0cm;"><o:p></o:p></h2>
<p class="Standard"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b><a href="https://correiocidadania.com.br/colunistas/telma-monteiro/7608-12-09-2012-belo-monte-e-a-forma-de-viabilizar-definitivamente-a-mineracao-em-terras-indigenas"><span style="color: windowtext; font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt; text-decoration-line: none;">Belo Monte é a forma de viabilizar
definitivamente a mineração em terras indígenas</span></a><span style="font-family: FreeSans, sans-serif; font-size: 14pt;"> – Coluna da Telma
Monteiro (11/09/2012)</span></p><h2 style="margin: 0cm;"><o:p></o:p></h2>
<p class="Standard"><b><span style="font-family: "FreeSans",sans-serif; font-size: 14.0pt;"> </span></b></p>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-41588549489490325232022-03-21T15:23:00.000-03:002022-03-21T15:23:37.640-03:00O Chile reconhece os direitos da Natureza<header style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: liberation-sans, Helvetica, Arial, sans-serif;"><h1 class="entry-title" style="box-sizing: border-box; font-family: liberation-serif, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 2.369rem; line-height: 1.2; margin-bottom: 0.5rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;"><br /></h1><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-size: 15px; margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhvDj1lGQ-UwANfvIDI2Ju_r16f73-CfjFDVy1sXm9W4re-0lleQ8g9eCImHLRNQwF77kQMezGvcB4jINs23U3WqtwYlK8INg6mB773jr9rDdgJtbJlK30O2ZVwX5SKigrnttflZ7VPKVeNiNAP8NFIqmuwYL9pXCLdwgueMPEQz9_EqqJjBPJpmVVatQ=s620" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="340" data-original-width="620" height="328" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhvDj1lGQ-UwANfvIDI2Ju_r16f73-CfjFDVy1sXm9W4re-0lleQ8g9eCImHLRNQwF77kQMezGvcB4jINs23U3WqtwYlK8INg6mB773jr9rDdgJtbJlK30O2ZVwX5SKigrnttflZ7VPKVeNiNAP8NFIqmuwYL9pXCLdwgueMPEQz9_EqqJjBPJpmVVatQ=w601-h328" width="601" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem: Kickante</td></tr></tbody></table><br /><h1 class="entry-title" style="box-sizing: border-box; font-family: liberation-serif, "Times New Roman", Times, serif; line-height: 1.2; margin-bottom: 0.5rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;"><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-weight: 400; white-space: pre-wrap;"><blockquote>A sociedade começa a reconhecer que a Natureza tem direitos. O Chile acabou de incluir os direitos da Natureza na sua Constituição. Em 2016, o procurador do MPF, Felicio de Araújo Pontes Jr. já mencionava, numa das ações civis públicas contra Belo Monte, " A Natureza como sujeito de direitos". Em 2020 lançou o tema num texto em parceria com Lucivaldo Vasconcelos Barros. (Telma Monteiro)</blockquote></span></h1><h1 class="entry-title" style="box-sizing: border-box; font-family: liberation-serif, "Times New Roman", Times, serif; line-height: 1.2; margin-bottom: 0.5rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;"><a href="https://latinoamerica21.com/br/o-chile-reconhece-os-direitos-da-natureza/?fbclid=IwAR0CZ5lBNG_TX537p0ZMwHcPePZW_Rky64sYDdJc7aIaE0qstEdzWSlP0iw" style="font-size: medium;">O Chile reconhece os direitos da Natureza</a><span style="font-size: medium;"> (postado por LatinoAmérica21)</span></h1><p class="byline author vcard" style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;"><a class="author" href="https://latinoamerica21.com/br/author/alberto-acosta/" rel="author" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: url("data:image/svg+xml;base64,PD94bWwgdmVyc2lvbj0iMS4wIiBlbmNvZGluZz0iVVRGLTgiPz4KPHN2ZyB3aWR0aD0iMTVweCIgaGVpZ2h0PSIxMnB4IiB2aWV3Qm94PSIwIDAgMTUgMTIiIHZlcnNpb249IjEuMSIgeG1sbnM9Imh0dHA6Ly93d3cudzMub3JnLzIwMDAvc3ZnIiB4bWxuczp4bGluaz0iaHR0cDovL3d3dy53My5vcmcvMTk5OS94bGluayI+CiAgICA8IS0tIEdlbmVyYXRvcjogU2tldGNoIDU1LjEgKDc4MTM2KSAtIGh0dHBzOi8vc2tldGNoYXBwLmNvbSAtLT4KICAgIDx0aXRsZT5jb3NpdG88L3RpdGxlPgogICAgPGRlc2M+Q3JlYXRlZCB3aXRoIFNrZXRjaC48L2Rlc2M+CiAgICA8ZyBpZD0iU3ltYm9scyIgc3Ryb2tlPSJub25lIiBzdHJva2Utd2lkdGg9IjEiIGZpbGw9Im5vbmUiIGZpbGwtcnVsZT0iZXZlbm9kZCI+CiAgICAgICAgPGcgaWQ9Im5vdGljaWEiIHRyYW5zZm9ybT0idHJhbnNsYXRlKC0xMS4wMDAwMDAsIC0zODEuMDAwMDAwKSIgZmlsbD0iIzJGMTgzMCIgZmlsbC1ydWxlPSJub256ZXJvIj4KICAgICAgICAgICAgPGcgaWQ9ImNvc2l0byIgdHJhbnNmb3JtPSJ0cmFuc2xhdGUoMTEuMDAwMDAwLCAzODEuMDAwMDAwKSI+CiAgICAgICAgICAgICAgICA8cG9seWdvbiBpZD0iUGF0aCIgcG9pbnRzPSIxNC4yNTEzMDU3IDcuNjcwODgzNjEgMTQuMjUxMzA1NyA0LjUxNjI2MTY2IDExLjg0MzU1OTYgMC41OTk0NTUwNDEgOS4xNzQzODI2NCAwLjU5OTQ1NTA0MSA5LjE3NDM4MjY0IDMuNzUyMzI2ODYgMTEuNTgzMjA0NiA3LjY3MDg4MzYxIj48L3BvbHlnb24+CiAgICAgICAgICAgICAgICA8cG9seWdvbiBpZD0iUGF0aCIgcG9pbnRzPSIxNC4yNTEzMDU3IDQuNzQyMzEyMTggMTQuMjUxMzA1NyA3Ljg5NTE4NCAxMS44NDM1NTk2IDExLjgxMzc0MDggOS4xNzQzODI2NCAxMS44MTM3NDA4IDkuMTc0MzgyNjQgOC42NTk5OTM4NyAxMS41ODMyMDQ2IDQuNzQyMzEyMTgiPjwvcG9seWdvbj4KICAgICAgICAgICAgICAgIDxwb2x5Z29uIGlkPSJQYXRoIiBwb2ludHM9IjUuNzg5NzY3MjUgNy42NzA4ODM2MSA1Ljc4OTc2NzI1IDQuNTE2MjYxNjYgMy4zODA5NDUzMSAwLjU5OTQ1NTA0MSAwLjcxMjg0NDE3NiAwLjU5OTQ1NTA0MSAwLjcxMjg0NDE3NiAzLjc1MjMyNjg2IDMuMTIwNTkwMjggNy42NzA4ODM2MSI+PC9wb2x5Z29uPgogICAgICAgICAgICAgICAgPHBvbHlnb24gaWQ9IlBhdGgiIHBvaW50cz0iNS43ODk3NjcyNSA0Ljc0MjMxMjE4IDUuNzg5NzY3MjUgNy44OTUxODQgMy4zODA5NDUzMSAxMS44MTM3NDA4IDAuNzEyODQ0MTc2IDExLjgxMzc0MDggMC43MTI4NDQxNzYgOC42NTk5OTM4NyAzLjEyMDU5MDI4IDQuNzQyMzEyMTgiPjwvcG9seWdvbj4KICAgICAgICAgICAgPC9nPgogICAgICAgIDwvZz4KICAgIDwvZz4KPC9zdmc+"); background-origin: initial; background-position: left 1px; background-repeat: no-repeat; background-size: initial; box-sizing: border-box; color: #333333; font-size: 0.75rem; margin-bottom: 1rem; padding-left: 1.333rem; text-decoration-line: none; text-transform: uppercase; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">ALBERTO ACOSTA</a></p></header><div class="entry-content" style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: liberation-sans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;"><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Após uma longa disputa, <a href="https://www.latercera.com/pulso-pm/noticia/tras-el-rechazo-del-pleno-la-comision-de-medio-ambiente-de-la-convencion-aprueba-un-nuevo-articulo-que-otorga-derechos-a-la-naturaleza/O23IT3IOPNHJJGARXVWIKKSSG4/" rel="noreferrer noopener" style="box-sizing: border-box; color: #007bff; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;" target="_blank">a Convenção Constituinte do Chile aprovou os Direitos da Natureza</a>. O artigo 9 reconhece que “os indivíduos e os povos são interdependentes com a Natureza e formam um todo inseparável. E mais especificamente afirma que “a natureza tem direitos e que o Estado e a sociedade têm o dever de protegê-los e respeitá-los”.</p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">O exemplo chileno é uma expressão do fato de que o mundo está avançando na discussão sobre os Direitos da Natureza. A razão é simples, a realidade não pode mais ser encoberta. O colapso ecológico é inegável. Nenhuma região, população ou mar está mais a salvo dos danos causados atualmente por este colapso, de acordo com o relatório do Painel das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC). A humanidade é brutalmente e globalmente confrontada com a possibilidade certa do fim de sua existência. Devemos agir. Isto explica por que este debate encontra um ponto relevante no Chile, um país afetado por múltiplas destruições socioecológicas.</p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Os <a href="https://latinoamerica21.com/br/um-possivel-plano-b-para-o-chile/" style="box-sizing: border-box; color: #007bff; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">debates na Convenção Constitucional chilena</a> abriram as portas para questões fundamentais, como os Direitos da Natureza. O tema é cada vez mais bem-vindo, mas também se choca com a falta de conhecimento sobre seu significado e o medo de perder privilégios através de sua aplicação. Foi apresentado um argumento de que estes direitos são inúteis, referindo-se à experiência equatoriana. Foi até dito que os direitos humanos estariam subordinados aos direitos da natureza e afetariam o modelo de desenvolvimento… Esclareçamos algumas dúvidas.</p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Apesar dos múltiplos mal-entendidos em diferentes instâncias e das limitações que são colocadas para impedir a aplicação desses direitos no Equador, a começar por seus próprios governantes, há espaço para o otimismo. Neste pequeno país andino, os Direitos da Natureza estão sendo gradualmente consolidados. Uma série de processos judiciais – quase 60 até o momento – ratificam isto. É uma tarefa árdua em um país preso por um extrativismo desenfreado. </p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Sem minimizar a necessidade de acelerar o ritmo para que ela crie raízes, tenhamos em mente que a Constituição só está em vigor há menos de 14 anos e que sua aplicação está rompendo com visões conservadoras. Além disso, poderíamos nos perguntar quanto tempo levou para aceitar os direitos humanos, que em muitos lugares são mais do que inadequadamente aplicados. O mesmo poderia ser dito dos direitos dos antigos escravos afrodescendentes: a escravidão foi abolida, mas o racismo não foi superado; <a href="https://latinoamerica21.com/br/a-violencia-politica-contra-as-mulheres-na-america-latina/" style="box-sizing: border-box; color: #007bff; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s;">os direitos das mulheres estão avançando</a>, mas o patriarcado ainda está presente; reflexões semelhantes poderiam ser feitas para os povos indígenas. Aceitar estas deficiências não deve nos levar à conclusão perversa de que estes direitos são inúteis.</p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">O importante, portanto, é que, apesar das múltiplas reticências e ignorância, os direitos conquistados pelos grupos tradicionalmente marginalizados estão cada vez mais permeando a sociedade. Gradualmente, os direitos estão provocando uma maior consciência social, uma consciência que muitas vezes é mais eficaz do que simples mudanças institucionais. </p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Com relação à justiça equatoriana, o reconhecimento dos Direitos da Natureza não resolveu o conflito entre a Natureza-objeto e a Natureza-sujeito. Temos até mesmo registrado manipulação estatal desses direitos quando eles são usados para expulsar atividades de mineração irregulares em certos territórios, a fim de abrir o campo para grandes empresas de mineração. </p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">A indignação que estas aberrações podem provocar não deve nos desencorajar. Devemos sempre ter em mente que uma Constituição por si só não muda a realidade, mas pode ajudar a própria sociedade a fortalecer o que ela tem à sua disposição como uma ferramenta poderosa para a cristalização das mudanças que são indispensáveis. </p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">De fato, no Equador, para muitas organizações da sociedade civil, estes direitos representam uma importante mudança de visão, eles são uma ferramenta de luta. Isto não é surpreendente, pois vários movimentos sociais, especialmente movimentos indígenas e camponeses, vêm defendendo a Natureza em suas lutas por seus territórios desde muito antes do reconhecimento constitucional destes direitos. O que é interessante agora é que estes direitos fortalecem os mecanismos de proteção de seus territórios e até mesmo os defensores da Pachamama, que muitas vezes são criminalizados por suas lutas. </p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">O exemplo chileno</span></p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Além do Equador, há avanços no mundo. De acordo com as Nações Unidas, 37 países já incorporaram esta questão de alguma forma em nível oficial e institucional. Em novembro de 2016, o Tribunal Constitucional da Colômbia reconheceu os direitos do rio Atrato e sua bacia; o mesmo aconteceu em 2018 com a Amazônia colombiana. Em 2016, o Tribunal Superior de Uttarakhand em Naintal, norte da Índia, decidiu que os rios Ganges e Yumana são entidades vivas, e recentemente o Panamá marcou um marco notável com uma poderosa Lei sobre os Direitos da Natureza. Além disso, há outras propostas em andamento para chegar a uma aceitação constitucional da Natureza como um sujeito de direitos. </p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Este eco internacional está se expandindo. Como esta é uma questão de repercussão global, é urgente que mais e mais países constitucionalizem estes direitos e que se avance na construção da Declaração Universal dos Direitos da Natureza, como foi proposto em Tiquipaya, Bolívia, em 2010. Esta reunião foi o gatilho para a emergência do Tribunal Internacional dos Direitos da Natureza, construído pela sociedade civil de todos os continentes, como um passo preliminar para um tribunal formal no âmbito das Nações Unidas para punir crimes contra a Mãe Terra. </p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Como Eduardo Gudynas corretamente afirma: “o reconhecimento dos valores intrínsecos da Natureza impõe mandatos universais, pois a vida deve ser protegida em todos os cantos do planeta”. Os problemas ambientais globais, como as mudanças climáticas ou a acidificação dos oceanos, reforçam ainda mais esta ética como um valor essencial”. E assim, mais cedo ou mais tarde, a globalização desses direitos seguirá o caminho dos direitos humanos, o que serviu para levar o ditador chileno Augusto Pinochet à justiça e prendê-lo na Europa por seus crimes contra a humanidade. </p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Uma iniciativa nesse sentido já foi expressa há alguns anos na ação pública para impedir a construção da hidrelétrica de Belo Monte, Brasil, que buscava defender o rio Xingu e seus habitantes ribeirinhos, referindo-se aos Direitos da Natureza na Constituição equatoriana. </p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Apesar da ignorância de uns e da defesa dos privilégios de outros, a aceitação dos Direitos da Natureza é claramente uma questão global e imparável. O Chile é hoje um exemplo mundial e o segundo país do mundo a libertar constitucionalmente a Natureza de seu status de objeto, como era quando emancipava os escravos em 1823. </p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1.3rem; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Finalmente, a alegação de que os Direitos Humanos seriam limitados ao assumir a Natureza como sujeito de direitos é insustentável. Os direitos da natureza não se opõem de forma alguma aos direitos humanos. Os modelos predatórios de desenvolvimento da vida humana e não-humana não podem ser tolerados. Portanto, ambos os conjuntos de direitos se complementam e se valorizam mutuamente. Além disso, aceitemos que sem os Direitos da Natureza não haverá Direitos Humanos plenos.</p><div class="addtoany_share_save_container addtoany_content addtoany_content_bottom" style="box-sizing: border-box; clear: both; margin: 1.333rem auto 0px;"><div class="a2a_kit a2a_kit_size_24 addtoany_list" data-a2a-title="O Chile reconhece os direitos da Natureza" data-a2a-url="https://latinoamerica21.com/br/o-chile-reconhece-os-direitos-da-natureza/" style="box-sizing: border-box; display: inline; line-height: 24px; outline: 0px; touch-action: manipulation;"><a class="a2a_button_facebook" href="https://latinoamerica21.com/#facebook" rel="nofollow noopener" style="border: 0px; box-shadow: none; box-sizing: border-box; color: #007bff; cursor: pointer; display: inline-block; font-size: 16px; padding: 0px 4px; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s; vertical-align: middle;" target="_blank" title="Facebook"><span class="a2a_svg a2a_s__default a2a_s_facebook" style="background-repeat: repeat; background-size: 24px; border-radius: 3px; box-sizing: border-box; display: inline-block; float: none; height: 24px; line-height: 24px; opacity: 1; overflow: hidden; padding: 0px; width: 24px;"><svg aria-hidden="true" focusable="false" viewbox="0 0 32 32" xmlns="http://www.w3.org/2000/svg"><path d="M17.78 27.5V17.008h3.522l.527-4.09h-4.05v-2.61c0-1.182.33-1.99 2.023-1.99h2.166V4.66c-.375-.05-1.66-.16-3.155-.16-3.123 0-5.26 1.905-5.26 5.405v3.016h-3.53v4.09h3.53V27.5h4.223z" fill="#f15e21"></path></svg></span><span class="a2a_label" style="border-radius: 4px; box-sizing: border-box; clip-path: polygon(0px 0px, 0px 0px, 0px 0px); display: inline-block; float: none; height: 1px; opacity: 1; overflow: hidden; position: absolute !important; width: 1px;">Facebook</span></a><a class="a2a_button_twitter" href="https://latinoamerica21.com/#twitter" rel="nofollow noopener" style="border: 0px; box-shadow: none; box-sizing: border-box; color: #007bff; cursor: pointer; display: inline-block; font-size: 16px; padding: 0px 4px; text-decoration-line: none; transition: all 0.1s ease-in-out 0s; vertical-align: middle;" target="_blank" title="Twitter"><span class="a2a_svg a2a_s__default a2a_s_twitter" style="background-repeat: repeat; background-size: 24px; border-radius: 3px; box-sizing: border-box; display: inline-block; float: none; height: 24px; line-height: 24px; opacity: 1; overflow: hidden; padding: 0px; width: 24px;"><svg aria-hidden="true" focusable="false" viewbox="0 0 32 32" xmlns="http://www.w3.org/2000/svg"><path d="M28 8.557a9.913 9.913 0 01-2.828.775 4.93 4.93 0 002.166-2.725 9.738 9.738 0 01-3.13 1.194 4.92 4.92 0 00-3.593-1.55 4.924 4.924 0 00-4.794 6.049c-4.09-.21-7.72-2.17-10.15-5.15a4.942 4.942 0 00-.665 2.477c0 1.71.87 3.214 2.19 4.1a4.968 4.968 0 01-2.23-.616v.06c0 2.39 1.7 4.38 3.952 4.83-.414.115-.85.174-1.297.174-.318 0-.626-.03-.928-.086a4.935 4.935 0 004.6 3.42 9.893 9.893 0 01-6.114 2.107c-.398 0-.79-.023-1.175-.068a13.953 13.953 0 007.55 2.213c9.056 0 14.01-7.507 14.01-14.013 0-.213-.005-.426-.015-.637.96-.695 1.795-1.56 2.455-2.55z" fill="#f15e21"></path></svg></span><span class="a2a_label" style="border-radius: 4px; box-sizing: border-box; clip-path: polygon(0px 0px, 0px 0px, 0px 0px); display: inline-block; float: none; height: 1px; opacity: 1; overflow: hidden; position: absolute !important; width: 1px;">Twitter</span></a></div></div></div>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-47497720988518960612022-01-12T13:51:00.002-03:002022-01-12T13:51:57.843-03:00A Percepção Originária vinda da Sabedoria Ancestral<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Casé Angatu, Coluna Imbaú, para o <a href="https://www.correiocidadania.com.br/">Correio da Cidadania</a></span></i></p><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">10/01/2022<o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i></i></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiGIBG0hdkmshIuPNqppffJef5pkCzUAhdr4ivHIFya4mLfIQjT5vyjzoj0i4vcOApF2uSrSgFezMQ-_ssNl2Q8JXiLLM1vLTS5cUUnOvFipf36N7KHHN3GY43rsAsFVOM5RGSoxBdZ_YILWL7GhET8k8Vxa09WQIUKSjI5ee8M7OP0AsH20B0W5kY62Q=s877" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="731" data-original-width="877" height="544" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiGIBG0hdkmshIuPNqppffJef5pkCzUAhdr4ivHIFya4mLfIQjT5vyjzoj0i4vcOApF2uSrSgFezMQ-_ssNl2Q8JXiLLM1vLTS5cUUnOvFipf36N7KHHN3GY43rsAsFVOM5RGSoxBdZ_YILWL7GhET8k8Vxa09WQIUKSjI5ee8M7OP0AsH20B0W5kY62Q=w653-h544" width="653" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;">Foto: Mar de Olivença –
Sirihyba - Terra Indígena Tupinambá no enfrente a Aldeia Taba Gwarïnï Atã.
Data: sem datação. Autoria: Mauricio Pinheiro.<span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></span></p></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i></i></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Era a primeira
segunda-feira do mês de dezembro desses quase dois anos da doença pandêmica (06
de dezembro de 2021). Logo cedo dois Parentes Indígenas e Pescadores – Bijupirá
e Baiacu – se encontraram à beira mar entre o Jairy – Sirihyba que fica aqui em
Terras Tupinambá em Olivença (Ilhéus/BA).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Estavam em frente a
Aldeia Jairy Ituaçu e a Aldeia Taba Gwarïnï Atã (onde moro). Como quase sempre
faço pela manhã, eu também estava lá.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Sabe... nosso Território
fica na Mata (Ka’á) Atlântica e em frente ao Paranãussu (Mar Grande – Oceano
Atlântico). Nossa Terra (Opaba) é cortada por rios, riachos e ygarapés onde
correm águas férreas, consideradas medicinais. Opaba Poranga (Nossa Terra
Linda), de muitas águas, matas, bichos e encantarias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Voltando ao encontro que
presenciei pela manhã entre os dois Parentes Pescadores Tupinambá, Bijupirá e
Baiacu, no dia anterior (domingo) combinaram logo cedo de na segunda colocarem
a jangada (ygapeba) no mar para pescarem. Sei disso porque estava conversando
com os dois quando marcaram a pescaria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ao se encontrarem conversaram:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– “Katuara Parentes”,
disse Bijupirá Tupinambá.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– “Katuara”, responderam
Baiacu Tupinambá e Casé Angatu.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Bijupirá e Baiacu olharam
então para o mar, miraram o céu, sentiram o vento e continuaram a prosa:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– “Rapaz ... hoje o mar
(paranã) tá retado de agitado (yaíba) e a maré cheia (yúra pungá)”, falou
Bijupirá Tupinambá.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– “Oxeee ... tu não viu
ontem não ... foi a noite (pytuna) todinha de relâmpago (amamberaba) ... o céu
(ybaca) ficou claro ... parecia São João”, comentou Baiacu Tupinambá.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– “Foi mesmo ... do jeito
que tá aí não tem como botar a jangada (ygapeba) no mar (paranã)” – afirmou
Bijupirá Tupinambá.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– “Justo agora que é
época de pegar o pirá (peixe) e conseguir uns trocados”, ponderou Baiacu
Tupinambá<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– “Tupã sabe o que faz e
Janaina também ... bora molhar a palavra que a chuva (amana) já tá caindo forte
(atã) e pelo jeito vai demorar passar”, considerou prevendo Bijupirá Tupinambá<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– “Isto se não virá
tempestade (ybytuaíba)... bora…”, pressentiu Baiacu Tupinambá concordando com a
sugestão de molhar a palavra (*1)<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhn685oxl4a-S8BNZ_tpqNU1uFt0DpeaH6fQq6lEJVi0fs-xbPjiDtEREVz4U6sYUfgeF4WTEkhPyh4MGXtxXnOZ1ud_fNoG0RaAK4NOmynGI5OhElAq8i-ZS3sRCGjPN2RYa4JRX-9x1lSs9lcMG0pQsB_QTpZPHMfws5SpGprs5Qw0he6xd_jOS6bGA=s1221" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="628" data-original-width="1221" height="326" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhn685oxl4a-S8BNZ_tpqNU1uFt0DpeaH6fQq6lEJVi0fs-xbPjiDtEREVz4U6sYUfgeF4WTEkhPyh4MGXtxXnOZ1ud_fNoG0RaAK4NOmynGI5OhElAq8i-ZS3sRCGjPN2RYa4JRX-9x1lSs9lcMG0pQsB_QTpZPHMfws5SpGprs5Qw0he6xd_jOS6bGA=w631-h326" width="631" /></a></td></tr></tbody></table></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;">Foto: Jangada (Ygapeba)
Indígena. O Povo Tupinambá mantém a pesca artesanal ancestral. Data: sem
datação. Autoria: Mauricio Pinheiro.<span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-size: 14pt;">E aquela chuva virou
mesmo tempestade como intuíram Bijupirá e Baiacu, demorando cerca de seis dias
para estiar (de 06 até 12 de dezembro de 2021). Os meus Parentes tinham razão
em suas previsões feitas através da percepção originária, gerada das vivências
atemporais como pescadores indígenas e da sabedoria ancestral.</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Porém, não sabíamos que o
temporal seria fora do comum em sua intensidade, demorando um tempo maior para
abrandar. Até então não tínhamos noção que aquela tempestade era gerada por um
ciclone subtropical denominado pela Marinha do Brasil com o nome em tupy de
“Ubá” (*2).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Do mesmo modo, como
poderíamos prever<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que o lugar onde
morávamos (Terra Indígena Tupinambá de Olivença – Ilhéus) seria uma das áreas
afetadas pelas tempestades, bem como toda região Sul, Extremo Sul, Oeste,
Sudoeste da Bahia e Norte de Minas Gerais. Para piorar sem ainda nos
recuperarmos após a passagem do ciclone subtropical Ubá fomos afetados
novamente por tempestades cerca de 11 dias depois entre os dias 23 até 25 de
dezembro de 2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Os novos temporais,
segundo os especialistas em meteorologia, foram causados pelo fenômeno
climático chamado “La Niña” e o aumento da temperatura no oceano. Isto ocorreu
quando ainda terminava este texto e por isto precisei fazer sua atualização no
sentido de inserir a segunda onda de temporais que enfrentamos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Por isto indago: será que
as agências e institutos meteorológicos e climatológicos não conseguiriam
prever eventos climáticos e meteorológicos extremos como os que nos abalaram?
Não seria possível emitir alertas e tomar medidas de precaução, reduzindo as
consequências? (*3)<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Na mesma direção
questiono: são só os temporais os únicos responsáveis por afetarem as vidas das
pessoas, que geralmente são as mais carentes materialmente pelo país afora,
resultando em mortes, ferimentos, doenças e perdas do pouco que se tem? Ou será
que o capitalismo e seus mandatários também possuem responsabilidades?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">As tempestades revelam a
Histórica e Estrutural Bio-Necropolítica do Bio-Necropoder Capitalista que o
Genocida radicalizou<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Não é objetivo deste
texto responder conclusivamente à essas inquietações aqui enunciadas, mas
aventar possibilidades de ponderações. Além disso, essas indagações são geradas
pela indignação que surgem de pessoas como o autor deste texto que vivenciaram
e ainda vivenciam as sequelas das tempestades ocorridas entre os dias 06 a 12,
e 23 a 25 de dezembro de 2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Sei que dirão e com toda
razão: o atual governo negacionista do conhecimento, da pesquisa e da ciência
tem cortado verbas e investimentos também neste setor das previsões
meteorológicas e climatológicas. Sem dúvida isto tem ocorrido e possui relação
com as consequências geradas pelo “Ubá” e “La Niña”. É notória a nefasta
atuação genocida do governo fascista e negacionista que busca a deterioração
dos estudos, pesquisas e políticas públicas, especialmente quando favorecem a
população a exemplo do que ocorre nas áreas meteorológicas e
climatológicas.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A título de exemplo, em
setembro deste ano (2021) o governo federal interrompeu a atuação do Sistema
Nacional de Meteorologia – SNM, depois de quatro meses de sua criação. O SNM
tinha com intuito realizar com maior eficiência as previsões meteorológicas,
sendo coordenado pelo Instituto Nacional de Meteorologia - INMET (Ministério da
Agricultura), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE (Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovações) e Centro Gestor e Operacional do Sistema de
Proteção da Amazônia - CENSIPAM (Ministério da Defesa). Para piorar a falta de
perspectiva gerada pela suspensão do Sistema Nacional de Meteorologia vale
ressaltar que a interrupção foi encaminhada pelo Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovações, e executada pela Secretaria Especial de Assuntos
Estratégicos da Presidência da República – SAE.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Outra demonstração do
descaso do atual governo federal em relação à prevenção de “eventos climáticos
ou meteorológicos” ocorreu em junho/2021. Na ocasião os mandatários da
república deixaram sob ameaça de desligamento o supercomputador “Tupã” por
falta de recursos para sua manutenção e até para pagar a conta de luz (*4).
Essencial nas análises de dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos
Climáticos, o “Tupã” é de responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas
Especiais – INPE (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) e quase foi
desligado já em agosto de 2021. Porém, o desligamento do supercomputador ainda
continua previsto para o início do próximo ano (2022).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Mas não pensem que a
paralisação do Tupã foi adiada somente por causa da necessidade de prevenir a
população em relação aos “eventos climáticos ou meteorológicos extremos”.
Aparentemente o desligamento foi postergado porque o supercomputador também é
necessário para agricultura. Segundo Gilvan Sampaio, Coordenador Geral da
Ciências da Terra:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">[...] sem um
supercomputador é quase impossível avançar com as previsões. "Não ter uma
máquina como essa significa que em médio e longo prazo nós ficamos estagnados.
E quem perde são os setores de agricultura, energia e defesa civil, justamente
por não ter um avanço para melhor antever uma seca ou episódio de chuvas
intensas. Nós perdemos essa capacidade de antecipar cada vez mais esses eventos
que tanto afetam a agricultura”, comenta. (*5)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Claro que não tem como
deixar de denunciar essas ações deliberadamente genocidas do atual governo
negacionista do conhecimento e que prejudica a população brasileira. A não
previsão eficiente de eventos climáticos como os que nos atingiu gera: mortes,
pessoas feridas, doenças, sofrimentos, perdas materiais do pouco que se tem.
Além disso, a política genocida não é uma novidade na forma como o atual
governo federal trata o povo, basta lembrar como atuou negando o enfrentamento
à Covid-19.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">No entanto, mesmo
considerando o sucateamento de setores vitais para a população no sentido dos
estudos e previsões climáticas e meteorológicas, minha inquietação continua: o
Estado (em suas diferentes esferas: federal, estadual e municipal), a Marinha
do Brasil e o Sistema Nacional de Defesa Civil não foram informados sobre o
“Ubá” e “La Niña” pelas Agências/Institutos Meteorológicos/Climatológicos ainda
existentes e pertencentes aos órgãos públicos ou privados, bem como pelas
Universidades Públicas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Agências, Institutos e
Instituições como: Instituto Nacional de Pesquisas Especiais – INPE (Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovações); Instituto Nacional de Meteorologia - INMET
(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento); Instituto de Energia e
Ambiente da USP – IEA/USP, Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de
Desastres Naturais – CEMADEN (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações);
Sistema Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, Centro
Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres – CENAD<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>(Ministério da Integração Nacional), Sistema
Nacional de Defesa Civil; Climatempo, MetSul – Meteorologia; entre outros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ou será que não é
possível mais realizar previsões meteorológicas e climatológicas como ocorreu
em 17 de abril deste ano (2021). Numa das publicações da página da Climatempo
daquele dia encontramos que estavam previstos temporais gerados por um ciclone
subtropical para o dia 19 de abril de 2021:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Novo ciclone subtropical
poderá se formar na costa brasileira: Os meteorologistas estão atentos a uma
nova área de baixa pressão atmosférica que começa a se desenvolver na costa de
São Paulo. [...] O sistema deve estar completamente formado na próxima
segunda-feira, 19 de abril [2021]. A Marinha do Brasil já emitiu um aviso de
acompanhamento desse sistema. Se esta baixa pressão atmosférica evoluir até uma
tempestade subtropical nos próximos dias, deverá ser batizada com o nome de
Potira [...], deixando o mar agitado em parte da costa do Sudeste e também do Sul
do Brasil.” (*6)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Antes de continuar
reafirmo que aqui apresento indagações e não conclusões finais até porque sou
leigo nesta área de previsões meteorológica e climatológica. Isto é, são
inquietações de quem vive numa das regiões onde ocorreram os efeitos do ciclone
subtropical “Ubá” e do fenômeno climático “La Niña” sem ter percebido a
divulgação ampla e incisiva de alertas, bem como de ações de prevenção. Não
obstante, se os avisos e as ações ocorreram e não percebi deixo aqui minhas
antecipadas desculpas pela falta de percepção o que em si já demonstra que não
foram amplamente divulgadas de forma incisiva.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Feita a ressalva acima e
voltando aos questionamentos: será que não tinha mesmo como prever a formação
do “Ubá” e os efeitos da “La Niña”, mesmo considerando os sucateamentos
efetuados pelo governo negacionista nesta área? Caso possível a previsão porque
não alertaram às populações das áreas que provavelmente seriam afetadas por
temporais e vendavais, evitando algumas das tragédias que resultaram em mortes?
Caso tenham avisado: por que esse alerta não foi amplamente divulgado ou
efetivado na forma de prevenção?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Por isso fui pesquisar os
dias anteriores ao “Ubá” e encontrei algumas informações no site da MetSul –
Meteorologia do dia 5 de dezembro de 2021. Ou seja, às vésperas da primeira
tempestade que nos afetou a MetSul – Meteorologia prognosticava: Ciclone com Trajetória
Atípica Durante a Semana na Costa Brasileira, o texto alertava:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ciclone vai se formar na
costa brasileira e tende a percorrer uma trajetória atípica no Atlântico Sul. O
sistema deverá ser responsável ainda por chuva excessiva com uma condição perigosa
para inundações em alguns estados. [...] Na quarta (8/12/2021) a chuva seguiria
forte a intensa no Norte de Minas Gerais e no Espírito Santo com volumes altos
nos limites da Bahia com os dois estados. Na quinta (9/12/2021), as mesmas
regiões seguiriam com chuva forte a intensa em diferentes pontos e acumulados
diários isolados acima de 100 mm. Na sexta (10/12/2021), o quadro pouco se
altera no posicionamento das áreas de chuva mais volumosa. [...] Os volumes
nestas áreas podem facilmente superar os 200 mm nos próximos sete dias com
registros isolados mesmo acima de 300 mm. Sob este cenário de precipitação,
será alto o risco de inundações repentinas e por transbordamento de rios, além
de alagamentos por chuva forte e possibilidade de deslizamentos em encostas.
(*7)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ao que tudo indica o
próprio governo federal sabia do que poderia ocorrer. Numa entrevista ao Jornal
da CBN no dia 14/12/2021 o Ministro Rogério Marinho (Ministério do
Desenvolvimento Regional), contraditoriamente, informou que a “situação na
Bahia estava sendo monitorada desde 28 de novembro por meio do Sistema Nacional
de Prevenção, Enfrentamento e Ajuda a Desastres”. Rogério Marinho chegou a
ressaltar a atuação “conjunta com a Defesa Civil do estado, informando a
possibilidade de ocorrências de fortes chuvas, ações de prevenção e
deslocamento de pessoal para a região”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Segundo o Ministro:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Nós informamos o Estado
da Bahia que haveria fortes ocorrências de chuvas, informamos os municípios que
poderia acontecer o problema, fizemos um trabalho ligado a questão da prevenção
porque você precisa avisar com antecedência [...] deslocamos nosso pessoal para
o estado da Bahia já nesta data [provavelmente ele se refere ao dia
28/11/2021], fizemos reunião com os prefeitos e com o coordenador da Defesa Civil
da Bahia desde essa época. Nós já estávamos lá com um Centro de Operações
montado na cidade de Itamaraju [...]então o governo está fazendo sua parte.
(*8)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Porém, pelo jeito as
ações federais não foram suficientes ou não tiveram alcance desejado tanto na
prevenção do ciclone e posteriormente na tentativa de amenizar suas
consequências. Como morador aqui numa das regiões afetadas pelo “Ubá” não
acompanhei nenhum alerta e muito menos essas medidas anunciadas pelo Ministro
antes do dia 06/12/2021, durante as tempestades e depois da passagem do
ciclone. Insisto: caso isto tenha ocorrido, por favor, corrijam minha
informação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Não obstante, os números
resultantes dessa primeira tempestade falam por si só.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Sobe o Número de Vítimas
pela Chuva Extrema na Bahia: Dados da Defesa Civil Estadual mostram que as
intensas precipitações atingiram quase 300 mil pessoas com milhares de
desalojados. A Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec)
confirmou no fim de semana de 18 e 19 de dezembro mais duas mortes em
consequências das fortes chuvas que atingem o Sul do estado desde o início de
novembro. Segundo o órgão estadual, ao menos 18 pessoas morreram e 276 ficaram
feridas em função dos eventos hidrológicos (enxurradas, alagamentos, inundações
e deslizamentos) que já afetaram ao menos 299.360 pessoas. Até ontem, 63
cidades baianas já tinham decretado situação de emergência. Com base em
informações fornecidas por prefeituras baianas, a Sudec calcula que, até ontem,
15.483 pessoas tinham sido desalojadas, famílias que tiveram que deixar suas
casas temporariamente e se hospedar na casa de parentes, amigos ou hotéis, e
4.453 desabrigadas, tendo que ser acolhidas em abrigos públicos ou locais
improvisados (*9).Ainda sobre as medidas posteriores ao ciclone vale destacar
que o governo federal até o dia 14/12/2021 tinha liberado somente R$ 5,8
milhões para seis das 63 cidades então em situação de emergência na Bahia
(*10).<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Para mensurar o quanto é diminuto
este valor basta dizer que a mansão do senador Flávio Bolsonaro (PL),
localizada em bairro de luxo de Brasília, custou<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>R$ 6 milhões.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Outra demonstração do
descaso no amparo às populações atingidas pelas tempestades transparece num
comunicado emitido pela Prefeitura de Jucuruçu (uma das cidades baianas mais atingidas
pelas tempestades) no dia 12/11/2021. Constrangida a prefeitura local pediu
desculpas aos moradores do lugar por não conseguir auxiliar todas as pessoas
que foram afetadas:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">“Nossa amada Jucuruçu foi
pega de surpresa, no meio da noite, com uma enchente que desabrigou diversas
famílias. As águas das fortes chuvas destruíram sonhos, nosso comércio, casas e
bens materiais”. (*11)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">De acordo com o
comunicado da Prefeitura de Jucuruçu a cidade “foi pega de surpresa”. Portanto,
mesmo as autoridades de Jucuruçu não foram alertadas sofre as tempestades. Caso
isto tenha ocorrido o alerta não foi o suficiente para amenizar os efeitos dos
temporais.A mesma situação se repetiu em relação ao fenômeno climático chamado
“La Niña” entre os dias 23 e 25 de dezembro de 2021, tornando o quadro em nossa
região mais devastador ainda. Conforme o portal UOL, o Centro Nacional de
Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais - CEMADEN (Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovações) desde o dia 20 de dezembro/2021 emitiu três alertas de
riscos para nossa região que foram compartilhados com o Centro Nacional de
Gerenciamento de Riscos e Desastres – CENAD<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>(Ministério da Integração Nacional), responsável pelos contatos com as
Defesas Civis dos estados e municípios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O primeiro desses
comunicados do CEMADEN era até contundente:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">"Risco de novas
inundações e deslizamentos de terra na Bahia nos próximos dias", o
documento diz: "muito provável ocorrência de chuvas volumosas,
especialmente entre os dias 24 e 25 de dezembro, [que] permitem identificar um
ALTO RISCO de ocorrência de novos deslizamentos de terra e inundações"
(*12)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">No entanto, outra vez ao
que tudo indica os alertas não foram amplamente divulgados e nem as precauções
tomadas. Para José Marengo, Coordenador-Geral de Pesquisa e Desenvolvimento do
CEMADEN:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Os alertas servem para
minimizar os danos, não é possível zerá-los. Mas não fossem esses alertas, o
resultado seria muito pior. Temos ainda cidades não preparadas, ou sem a Defesa
Civil para receber essa informação. E há uma dificuldade histórica em retirar
moradores de áreas de risco. (*13)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Nas entrelinhas da fala de
Marengo aparece um dos pontos principais para pensarmos as razões estruturais
pelas quais os alertas não foram/são oferecidos e nem as medidas de
preocupações tomadas: “dificuldade histórica em retirar moradores de áreas de
risco”. Isto é, a histórica lógica de morte dos que comandam o sistema
capitalista que pensam em custos e não em vidas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Em outras palavras:
bio-necropolítica do bio-necropoder onde se mede as despesas e não as vidas.
Porém, retomaremos e assunto mais adiante. Para o momento vale realçar que essa
estrutural e histórica forma de (não) agir tem custado vidas, aumento da
pobreza e sofrimentos imensuráveis como ocorreu e ainda ocorre com às
populações do sul, extremo sul, oeste e sudoeste da Bahia e do norte de Minas
Gerais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">De acordo com os dados
apresentados pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil - SUDEC para o
dia 31 de dezembro 2021, o número de mortos chegou à 25, com 517 pessoas
feridas e 643 mil pessoas atingidas pelas tempestades. Agora são mais de 91 mil
pessoas desabrigadas ou desalojadas, envolvendo 151 cidades em situação de
emergência. Esses números correspondem aproximadamente a 30% das cidades
baianas em estado de emergência. Só em Itabuna o número de atingidos pelas
tempestades, segundo a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza,
envolveu 30 mil pessoas – cerca de 30% da população.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Como da primeira vez, o
“auxílio” oferecido pelo governo federal é irrisório diante das necessidades.
Um dos supostos “auxílios” oferecido é no mínimo uma crueldade com o Povo Baiano
e dos outros estados por que o governo federal “liberou” por medida provisória
(MP) R$ 200 milhões para reconstruir estradas atingidas pelas chuvas. O
problema é que esse valor é pra ser dividido por cinco estados: Bahia,
Amazonas, Minas Gerais, Pará e São Paulo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Esse “auxílio” ou mesmo
disponibilizar o fundo de garantia que pertence aos próprios trabalhadores são
ações que demonstram mais uma vez a histórica e estrutural lógica da
bio-necropolítica do bio-necropoder dos que comandam o estado capitalista.
Claro que esse quadro é agravado pela atuação genocida do governo fascista.
Enquanto os temporais afetavam as nossas vidas, o presidente fascista estava de
férias no litoral catarinense.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vale lembrar que mesmo
que as chuvas cessem ou diminuam fica o perigo de doenças, novos acidentes por
causa das estruturas abaladas das casas, prédios públicos, comerciais,
estradas, condições do solo, encostas e rios. Além disso, o perigo de doenças
aumenta em plena pandemia de Covid-19 e do vírus da influenza, tais como:
leptospirose , hepatite A, hepatite E, doenças diarreicas, febre tifoide,
cólera, dengue.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Como explica a Fundação
Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ, além da necessidade de alertar a população
para eventos como o “Ubá” são necessárias medidas estruturais efetivas após
manifestações climáticas como a que ocorreu:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">[...] um evento climático
ou meteorológico extremo resulta de uma séria interrupção do funcionamento
normal de uma comunidade ou sociedade, afetando seu cotidiano. Essa paralisação
abrupta envolve, simultaneamente, perdas materiais e econômicas, assim como
danos ao ambiente e à saúde das populações por meio de agravos e doenças que
podem causar mortes imediatas e posteriores. Uma ocorrência do gênero torna o
grupo afetado incapaz de lidar com a situação utilizando os próprios recursos,
o que pode ampliar os prejuízos para além do lugar de sua eclosão. (*14)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><b>Motyrõ: o Povo oferecendo
Caminhos na Autoconstrução Coletiva de suas Vidas, resistindo e (re)existindo
ao capitalismo</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ciente desse quadro
apresentado pela FIOCRUZ um outro questionamento surge: por que não são
efetuadas medidas estruturais preventivas antes mesmo de eventos limáticos ou
meteorológicos extremos acontecerem? Não estou aqui tratando de remoções
forçadas de famílias ou de pessoas das chamadas áreas de risco. O que assinalo
é construir alternativas de forma participativa para atender as perspectivas de
vida e habitacionais dos que vivem em locais de risco e de toda a população
despossuída de riqueza material.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Um bom exemplo neste
sentido vem da cabeleireira e artesã Samara Ribeiro, moradora de Itabuna que
teve sua casa destruída pela cheia do Rio Cachoeira (principal rio que corta
aquela cidade) durante as últimas tempestades. Samara junto com cerca de 242
pessoas de 82 famílias precisou se abrigar no Parque de Exposições municipal
nas baias que comportam animais durante exposições. Após protestos dos
abrigados a prefeitura local procurou transferir as pessoas para Universidade
Federal do Sul da Bahia (UFSB). Porém a cabeleira e artesã foi uma das pessoas
que se recusaram a sair do Parque de Exposições porque:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Apesar dos riscos, ela
afirma que não vai para a UFSB porque é proibido que ela leve os três porcos
que conseguiu salvar durante a enxurrada. Além disso, ela, que teve a casa e o
comércio do marido destruídos, afirma que no abrigo da faculdade é necessário
cumprir regras como não sair do local depois das 18 horas. “Já não basta tudo
que estamos vivendo e ainda precisamos cumprir regras em abrigos? Eu que não
vou ficar aprisionada”, afirmou. Samara também afirma que a faculdade é longe
do lugar onde reside e que não quer ficar longe dos seus animais. Além dela, o
marido, duas filhas e crianças e outros parentes estão abrigados no parque.
(*15)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Insisto: é necessário
construir coletivamente e de forma participativa caminhos para moradia popular
gratuita, atendendo as perspectivas de vida dos que habitam. Tem que ser
gratuita porque senão não é popular.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Não se trata de
implementar práticas históricas de exclusão das camadas populares da população.
Em dois dos meus livros (“Nem Tudo Era italiano – São Paulo e Pobreza” e
“Identidade Urbana e Globalização”), discutindo especificamente a cidade de São
Paulo e Guarulhos, analiso como os donos do poder político e econômico usam os
discursos de urbanidade, segurança, higiene, combate às moradias de risco para
implementar práticas de limpezas socioculturais, expulsões e exclusões.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">São exemplos históricos
neste sentido o combate à cortiços, favelas, moradores em situação de rua,
habitações em áreas consideradas irregulares, de risco, perseguições ao
comércio popular, diferentes formas de trabalhar e expressar tradições
socioculturais. (*16)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O caminho que assinalo é
outro porque parte do princípio da construção participativa de soluções para a
habitação popular e criação de infraestruturas atendendo as perspectivas de
vidas e vivências das pessoas. Soluções por vezes já existentes nas formas como
o próprio povo constrói suas moradas e vivências, resistindo às imposições e
(re)existindo em suas tradições.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Assim, tomando como
exemplo Ilhéus, município onde fica a Terra Indígena onde moro e que também foi
atingida pelo ciclone subtropical “Ubá” faço as ponderações a seguir, seguindo
o levantamento feito pelo site da Câmara Municipal da cidade:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Números estimados pela
Defesa Civil apontam que, hoje, residem nos altos e morros de Ilhéus 17 mil
famílias em áreas de anormalidade (sem regulamentação de imóveis e onde sequer chegam
serviços essenciais), 5 mil famílias em áreas de risco e mais 20 mil famílias
em áreas de morro. Em todos estes locais há necessidade de intervenções para
garantir a segurança dos seus habitantes. Dos 45 altos e morros, apenas 12 têm
acessibilidade de veículos com serviço de transporte público, mesmo assim de
forma precária. A maioria destas localidades conta apenas com escadarias. (*17)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Desta forma, feito o
levantamento da situação cabe a criação de políticas públicas participativas
junto com as comunidades mencionadas para enfrentar os riscos a que estão
submetidas. As intervenções não podem ser práticas unilaterais do poder público
e sim formas conjuntas respeitando as populações.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Aliás, as ações contando
com a participação popular nas decisões estão previstas pela Lei Federal No.
10.257, de 10 de julho de 2001. Chamada de “Estatuto da Cidade” essa Lei tem 20
anos e assinala que as cidades deveriam possuir: um planejamento participativo;
função social da propriedade (os imóveis precisariam servir para moradia,
comércio, lugar de trabalho); estudo de Impacto Ambiental e Social.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ainda conforme o
“Estatuto da Cidade” é preciso garantir: [...] o direito à terra urbana, à
moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos
serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras
gerações. (*18)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Do mesmo modo, pensar e
agir assim não se trata de uma utopia ou devaneio impraticável. Um exemplo de
ações pensando na moradia das camadas populares da população de forma
participativa foi a atuação da prefeita Luiza Erundina na cidade de São Paulo
entre 1989 e 1992. Em sua gestão a prefeita desenvolveu o Programa de
Construção por Mutirão e Autogestão: “os mutirões foram pensados como solução
habitacional de baixo custo onde os próprios ‘mutirantes’” num sistema de
“autogestão eram responsáveis pela construção da unidade e também pela
administração do empreendimento”. (*19)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vale observar que o
mutirão é uma palavra de origem tupy: potyrom ou motyrõ que significa “pôr as mãos
juntas, trabalhar juntos, trabalho em comum". Alguns chamam este processo
de Arquitetura Vernacular, Bioconstrução ou Popular. Prefiro chamar essa forma
de construir de Manejo da Autoconstrução Coletiva Originária ou Popular. Um
manejo que depende de condições geográficas, climáticas, aspectos
socioculturais específicos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Os Povos Indígenas sempre
praticaram essa forma de construir suas habitações. A uka (oca) onde moro na
Aldeia Gwarïnï Taba Atã na Terra Indígena Tupinambá de Olivença (Ilhéus/Bahia)
foi assim construída, bem como as demais. As imagens que seguem demonstram a
Comunidade da Aldeia Itapuã também daqui do Território Tupinambá de Olivença
construindo em Mutyrõ e na tradição da taipa a sede da nova Escola Estadual
Indígena Indígena Amotara. (*20)<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjFB-OypAxaCDlRMhhqFungat2y-nU6gZwhwPZP1j1JLENIUMyNgRyDHJI2kIEVkR_1nz387j6KGwD7gIc_zOiopL82y74K0S4Ua0I-6sc6hzbUc1rSzDy5FQfJCcHuYacBJER3NyvTD5WRWGsFPKKC5y7N89lLqPNZXJ1zVbtcHmTXvvYeLgg20RIazQ=s1099" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="301" data-original-width="1099" height="201" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjFB-OypAxaCDlRMhhqFungat2y-nU6gZwhwPZP1j1JLENIUMyNgRyDHJI2kIEVkR_1nz387j6KGwD7gIc_zOiopL82y74K0S4Ua0I-6sc6hzbUc1rSzDy5FQfJCcHuYacBJER3NyvTD5WRWGsFPKKC5y7N89lLqPNZXJ1zVbtcHmTXvvYeLgg20RIazQ=w480-h201" width="480" /></a></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgIlw6aLGDylM3PbQ4-BQEKRy6fHMviMB8uLTvd4VbbV4iZJ6A8HfmUOyrf6On19RAEypLYYpcHbY2BY9yERFOdHn2Y8olnyLRgnBp1vodT_6dcJl7CVRq4zlZgpNTqPP0sFXm5eEPuXbBIpkdjZDgvjMHr-BJp9wSV_U_TPnKLC2D4_76p1QZ0Zet_Wg=s1185" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="289" data-original-width="1185" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgIlw6aLGDylM3PbQ4-BQEKRy6fHMviMB8uLTvd4VbbV4iZJ6A8HfmUOyrf6On19RAEypLYYpcHbY2BY9yERFOdHn2Y8olnyLRgnBp1vodT_6dcJl7CVRq4zlZgpNTqPP0sFXm5eEPuXbBIpkdjZDgvjMHr-BJp9wSV_U_TPnKLC2D4_76p1QZ0Zet_Wg=w490-h212" width="490" /></a></div><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg0A0tcthVPG5C7H7NRX0xvlljH-EJ2z7tFn7HLg7jGDckcYbgbv50zFwF5MJNltGoAwHs_ifPLY0MVdeNi_QlfbHB80AUuA2vQVfVSYDwbgGnEQifAS25mQpuRWi125kU4rqp_6WIXCTEigH_dlOKZMtj_d98RSXrbh4SKpToh3k5g3Ke5SZKu9Jv9mw=s650" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="617" height="325" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg0A0tcthVPG5C7H7NRX0xvlljH-EJ2z7tFn7HLg7jGDckcYbgbv50zFwF5MJNltGoAwHs_ifPLY0MVdeNi_QlfbHB80AUuA2vQVfVSYDwbgGnEQifAS25mQpuRWi125kU4rqp_6WIXCTEigH_dlOKZMtj_d98RSXrbh4SKpToh3k5g3Ke5SZKu9Jv9mw=w431-h325" width="431" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;">Fotos: Comunidade da
Aldeia Itapuã na Terra Indígena Tupinambá de Olivença em Mutyrõ; constrói na
tradição da taipa a sede da nova Escola Indígena Amotara. Data: 18/01/2019.
Autoria/Fonte: Ayra Tupinambá.<span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></span></p></td></tr></tbody></table><br /><div><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; text-align: justify;">Nas cidades vejo em
alguns lugares, especialmente nos territórios das camadas populares, várias
características dessa forma de construir indígena e também considerando as
condições climáticas, geográficas e socioculturais. Até porque muitas das
pessoas que habitam as periferias ou as chamadas áreas de risco tem suas
origens na indianidade. Assim, a exemplo de como atuou a Prefeita Erundina e
como indica o Estatuto da Cidade é possível utilizar as experiências populares
de construção de suas casas nos projetos para evitar áreas de risco.</span></div><div><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; text-align: justify;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgDTXxQGknKLtdlc0Aqw43Q3vfsRdiy5kbWltnHj51U19CkpHdx6635rOTBt3tEhVCBmZr1DtX9VHoXQkoOQ8q1N9LuT6vBNe02hcEyR0w9ZhrWGxpSJjWKKLkkSo-uRa3O2gLLlVsjsdG9bqi9gOv658XF3CcorLrrTySBq2hPw8mx1tSlJfWGE_lUpg=s440" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="440" height="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgDTXxQGknKLtdlc0Aqw43Q3vfsRdiy5kbWltnHj51U19CkpHdx6635rOTBt3tEhVCBmZr1DtX9VHoXQkoOQ8q1N9LuT6vBNe02hcEyR0w9ZhrWGxpSJjWKKLkkSo-uRa3O2gLLlVsjsdG9bqi9gOv658XF3CcorLrrTySBq2hPw8mx1tSlJfWGE_lUpg=w493-h336" width="493" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjWcTJrvUlaAuagqc8ZlZeenaKeaZkUUc_OMfENmUM6uejpkBem-znmyIz8E0QE03rdPX091XufecE0ztujL1yfmV6Ae4dOfwgJeII0942w6qcJI6etiww2Mb-lrZZKW-M95cHq3MdQwCYRfYrJhNbIIRNcrzhkyh1-K954BAEzvidlTpeC7IgLvuXATg=s440" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="440" height="331" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjWcTJrvUlaAuagqc8ZlZeenaKeaZkUUc_OMfENmUM6uejpkBem-znmyIz8E0QE03rdPX091XufecE0ztujL1yfmV6Ae4dOfwgJeII0942w6qcJI6etiww2Mb-lrZZKW-M95cHq3MdQwCYRfYrJhNbIIRNcrzhkyh1-K954BAEzvidlTpeC7IgLvuXATg=w487-h331" width="487" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: x-small;">Fotos:
Mutirão em Heliópolis na periferia paulistana que assim como em várias cidades
as comunidades se organizam coletivamente para construir suas habitações. Data:
1994. Autoria/Fonte: Juca Martins /
https://olhar.photoshelter.com/gallery-image/FAVELA/G0000ubBGjF4WYnQ/I0000eDawtHrtDa0WÊRÊ
AIÊNTÊN !!!</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></span></p></td></tr></tbody></table><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEglAVRmGFH0MkBkbhULdHU0ODpIn2JFBjwD6fB86xBeCQSdgL6xXu73OTI0CKjKb1NT65uinfaZsAm8SStuhRD_OTrZDNSVIjiIRO8WGTROAAxmeFykz7NDlKXBUy7qsVMxZuMvKDDLOWCK21Um7FLy8uDRCle7xm82ipCtzbOU4YlhWZ3AFNqgWP9tPQ=s953" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="487" data-original-width="953" height="307" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEglAVRmGFH0MkBkbhULdHU0ODpIn2JFBjwD6fB86xBeCQSdgL6xXu73OTI0CKjKb1NT65uinfaZsAm8SStuhRD_OTrZDNSVIjiIRO8WGTROAAxmeFykz7NDlKXBUy7qsVMxZuMvKDDLOWCK21Um7FLy8uDRCle7xm82ipCtzbOU4YlhWZ3AFNqgWP9tPQ=w598-h307" width="598" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 107%;">Foto: Início da ocupação
Anita Garibaldi em Guarulhos/SP. Aquela comunidade em regime de mutirão
construiu suas casas e tornou o local hoje um bairro da cidade de Guarulhos.
Data: 2002. Autoria: Mauricio Pinheiro.<o:p></o:p></span></p></td></tr></tbody></table><br /><div><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; text-align: justify;">Mas por que parecem
impossíveis práticas como o Programa de Construção por Mutirão, Autogestão e
aplicação dos caminhos apontados pelo Estatuto da Cidade? Esse é mais um
questionamento que se soma aos anteriores. Por qual motivo muitas pessoas não
questionam a falta de alertar às populações avisando sobre eventos climáticos
ou meteorológicos extremos como o que nos atingiu? Qual a razão de muitos não
se questionarem sobre a ausência de medidas preventivas (mesmo que provisórias)
quando é possível prever ciclones como o “Ubá”? Como é possível não
contestarmos o descaso ou pouca ação do Estado junto as populações afetadas por
“eventos extremos”?</span></div>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Existem mesmo os que
atribuem a culpa dos eventos como o “Ubá” e “La Niña” às explicações genéricas
universais, tais como:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– "o que ocorreu é
culpa do próprio ser humano".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– "o culpado é do
juruá ou cari".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– "é a natureza se
vingando".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Isto quando não se
responsabiliza as vítimas com frases como:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– "também ... quem
mandou morar naquele lugar".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">– "são essas pessoas
que mais sofrem as que mais degradam a natureza".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">As vezes percebo a falta
de ponderações mais profundas e estruturais mesmo entre os que lutam por
direitos, participam de movimentos sociais, identitários e partidos de
esquerda. Isto transparece quando as pessoas vitimadas por eventos climáticos
ou meteorológicos extremos aparentam não serem organizadas em movimentos
sociais e/ou não se autodeclaram em algumas das identidades possíveis ou
idealizadas. São as pessoas que estão fora das pautas mesmo dos que militam em
movimentos sociais e identitários.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Como escrevi antes, aqui
em Ilhéus uma grande parte dos que foram vitimados pelas tempestades (melhor
seria: descaso do estado) é composta por pessoas moradoras em áreas de risco.
Pessoas que não estão em nenhum território considerado indígena ou quilombola e
não necessariamente se autodeclararem ou se organizarem em movimentos sociais e
identitários. Mesma ponderação acredito que vale para as diferentes pessoas
atingidas pelo “Ubá” e “La Niña” nas diversas áreas do sul, extremo sul, oeste
e sudoeste da Bahia e no norte de Minas Gerais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Porém, questiono: quais
as origens étnicas e sociais da maioria das pessoas vitimadas e esquecidas pelo
estado aqui nas áreas afetadas? Quais as ancestralidades daquelas e daqueles
que moram em áreas de risco e que são despossuídas de riquezas materiais?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Como pondera Frantz
Fanon, o caminho é refletir sobre a necessária decolonização. (*21) Isto é,
precisamos enfrentar um processo de culpabilização dos próprios pobres pela
pobreza. Combater psicopatologias que tentam introjetar nas subjetividades uma
rede de autorresponsabilização por não se adaptarem a chamada “civilização” ou
a posturas idealizadas. Posições que tiram de foco o estrutural processo de
colonização, enriquecimento, racismo e desigualdade social do sistema
capitalista.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Assim, na minha
percepção, são expressões da colonialidade assinalar que a culpa da pobreza é
dos próprios pobres; responsabilizar pelos eventos naturais extremos o “ser
humano” como uma categoria genérica universal; atribuir à vingança da natureza
acontecimentos como o ciclone subtropical “Ubá” e “La Niña”; não ter empatia ou
solidariedade aos que não se organizam ou se identificam com as formas como
desejamos, mesmo sendo excluídos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Precisamos ser
solidárias/solidários e unidas/unidos na luta resistente e (re)existente de
todas as pessoas marginalizadas e excluídas pelo estado, grupos que possuem o
poder econômico/político e pelo capitalismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Na minha compreensão
eventos extremos como o “Ubá” e “La Niña” têm relação com a existência do
capitalismo. Segundo o climatologista Francisco Eliseu Aquino, Departamento de
Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS):<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">“Neste momento, não
conecto diretamente as mudanças climáticas com esse evento extremo",
pondera. "Mas, num planeta mais quente, eventos extremos tornam-se mais
frequentes, com a formação de depressões subtropicais como esta [vista na
Bahia]", finaliza. (*22)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A contínua exploração da
natureza, bem como o aumento da já elevada desigualdade social são fatores que
provocam desequilíbrios naturais e cada vez mais colocam pessoas em situações
de perigo. Pessoas que geralmente pertencem as camadas populares da população e
são vítimas dos que estão a frente de instituições, empresas, organizações,
estados e corporações. Dirigentes adoecidos de wetiko - que é uma palavra usada
“por grupos indígenas norte-americanos” para denominar um “patógeno [que]
engana seus hóspedes, levando-os a acreditar que obter a força vital dos demais
(plantas, animais, pessoas etc.) é uma forma lógica e racional de existir. Em
outras palavras, é o vírus do egoísmo (…) (*23)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Cada dia mais a
destruição em nome do capital vem devorando as matas, bichos, povos e águas de
tudo quanto é lugar. Essa fome insaciável tem vários nomes de empresas,
pessoas, estados, corporações, instituições, organizações. Nomes que tentam se
disfarçar com o “manto” nada sagrado de civilização e do desenvolvimentismo. Por
vezes também aparecem disfarçados em “empreendedorismos”, “sustentabilidade”,
“ecologismo” e “ambientalismo de resultado”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Novos questionamentos
surgem então: como acreditar nas resoluções da Conferência do Clima (COP26) no
enfrentamento da “urgência ambiental” sem discutir o capitalismo que em si é
devastador da natureza? Por que também não discutir o fim da exploração do
homem pelo homem, do trabalho humano e das desigualdades que geram as ocupações
de risco? Por que não debater o fim das desigualdades sociais e econômicas?
Porque também não falam da crise do capitalismo que gera governos fascistas,
ditatoriais e falsos democratas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Os seres humanos que
comandam a destruição estrutural e sistemática da natureza possuem nomes e
dirigem política e economicamente o capitalismo em seu plano estatal e nos
setores privados. A Natureza em nossa concepção não é vingativa, mas está em
sua sabedoria nos avisando para pararmos as atuações dos que estruturalmente
dizimam o meio natural e cometem os ecocídios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Refletimos que se não
enfrentarmos a doença do capital, devastadora da Natureza e dos direitos
humanos, novos eventos climáticos ou meteorológicos extremos, patógenos e
comorbidades como a covid-19 podem surgir ameaçando a vida como um todo. Não
entendam essas palavras como manifestações distópicas, melancólicas,
conformistas, fatalistas. Sou Indígena e como os Povos Originários resistimos e
(re)existimos mais de cinco séculos de invasões, genocídios, etnocídios e
ecocídios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Por isto questionamos no
início deste texto: será que foram só os temporais que abalaram e ainda
acometem as populações despossuídas de riqueza material do sul, extremo sul,
oeste e sudoeste da Bahia e no norte de Minas Gerais?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Os chamados eventos
climáticos e meteorológicos extremos são os únicos responsáveis por afetarem as
vidas, geralmente das pessoas mais carentes materialmente pelo país afora,
resultando em mortes, ferimentos, doenças e perdas do pouco que se tem? Ou será
que o capitalismo e seus mandatários também possuem responsabilidades?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Reafirmo que precisamos
ser solidárias/solidários e unidas/unidos nas lutas resistentes e
(re)existentes das pessoas que não são organizadas em movimentos sociais e/ou
que não se autodeclaram em algumas das identidades possíveis ou idealizadas.
Meu caminhar é de inspiração Zapatista e de união à todes que sofrem e lutam
contra o capital no cotidiano. Precisamos lutar por<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>um mundo ondem cabem vários mundos, com
justiça social, respeitando as diferenças.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Quando perguntaram ao
zapatista Subcomandante Marcos porque cobria o rosto, ao finalizar sua resposta
ele disse ...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">“Marcos é: todas as
minorias intoleradas, oprimidas, resistindo, exploradas, dizendo ¡Ya basta!
Todas as minorias na hora de falar e maiorias na hora de se calar e aguentar.
Todos os intolerados buscando uma palavra, sua palavra. Tudo que incomoda o
poder e as boas consciências, este é Marcos. A vezes é necessário cobrir o
rosto para mostrar a realidade”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Os potyrom, motyrõ,
mutirões populares são expressões desses caminhos de construção coletiva,
autônoma e às margens do poder do estado. Na ausência do estado e do capital o
povo não cansa de nos oferecer exemplos de resistências e (re)existências à
bio-necropolítica que mantém o bio-necropoder do capitalismo. Alguns desses
caminhos vêm durante estes momentos de sofrimento como ocorre aqui em terras
baianas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O Povo da cidade de
Vereda (BA) realizou um motyrõ e improvisou uma ponte com pedras e troncos para
liberar o acesso daquele município no sentido de veículos passarem “levando
mantimentos e resgatando moradores no município de Jucuruçu (BA)”, ilhados por
causa das enchentes dos rios. (*24) Já algumas pessoas moradoras de Coaraci e
Itapitanga aqui no Sul da Bahia fizeram uma "corrente humana" para “poder
transportar doações a pessoas afetadas pelas fortes chuvas, depois que um
trecho da BA-561 se rompeu ( …)” (*25)Motyrõs populares que fazem lembrar de
algumas das canções que cantamos em nossos porancys e torés:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Vamo, vamo minha gente</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Uma noite não é nada<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vamo vê se nós acaba<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Com resto da empreitada<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Aqui chegou foi o Povo</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">No romper da madrugada<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vamo vê se nós acaba<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Com resto da empreitada<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">AWÊRÊ AIÊNTÊN !!!</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Notas<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">1. Os nomes dos Parentes
que aparecem neste diálogo foram recriados para presente narrativa no sentido
de resguardar os mesmos. A conversa foi aqui reproduzida com algumas alterações
até porque estava guardada na memória que as vezes é etérea.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">2. O nome “Ubá” dado pela
Marinha do Brasil ao ciclone subtropical que nos afetou é de origem tupy e
significa Canoa. A Marinha utiliza uma série de nomes indígenas para denominar
“eventos climáticos ou meteorológicos extremos” como o que ocorreu: Arani
(tempo furioso); Bapo; Cari (homem branco); Deni (tribo indígena); Eçaí (olho
pequeno); Guará (lobo do cerrado); Iba (ruim); Jaguar; Kurumí (menino); Mani
(deusa indígena); Oquira (broto de folhagem); Potira (flor); Raoni (grande
guerreiro); Ubá (canoa indígena); Yakecan (o som do céu) (In: CLIMATEMPO, Clima
e Previsão do Tempo. Novo ciclone subtropical poderá se formar na costa
brasileira. Acesso em: </span><a href="https://www.climatempo.com.br/noticia/2021/04/17/novo-ciclone-subtropical-podera-se-formar-na-costa-brasileira-9190" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">https://www.climatempo.com.br/noticia/2021/04/17/novo-ciclone-subtropical-podera-se-formar-na-costa-brasileira-9190</a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">)</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">3. “Evento climático e
meteorológico extremo” é forma como os especialistas em climatologia e
meteorologia chamam acontecimentos como o ciclone subtropical “Ubá” que nos
atingiu.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">4. O nome Tupã faz menção
a uma das manifestações da nossa cosmologia indígena.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">5. NOTÍCIAS AGRÍCOLAS.
Supercomputador Tupã não será desligado em 2021: Brasil precisa atualizar
máquina, mas previsões são mantidas, diz INPE.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Acesso em: <a href="https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/clima/294364-supercomputador-tupa-nao-sera-desligado-em-2021-brasil-precisa-atualizar-maquina-mas-previsoes-sao-mantidas-diz-inpe.html#.YbnZ9b3MLIU">https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/clima/294364-supercomputador-tupa-nao-sera-desligado-em-2021-brasil-precisa-atualizar-maquina-mas-previsoes-sao-mantidas-diz-inpe.html#.YbnZ9b3MLIU</a>
, 05/08/2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">6. CLIMATEMPO, Clima e Previsão do Tempo. Novo
ciclone subtropical poderá se formar na costa brasileira. Acesso em: <a href="https://www.climatempo.com.br/noticia/2021/04/17/novo-ciclone-subtropical-podera-se-formar-na-costa-brasileira-9190">https://www.climatempo.com.br/noticia/2021/04/17/novo-ciclone-subtropical-podera-se-formar-na-costa-brasileira-9190</a> 17/04/2021<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">7. METSUL – Meteorologia.
Ciclone com Trajetória Atípica Durante a Semana na Costa Brasileira. Disponível
em: <a href="https://metsul.com/ciclone-com-trajetoria-atipica-durante-a-semana-na-costa-brasileira/">https://metsul.com/ciclone-com-trajetoria-atipica-durante-a-semana-na-costa-brasileira/</a>
5/12/2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">8. CBN, Jornal da.
Ministro descarta necessidade de conversa com governador da Bahia sobre estragos da chuva. Acesso em: <a href="https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/361227/ministro-descarta-necessidade-de-conversa-com-gove.htm">https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/361227/ministro-descarta-necessidade-de-conversa-com-gove.htm</a>
13/12/2021,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">9. METSUL – Meteorologia.
Sobe o Número de Vítimas pela Chuva Extrema na Bahia. Disponível em: </span><a href="https://metsul.com/sobe-o-numero-de-vitimas-pela-chuva-extrema-na-bahia/" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">https://metsul.com/sobe-o-numero-de-vitimas-pela-chuva-extrema-na-bahia/</a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">
19/12/2021.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">10. FOLHA/UOL,
Cotidiano. Após temporal na Bahia,
famílias reviram lama e temem por futuro. Acesso em: <a href="https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/12/apos-temporal-na-bahia-familias-reviram-lama-e-temem-por-futuro.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/12/apos-temporal-na-bahia-familias-reviram-lama-e-temem-por-futuro.shtml</a>
14/12/2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">11. Jucuruçu foi uma das
cidades mais abaladas pelas tempestades onde “mais de 500 famílias foram
desabrigadas. Casas e pontes foram arrastadas e as equipes de saúde tiveram que
transferir o atendimento à população para um local provisório depois que o
prédio da Secretaria Municipal de Saúde foi totalmente danificado”. (In: METSUL
– Meteorologia. Sobe o Número de Vítimas pela Chuva Extrema na Bahia.
Disponível em: <a href="https://metsul.com/sobe-o-numero-de-vitimas-pela-chuva-extrema-na-bahia/">https://metsul.com/sobe-o-numero-de-vitimas-pela-chuva-extrema-na-bahia/</a>
19/12/2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">12. UOL, Portal. Bahia:
órgão federal emitiu 3 alertas de risco de inundações. Disponível em: <a href="https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/12/28/orgao-federal-emitiu-alertas-mas-chuva-superou-todas-as-previsoes-na-bahia.htm?cmpid=copiaecola">https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/12/28/orgao-federal-emitiu-alertas-mas-chuva-superou-todas-as-previsoes-na-bahia.htm?cmpid=copiaecola</a>
28/12/2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">13. UOL, Portal. Bahia:
órgão federal emitiu 3 alertas de risco de inundações. Disponível em: <a href="https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/12/28/orgao-federal-emitiu-alertas-mas-chuva-superou-todas-as-previsoes-na-bahia.htm?cmpid=copiaecola">https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/12/28/orgao-federal-emitiu-alertas-mas-chuva-superou-todas-as-previsoes-na-bahia.htm?cmpid=copiaecola</a>
28/12/2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">14. FIOCRUZ, Fundação
Instituto Oswaldo Cruz. Análise de Situação em Clima e Saúde. Rio de Janeiro:
Fiocruz, Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica -
Icict, Ministério da Saúde, Organização Panamericana de Saúde - Opas, 2017.
Disponível em: <a href="https://climaesaude.icict.fiocruz.br/tema/eventos-extremos-0">https://climaesaude.icict.fiocruz.br/tema/eventos-extremos-0</a>
2017.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">15. CORREIO 24 HORAS,
Após cheia do Rio Cachoeira, 82 famílias se alojam em baias de animais em
Itabuna. Disponível em: <a href="https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/apos-cheia-do-rio-cachoeira-82-familias-se-alojam-em-baias-de-animais-em-itabuna/">https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/apos-cheia-do-rio-cachoeira-82-familias-se-alojam-em-baias-de-animais-em-itabuna/</a>
31/12/2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">16. Os dois livros de
minha autoria que foram mencionados são: ANGATU, Casé (SANTOS, Carlos José F.
dos). Nem Tudo Era Italiano – São Paulo e Pobreza na virada do século
(1870-1915). São Paulo: Annablume/FAPESP, 4a. Edição 2018; & ANGATU, Casé (SANTOS, Carlos José F. dos).
Identidades Urbanas e Globalização – a formação dos múltiplos territórios em
Guarulhos/SP. São Paulo: SINPRO/GRU, 2006.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">17. ILHÉUS, Câmara
Municipal. Comissão dos Altos e Morros de Ilhéus Visita o Amparo, Legião e
Soledade. Disponível em: <a href="https://www.camarailheus.ba.gov.br/Site/Noticias/noticia-071220212112261673-COMISS-O-DOS-ALTOS-E-MORROS-DE-ILH-US-VISITA-O-AMPARO-LEGI-O-E-SOLEDADE">https://www.camarailheus.ba.gov.br/Site/Noticias/noticia-071220212112261673-COMISS-O-DOS-ALTOS-E-MORROS-DE-ILH-US-VISITA-O-AMPARO-LEGI-O-E-SOLEDADE</a>
07/12/2021<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">18. BRASIL, República
Federativa do. Estatuto da Cidade - Lei
no 10.257, de 10 de julho de 2001 que regulamenta os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá
outras providências. Disponível em: <a href="https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/101340/estatuto-da-cidade-lei-10257-01">https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/101340/estatuto-da-cidade-lei-10257-01</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">19. “Implementado pela
Prefeitura de São Paulo em parceria com 108 Associações Comunitárias e 24
entidades de assessoria técnica, o Programa beneficiou cerca de 60 mil pessoas.
Os recursos foram oriundos do Fundo Municipal de Habitação e do Ministério das
Cidades”. (In: CEDEM, Centro de Documentação e Memória da UNESP. Habitação
social da prefeita Erundina é referência internacional. Disponível em: <a href="https://www.cedem.unesp.br/#!/noticia/173/habitacao-social-da-prefeita-erundina-e-referencia-internacional/">https://www.cedem.unesp.br/#!/noticia/173/habitacao-social-da-prefeita-erundina-e-referencia-internacional/</a>
29/11/2016).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">20. As fotos fazem parte
do seguinte estudo: AYRA TUPINAMBÁ, Vanessa Rodrigues dos Santos. Aupaba Anamã
Jycayba: Mbaecuaba-Eté Mboessaba Tupinambá Amotara – Taba Itapuã = Território E
(Re)Existência Na Educação Escolar Indígena Tupinambá Decolonial: Colégio
Estadual Indígena Tupinambá Amotara (Aldeia Itapuã – Olivença –Ilhéus/BA).
Terra Indígena Tupinambá: Dissertação de Mestrado apresentada junto ao
PPGER/UFSB. Disponível em: <a href="file:///C:/Users/casea/Downloads/Vanessa_R_Santos_-_Verso_Final_28_12_2020_1%20(3).pdf">file:///C:/Users/casea/Downloads/Vanessa_R_Santos_-_Verso_Final_28_12_2020_1%20(3).pdf</a>
2020.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">21. FANON, F. Os
Condenados da Terra. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2006.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">22. BBC MEWS. O que
causou tempestade atípica que arrasou o sul da Bahia. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59617328 , 10/12/2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">23. REDAÇÃO, Outras
Palavras. “Wetiko, a grande doença psíquica do Ocidente?”. In: Outras Palavras.
Disponível em: <a href="https://outraspalavras.net/sem-categoria/wetiko-a-doenca-psiquica-do-ocidente/">https://outraspalavras.net/sem-categoria/wetiko-a-doenca-psiquica-do-ocidente/</a>
21/01/2020.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">24. UOL, Cotidiano.
Mutirão improvisa ponte com pedra para liberar acesso a cidade ilhada na BA.
Acesso em: <a href="https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/12/13/moradores-e-prefeito-improvisam-ponte-para-chegar-a-municipio-ilhado-na-ba.htm?cmpid=copiaecola&cmpid=copiaecola">https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/12/13/moradores-e-prefeito-improvisam-ponte-para-chegar-a-municipio-ilhado-na-ba.htm?cmpid=copiaecola&cmpid=copiaecola</a>
13/12/2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">25. UOL, Cotidiano. BA:
Moradores fazem 'corrente' para levar doações após cratera abrir em via.
Disponível em: <a href="https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/12/28/moradores-fazem-corrente-para-levar-doacoes-na-bahia.htm?cmpid=copiaecola">https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/12/28/moradores-fazem-corrente-para-levar-doacoes-na-bahia.htm?cmpid=copiaecola</a>
28/12/2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Sobre o Autor: Casé
Angatu - Indígena e morador no Território Tupinambá em Olivença (Ilhéus/BA) na
Taba Gwarïnï Atã – numa das áreas afetadas pelas tempestades causadas pelo
ciclone subtropical Ubá que abalou as populações do Sul, Extremo Sul, Oeste,
Sudoeste da Bahia e Norte de Minas Gerais. Leciona no Programa de Pós-Graduação
em Ensino e Relações Étnico-Raciais da Universidade Federal do Sul da Bahia
(PPGER-UFSB) e na Universidade Estadual de Santa Cruz – (UESC/Ilhéus/BA).
Pós-Doutorando em Psicologia na UNESP/Assis/SP; Doutor pela Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP); Mestre em
História pela PUC/SP; Historiador pela UNESP; autor dos livros: Nem Tudo Era
Italiano – São Paulo e Pobreza na Virada do Século: 1890-1915 (4a. Edição –
2018); Identidades Urbanas e Globalização: constituição dos territórios em
Guarulhos/SP (2006); um dos Autores dos Livros: Índios no Brasil: Vida, Cultura
e Morte (2018); A Lei 11.645/08 nas artes
e na educação: perspectivas indígenas e afro-brasileiras (2020); Dossiê:
De/S/Colonização Estética: Saberes Tradicionais, Artes, Dissidências (2021);
Literatura comparada, ciências humanas, cultura, tecnologia. (2021).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A Coluna Imbaú é um
espaço aberto no Correio da Cidadania junto de organizações e indivíduos
indígenas de 13 etnias diferentes, com a finalidade de divulgar as produções e
o pensamento dos povos originários brasileiros e suas pautas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;"><b>CONTRIBUIÇÕES</b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">REDE UESC SOLIDÁRIA - SOS
SUL DA BAHIA<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A UESC-SOLIDÁRIA - SOS
Sul da Bahia é uma ação gerida pela: AFUSC (Sindicato dos Funcionários
Administrativos da UESC); ADUSC/ANDES (Associação de Docentes da UESC /
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior);
Representantes Discentes; DCE-Carlos Marighella; com apoio da PROEX
(Pró-Reitoria de Extensão da UESC). A UESC (Universidade Estadual de Santa
Cruz) fica entre Ilhéus e Itabuna e atende pessoas de várias cidades do Sul da
Bahia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Contribua com o valor que
puder. A hora de ajudar é agora!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">PIX: 7398824-9975<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Rafael Bertoldo dos
Santos<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">(OBS: o nome que aparece
na conta PIX é do Presidente da AFUSC - Sindicato dos Funcionários
Administrativos da UESC)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">@uescsolidaria<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">#sossuldabahia<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">#sosbahia<o:p></o:p></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4533456279193046829.post-22043016779448963442021-12-22T18:35:00.000-03:002022-01-13T16:12:31.622-03:00Projeto da Ferrogrão revela novo ciclo de exploração da Amazônia. Entrevista especial com Telma Monteiro<p> </p><div class="news_special_content_header" style="background-attachment: fixed; background-blend-mode: multiply; background-color: rgba(0, 0, 0, 0.5); background-image: url("/images/ihu/2021/12/21-12_ferrograo_foto_agencia_nacional_de_transportes_terrestres_antt.jpg"); background-position: center center; background-size: cover; height: 800px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; position: relative; text-align: center; width: 1519.2px;"><div class="news_special_content_header_title" style="left: 759.6px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; position: absolute; top: 400px; transform: translate(-50%, -50%); width: 950px;"><h1 style="color: white; font-family: Merriweather, serif; font-size: 42px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br /></h1><p style="color: white; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 22px; list-style: none; margin: 0px; padding: 20px 0px;">Para a ativista e pesquisadora, </p><p style="color: white; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 22px; list-style: none; margin: 0px; padding: 20px 0px;">“a exploração da Amazônia ainda é uma história sem fim”</p></div><span style="bottom: 20px; color: white; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 16px; font-weight: lighter; left: 759.6px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; position: absolute; transform: translateX(-50%);">Foto: Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT</span></div><section class="news_special_content" style="list-style: none; margin: 0px auto; padding: 40px 0px; width: 911.513px;"><div class="author" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px 0px 30px;"><p style="color: #666666; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 0px;">Por: <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">João Vitor Santos | </strong>21 Dezembro 2021</p></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">A <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">História do Brasil</strong> se revela como uma história de exploração e expropriação dessas terras e de quem nela já vivia há séculos. Para a pesquisadora e ambientalista <a href="https://www.ihu.unisinos.br/599296-o-inferno-de-dante-a-reuniao-artigo-de-telma-monteiro" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Telma Monteiro</a>, a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">região amazônica</strong> é uma das que mais sofre com essas lógicas desde a chegada dos primeiros colonizadores. Agora, com o projeto da ferrovia apelidada de <a href="https://www.ihu.unisinos.br/613350-empresas-internacionais-querem-tornar-possiveis-na-amazonia-os-projetos-da-ferrograo-ef-170-de-hidreletricas-e-hidrovia-na-bacia-hidrografica-do-tapajos" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Ferrogrão</a>, essa história parece receber um novo capítulo, mas sob as mesmas lógicas de um desenvolvimentista que não mede consequências. “O <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Brasil</strong> está sendo rifado no exterior, e desta vez somos nós que estamos oferecendo o país para a exploração. Sim, esse é um <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">novo ciclo de exploração</strong>, principalmente da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong>”, dispara.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" />Na entrevista a seguir, concedida por e-mail ao <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Instituto Humanitas Unisinos – IHU</strong>, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma</strong> alerta que essa ferrovia, que, segundo o projeto, deve ir do norte do estado de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong> até o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">porto de Miritituba</strong>, no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">rio Tapajós</strong>, no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pará</strong>, será uma nova veia exposta que trará ainda mais <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">degradação socioambiental</strong>. “Ainda sem a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong>, foram contabilizados, segundo levantamento recente, <a href="https://www.ihu.unisinos.br/615028-garimpo-ilegal-avanca-em-terras-indigenas-e-em-unidades-de-conservacao" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">2.576 focos de garimpo ilegal</a> que atingem 17% das áreas protegidas e 10% das <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">terras indígenas</strong>”, observa. “A <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> deverá atravessar um mosaico de<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> Unidades de Conservação e Terras Indígenas</strong>, podendo agravar e tornar ainda mais irreversíveis os impactos promovidos pela rodovia <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">BR-163</strong>. Além de impactos ambientais e sociais, a<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> EF-170</strong> vai interceptar 17 municípios, dos quais 12 estão no estado do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong> e os outros cinco no estado do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pará</strong>”, completa.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" />Por isso, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma</strong> é taxativa ao afirmar que “a ideia do governo federal é um retrocesso histórico comparável com a época da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ditadura militar</strong> que tinha o objetivo de ‘ocupar’ o vazio demográfico na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong>”, pois “o lema ‘<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Integrar para não Entregar</strong>’ está muito presente no projeto da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong>”. O resultado, para a pesquisadora, é fácil de prever: “mais uma vez, a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong>, tão <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">explorada</strong> desde o descobrimento e ocupada no período da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ditadura militar</strong>, torna-se fundamental para os planos de destruição impulsionados pelo governo federal e seus aliados do <a href="https://www.ihu.unisinos.br/ihu.unisinos.br/78-noticias/601038-desenvolvimentismo-predatorio-e-a-devastacao-da-amazonia-e-do-cerrado" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">agronegócio predatório</a>”.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" />E mais: para <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma</strong>, essa é apenas uma cereja no bolo de projeto de destruição que está sendo levado a cabo pelo atual governo. “<a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/577314-indigenas-denunciam-impactos-da-ferrograo-aos-seus-possiveis-investidores" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Ferrogrão</a> não estará sozinha nessa composição, ela é apenas o fio condutor, pois junto com ela e a <a href="https://www.ihu.unisinos.br/noticias/508011-br-163-a-rota-do-descaso" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">BR-163</a>, outros ramais de estrada de ferro estão previstos para interligar rodovias do norte do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong> no sentido oeste/leste, passando por <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Rondônia</strong> em direção à <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">hidrovia do Madeira</strong> até o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">rio Amazonas</strong>. Todos os governos brasileiros, ao longo da história, não deixaram de pensar em formas de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">exploração dos recursos naturais da Amazônia</strong>, acreditando que com isso transformariam o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Brasil</strong> na maior potência econômica do mundo”, analisa.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-image-credits" style="display: inline-block; list-style: none; margin: 0px; padding: 40px 0px; width: 911.513px;"><img alt="" src="https://www.ihu.unisinos.br/images/ihu/2021/12/21_12_telma_monteiro_foto_arquivo_pessoal.jpeg" style="list-style: none; margin: 0px; max-width: 100%; padding: 0px;" /><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 12px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px; text-align: center;">Telma Monteiro (Foto: Arquivo Pessoal)</p></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /><a href="https://www.ihu.unisinos.br/36873" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Telma Monteiro</a> é ativista ambiental e pesquisadora independente, especialista em análise de processos de licenciamento ambiental.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><h3 style="font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Confira a entrevista.</h3><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IHU – No que consiste o projeto da Ferrogrão, ou EF-170?</strong></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma Monteiro –</strong> A <a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/578597-governo-admite-que-custos-socioambientais-da-ferrograo-vao-sobrar-para-os-brasileiros-2" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Ferrogrão</a>, ou <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">EF-170</strong>, é uma proposta de traçado do projeto de ferrovia criado para escoar soja, farelo de soja e milho produzidos no norte do estado de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong>, no percurso que vai desde a cidade de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Sinop</strong>, no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">MT</strong>, até o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">porto de Miritituba</strong> (<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Itaituba</strong>), no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">rio Tapajós</strong>, no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pará</strong>. No porto, os grãos serão transferidos para barcaças e seguirão pela hidrovia no trecho do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">rio Tapajós</strong> até o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">rio Amazonas</strong> e dali para o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">oceano Atlântico</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-image-credits" style="display: inline-block; list-style: none; margin: 0px; padding: 40px 0px; width: 911.513px;"><img alt="" src="https://www.ihu.unisinos.br/images/ihu/2021/12/21_12_ferrogao_reproducao_governo_federal.jpg" style="list-style: none; margin: 0px; max-width: 100%; padding: 0px;" /><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 12px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px; text-align: center;">Traçado geral da Ferrogão | Reprodução Governo Federal</p></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">O trajeto previsto para a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> é de 933 km e segue paralelo, separado em alguns trechos por apenas 40m, com a polêmica <a href="https://www.ihu.unisinos.br/ihu.unisinos.br/78-noticias/611023-governo-leiloa-br-163-sem-consultar-povos-indigenas-impactados" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">BR-163</a>, ou <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">rodovia Cuiabá–Santarém</strong>, que foi construída durante os anos 1970. A <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> deverá atravessar um mosaico de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Unidades de Conservação</strong> e <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Terras Indígenas</strong>, podendo agravar e tornar ainda mais irreversíveis os impactos promovidos pela rodovia BR-163. Além de impactos ambientais e sociais, a EF-170 vai interceptar 17 municípios, dos quais 12 estão no estado do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong> e os outros cinco no estado do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pará</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">O projeto da ferrovia data de 2012, lançado pelo governo federal dentro do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Programa de Investimento em Logística – PIL</strong> para complementar a integração logística do norte do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong>. Já em 2012, o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">lobby do agronegócio</strong> se intensificou no sentido de pressionar o governo para que a ferrovia pudesse ser rapidamente aprovada. Em 2014, o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ministério da Infraestrutura</strong> publicou um edital para a elaboração dos <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Estudos de Viabilidade da ferrovia</strong>, e a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Estação da Luz Participações – EDLP</strong>, apoiada pelas tradings <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ADM</strong>, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amaggi</strong>, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Bunge</strong>, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Cargill</strong> e <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Louis Dreyfus</strong>, se propôs a fazer o relatório de viabilidade técnica, entregue em 2016.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">A Ferrogrão deverá atravessar um mosaico de Unidades de Conservação e Terras Indígenas, podendo agravar e tornar ainda mais irreversíveis os impactos promovidos pela rodovia BR-163 – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=A%20Ferrogr%C3%A3o%20dever%C3%A1%20atravessar%20um%20mosaico%20de%20Unidades%20de%20Conserva%C3%A7%C3%A3o%20e%20Terras%20Ind%C3%ADgenas,%20podendo%20agravar%20e%20tornar%20ainda%20mais%20irrevers%C3%ADveis%20os%20impactos%20promovidos%20pela%20rodovia%20BR-163%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><h3 style="font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mudanças no governo de Bolsonaro</h3><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Inicialmente, a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> seria licitada por um período de 69 anos. Digo isso porque no governo de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Jair Bolsonaro</strong> a regra está mudando para um <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">regime de concessão</strong> em que os investidores ou empresas poderão obter uma autorização simplificada, conforme a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Medida Provisória – MP 1065/21</strong>, um <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">novo marco legal do transporte ferroviário</strong> que dá permissão para construção de novas ferrovias por meio de uma autorização simplificada, sem necessidade de licitação. O custo atualizado da construção da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> já está perto dos R$ 20 bilhões. A ideia do governo federal é um retrocesso histórico comparável com a época da ditadura militar, que tinha o objetivo de “ocupar” o vazio demográfico na Amazônia.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">O lema “<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Integrar para não Entregar</strong>” está muito presente no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">projeto da Ferrogrão</strong>. É esse o objetivo: escoar a produção de grãos do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong> e interligar com o escoamento da produção no<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> Arco Norte</strong>, outra estratégia de integração com rodovias, ferrovia, portos, estações de transbordo para unir <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazonas</strong>, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pará</strong>, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amapá</strong> e <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Maranhão</strong>. Mais uma vez, a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong>, tão explorada desde o descobrimento e ocupada no período da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ditadura militar</strong>, torna-se fundamental para os planos de destruição impulsionados pelo governo federal e seus aliados do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">agronegócio predatório</strong>. Sim, porque não há plano B, o de não criar impactos na maior floresta do mundo e nas <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">terras indígenas</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-image-credits" style="display: inline-block; list-style: none; margin: 0px; padding: 40px 0px; width: 911.513px;"><img alt="" src="https://www.ihu.unisinos.br/images/ihu/2021/12/21_12_tracado_ferrogao.jpg" style="list-style: none; margin: 0px; max-width: 100%; padding: 0px;" /><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 12px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px; text-align: center;">Unidades de conservação atravessadas pelo projeto | Reprodução Telma Monteiro</p></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IHU – Como esse projeto se origina e quais os impactos socioambientais já mensurados?</strong></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma Monteiro –</strong> Impossível não mencionar as grandes interferências ambientais e sociais que a Ferrogrão poderá criar e recrudescer as que já estão em andamento, principalmente ao atravessar, exatamente no meio, o <a href="https://www.ihu.unisinos.br/568757" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Parque Nacional do Jamanxim</a> (<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">PARNA Jamanxim</strong>), uma das <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Unidades de Conservação</strong> mais importantes desse mosaico de biodiversidade que é a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong> e, em especial, da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">bacia hidrográfica do Tapajós</strong>. O <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">PARNA Jamanxim</strong> é uma Unidade de Conservação federal de proteção integral sob o guarda-chuva do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Instituto Chico Mendes</strong>, mas, mesmo assim, em 2016, a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Medida Provisória nº 758</strong> foi aprovada pelo Congresso e se transformou na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Lei Federal nº 13.452/2017</strong>, que desafetou a área da faixa de domínio para que a ferrovia o cortasse.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-image-credits" style="display: inline-block; list-style: none; margin: 0px; padding: 40px 0px; width: 911.513px;"><img alt="" src="https://www.ihu.unisinos.br/images/ihu/2021/12/21_12_parque_nacional_jamanxim_para.jpg" style="list-style: none; margin: 0px; max-width: 100%; padding: 0px;" /><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 12px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px; text-align: center;">Localização do Parque Nacional Jamanxin (PARNA) | Mapa: reprodução Telma Monteiro</p></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Preciso esclarecer, também, que o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">PARNA Jamanxim</strong> é considerado uma “unidade corredor” porque liga o mosaico de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Unidades de Conservação do Tapajós</strong> ao mosaico de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Unidades de Conservação do Xingu</strong>, com mais de 17 milhões de hectares de áreas federais protegidas. Só a bacia do Tapajós tem 764.183 km².</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><h3 style="font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Partindo a Amazônia ao meio</h3><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Eu sempre escrevo e digo que a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> vai consolidar a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">divisão da Amazônia ao meio</strong>, trabalho já iniciado pela rodovia <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">BR-163</strong>. Quando vemos as marcas dos impactos criados pela rodovia, fica fácil imaginar o que a ferrovia acrescentará. O mosaico, insisto nisso, de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Unidades de Conservação e Territórios Indígenas</strong> está cada vez mais à mercê do desmatamento provocado pela ocupação. Depois, vem o garimpo que arruína a biodiversidade e corrói a convivência pacífica dos povos indígenas. O exemplo que tivemos recentemente da divulgação da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">exploração do garimpo no rio Madeira</strong>, com centenas de balsas em busca de ouro ilegal, sem fiscalização, não se compara com o que tem se passado na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">bacia do Tapajós</strong> e na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">sub-bacia do Jamanxim</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Não é necessário muito esforço de imaginação para entender o que significa construir uma <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ferrovia que atravessa a Amazônia</strong> na sua porção mais rica, justamente onde está a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Província Mineral do Tapajós</strong>. O Congresso está prestes a aprovar o <a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/596299-mineracao-em-terras-indigenas-o-pl-191-2020" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">PL 191</a>, que visa autorizar a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">mineração em Terras Indígenas</strong>, e estudos já demonstram que, se aprovado, esse PL vai induzir a pelo menos mais 20% o desmatamento e gerar prejuízos de US$ 5 bilhões anuais em serviços ecossistêmicos. A tese que defendo é que a ferrovia não vai tirar os caminhões da rodovia, mas vai ajudar a escoar o resultado da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">produção mineral</strong> na região da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">bacia do Tapajós</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">O mosaico, insisto nisso, de Unidades de Conservação e Territórios Indígenas está cada vez mais à mercê do desmatamento provocado pela ocupação. Depois, vem o garimpo que arruína a biodiversidade e corrói a convivência pacífica dos povos indígenas – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=O%20mosaico,%20insisto%20nisso,%20de%20Unidades%20de%20Conserva%C3%A7%C3%A3o%20e%20Territ%C3%B3rios%20Ind%C3%ADgenas%20est%C3%A1%20cada%20vez%20mais%20%C3%A0%20merc%C3%AA%20do%20desmatamento%20provocado%20pela%20ocupa%C3%A7%C3%A3o.%20Depois,%20vem%20o%20garimpo%20que%20arru%C3%ADna%20a%20biodiversidade%20e%20corr%C3%B3i%20a%20conviv%C3%AAncia%20pac%C3%ADfica%20dos%20povos%20ind%C3%ADgenas%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><h3 style="font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Greenwashing no projeto</h3><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">O ministro da Infraestrutura, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Tarcísio Gomes de Freitas</strong>, tenta fazer um <em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/615260-ferrograo-roadshow-2021-e-a-exploracao-historica-da-amazonia" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Greenwashing</a> </em>[maquiagem verde, no sentido de vender a ideia de que é um projeto sustentável] no projeto da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong>, com a promessa de retirar 1 milhão de toneladas de gás carbônico da atmosfera com a redução de 90% no fluxo de caminhões na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">BR-163</strong>, que hoje leva a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">soja</strong> para o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">porto no Tapajós</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Para se ter uma ideia, os danos ambientais e socioambientais, entre 2019 e 2020, sem o novo “pacote” de infraestrutura, já passam de R$ 1 bilhão – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=Para%20se%20ter%20uma%20ideia,%20os%20danos%20ambientais%20e%20socioambientais,%20entre%202019%20e%202020,%20sem%20o%20novo%20%E2%80%9Cpacote%E2%80%9D%20de%20infraestrutura,%20j%C3%A1%20passam%20de%20R$%201%20bilh%C3%A3o%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><h3 style="font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Saúde de povos indígenas já fragilizada</h3><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Você me pergunta sobre os impactos e eu devo mencionar que eles já estão acontecendo. Basta saber que, sem a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ferrovia</strong>, no município de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Jacareacanga</strong>, onde está a maior <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Terra Munduruku</strong>, já existem 34 mil pessoas com problemas neuropsicológicos devido à <a href="https://www.ihu.unisinos.br/605167-estudo-revela-contaminacao-por-mercurio-de-100-dos-munduruku-do-rio-tapajos" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">contaminação do mercúrio</a> que é jogado nos rios pelo garimpo. Cada kg de ouro produz 2,6g de mercúrio e 13% são despejados nos rios. Nas aldeias, 9 a cada 10 indígenas estão contaminados e 15% das crianças têm <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">problemas de neurodesenvolvimento</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Então, o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ministério da Saúde</strong> resolve dar uma solução inusitada: “<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">reeducação alimentar</strong>” com <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">supressão do consumo de</strong> <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">peixes</strong>. Como conviver com uma decisão dessas? Resta claro que a situação é tão grave e ainda poderá piorar com esse conjunto de projetos do governo <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Bolsonaro</strong>, que vai desde a construção da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> (principal projeto do Ministério de Infraestrutura), duplicação da<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> BR-163</strong> no trecho do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Estado do Pará</strong>, liberação da mineração em <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Terras indígenas</strong>, facilitação do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">licenciamento ambiental</strong> e agilização da concessão de ferrovias, hidrovias e rodovias. Esse conjunto é uma verdadeira bomba atômica.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Para se ter uma ideia, os <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">danos ambientais e socioambientais</strong>, entre 2019 e 2020, sem o novo “pacote” de infraestrutura, já passam de R$ 1 bilhão.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">E não estamos falando apenas de ferrovias, mas de modal rodoviário e hidroviário também. O objetivo é a expansão da fronteira agrícola brasileira em direção à Amazônia – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=E%20n%C3%A3o%20estamos%20falando%20apenas%20de%20ferrovias,%20mas%20de%20modal%20rodovi%C3%A1rio%20e%20hidrovi%C3%A1rio%20tamb%C3%A9m.%20O%20objetivo%20%C3%A9%20a%20expans%C3%A3o%20da%20fronteira%20agr%C3%ADcola%20brasileira%20em%20dire%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20Amaz%C3%B4nia%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IHU – A <a href="https://www.ihu.unisinos.br/ihu.unisinos.br/615260-ferrograo-roadshow-2021-e-a-exploracao-historica-da-amazonia" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">senhora tem denunciado</a> que, em missão de Nova Iorque a Dubai, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e sua equipe têm oferecido à iniciativa privada o projeto da Ferrogrão como a “cereja do bolo” de um grande plano de infraestrutura para o Brasil. Como analisa esse plano e qual a centralidade da Ferrogrão, especialmente para investidores estrangeiros e privados?</strong></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma Monteiro –</strong> Antes, devo mencionar que o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Roadshow da Ferrogrão</strong> não começou neste ano de 2021. Desde 2019, a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos – SPPI</strong>, a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT</strong> e<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> a Empresa de Planejamento e Logística – EPL</strong> apresentaram os detalhes do projeto para investidores interessados na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong>. O <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Tribunal de Contas da União – TCU</strong> começou a avaliar o projeto só em julho de 2020. E, ainda em 2020, o ministro da Infraestrutura, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Tarcísio Gomes de Freitas</strong>, se referiu à <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> como “o projeto mais importante do Brasil” e na sua concepção a ferrovia seria uma espécie de marco para o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">agronegócio</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Segundo ele, teriam sido tomados todos os cuidados com a questão ambiental. Na investida do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Roadshow da Ferrogrão</strong>, em 2020, participaram das reuniões virtuais a Hidrovias do Brasil,<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> New Development Bank, VLI</strong> (Vale Logística), <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">China Railway Group</strong>. Já em 2021, durante a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">COP26</strong>, o ministro da Infraestrutura e uma equipe estiveram com investidores em <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Nova Iorque</strong>, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Europa</strong> e <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Emirados Árabes</strong> para apresentar a Ferrogrão e um conjunto de projetos ferroviários no novo programa federal Pro Trilhos, dentro do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Novo Marco Legal das Ferrovias</strong>. Mas o mais importante é mencionar que essas “ofertas” estão sendo estimuladas por meio do instrumento da outorga por autorização, o que significa simplificar e tornar mais céleres os processos para a iniciativa privada, com menos burocracia. Pode-se dizer que o objetivo é pular etapas que faziam parte do modelo tradicional de concessão.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Essa inovação vai contribuir também para que o licenciamento ambiental seja mais rápido, portanto, a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong>, em plena <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong>, já está sob o crivo desse <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">novo modelo de licenciamento</strong> com regras mais maleáveis que têm por objetivo atrair investidores e empresas internacionais. E não estamos falando apenas de ferrovias, mas de modal rodoviário e hidroviário também. O objetivo é a expansão da fronteira agrícola brasileira em direção à <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">A construção do trecho da rodovia no Pará provocou o desmatamento e a ocupação das suas margens no formato chamado “espinha de peixe”, que se estendeu até o rio Tapajós. Com isso se deu a degradação da região, alimentada pela retirada de madeira ilegal e pelos incêndios criminosos para abertura de pastagens – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=A%20constru%C3%A7%C3%A3o%20do%20trecho%20da%20rodovia%20no%20Par%C3%A1%20provocou%20o%20desmatamento%20e%20a%20ocupa%C3%A7%C3%A3o%20das%20suas%20margens%20no%20formato%20chamado%20%E2%80%9Cespinha%20de%20peixe%E2%80%9D,%20que%20se%20estendeu%20at%C3%A9%20o%20rio%20Tapaj%C3%B3s.%20Com%20isso%20se%20deu%20a%20degrada%C3%A7%C3%A3o%20da%20regi%C3%A3o,%20alimentada%20pela%20retirada%20de%20madeira%20ilegal%20e%20pelos%20inc%C3%AAndios%20criminosos%20para%20abertura%20de%20pastagens%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IHU – Outro projeto na região amazônica, a rodovia Cuiabá-Santarém, ou BR-163, já tem trazido danos a populações indígenas e meio ambiente. Que danos são esses e como a construção da Ferrogrão pode ainda piorar esse cenário?</strong></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma Monteiro –</strong> O <a href="https://www.ihu.unisinos.br/592903" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">ciclo integracionista</a> iniciado nos anos 1960, pela <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ditadura brasileira</strong>, tinha como objetivo a ocupação do território para integrar a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">região Amazônica</strong> ao restante do Brasil. O vazio demográfico, no enfoque dos governos da época, significava vulnerabilidade do território à cobiça internacional. Os militares tomaram a decisão de que seria preciso incorporar a exploração da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong> à economia para integrá-la ao desenvolvimento do Brasil. A <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ditadura</strong> determinou, então, a construção de rodovias, a implantação de projetos de colonização agrícola, o desenvolvimento da agropecuária e da infraestrutura para levar a floresta à modernidade. O lema, como já mencionei aqui, era “<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Integrar para não Entregar</strong>”.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Em 1971, o governo da <a href="https://www.ihu.unisinos.br/529647" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Ditadura Militar</a> começou a construir a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">BR-163</strong>, que corta o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Brasil</strong> longitudinalmente, e o trecho <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Cuiabá-Santarém</strong>, com 1764 quilômetros, que serve para escoar a produção de grãos do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong> para o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">porto de Miritituba</strong>, no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pará</strong>. O norte do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong> recebeu, então, milhares de colonos do sul e sudeste do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Brasil</strong> para compor os programas de assentamentos, fato que deu início a uma expansão do agronegócio em direção à <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">floresta amazônica</strong>. A construção do trecho da rodovia no Pará provocou o desmatamento e a ocupação das suas margens no formato chamado “espinha de peixe”, que se estendeu até o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">rio Tapajós</strong>. Com isso se deu a degradação da região, alimentada pela retirada de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">madeira ilegal</strong> e pelos <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">incêndios criminosos</strong> para abertura de pastagens.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">O trecho da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">BR-163</strong> em <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">MT</strong> está duplicado até a divisa com o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pará</strong> e a partir daí a rodovia está pavimentada. Já foi aprovado o projeto para sua duplicação, mesmo que a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> venha a ser construída, mas a rodovia não perderá o seu status de servir aos desmatadores e de impulsionar o agronegócio para o interior da floresta. Nos estudos do projeto da ferrovia não foram sequer considerados os impactos sinérgicos e cumulativos associados à <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">BR-163</strong> que rasgou a floresta, atravessou terras indígenas, afetando toda a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">bacia hidrográfica do Tapajós</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Quero lembrar que o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">governo Bolsonaro</strong> inaugurou, em 2020, a pavimentação do último trecho de 50 quilômetros da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">BR–163</strong>, próximo a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Santarém</strong>, para facilitar as obras de construção da Ferrogrão, que tem o traçado paralelo. Somemos a isso a questão cada vez mais séria da exploração mineral da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">região do Tapajós</strong>, que vai se intensificar com a construção da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><iframe allowfullscreen="allowfullscreen" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/71TRKoWrc7o" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" width="100%"></iframe> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IHU – Todo esse “pacote” de projetos e investimentos em infraestrutura vem sendo discutido na Justiça. Como está esse processo?</strong></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma Monteiro –</strong> Apesar das pressões políticas, o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">processo da Ferrogrão</strong> está parado. Quando o projeto foi enviado para o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Tribunal de Contas da União – TCU</strong>, para análise, ainda não haviam sido concluídos os trâmites legais do licenciamento, em especial a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Consulta Livre, Prévia e Informada</strong> aos povos indígenas ao longo do traçado. O <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ministério Público Federal – MPF</strong>, provocado por organizações da sociedade civil, remeteu ao TCU, em março de 2021, uma representação questionando as irregularidades do processo.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Para se ter uma ideia da má fé dos desenvolvedores, as apresentações públicas mencionam que não há sobreposição do traçado com <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Terras Indígenas</strong> ou <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Unidades de Conservação</strong>. No entanto, o documento do MPF ao TCU aponta violações de direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais por parte do Ministério de Infraestrutura e da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT</strong>. Ainda menciona que o governo Bolsonaro, ao planejar a ferrovia, desconsiderou totalmente os impactos sobre os indígenas em franca violação à <a href="https://www.ihu.unisinos.br/588518" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Convenção 169</a> da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Organização Internacional do Trabalho – OIT</strong> e à <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Constituição Federal</strong>. E tem mais, na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Audiência Pública nº 14/2017</strong>, a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ANTT</strong> assinou um documento se comprometendo a promover a consulta aos povos indígenas antes que o processo fosse remetido ao TCU, para análise e parecer. Mas a consulta nunca aconteceu.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Os procuradores que assinam a representação ressaltam o direito dos indígenas de serem informados e consultados sobre seu consentimento ainda na fase de planejamento do projeto. Para se ter uma ideia do que significa construir a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong>, basta mencionar que o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">MPF</strong> aponta impactos em <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">48 territórios de povos indígenas</strong>. O governo brasileiro recebeu oito pedidos de associações indígenas para a realização de consultas e ainda duas recomendações do MPF no mesmo sentido. Não foram atendidos.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">O MPF aponta ainda potenciais impactos no conjunto de terras do <a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/575535-devastada-por-garimpo-e-doencas-povo-munduruku-comunica-fim-de-aldeia-indigena" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">povo Munduruku</a> das regiões do médio e alto <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Tapajós</strong>, nas terras dos <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">povos Panará</strong>, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Kayapó</strong> e <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Kayapó Mekragnotire</strong>, no sudoeste do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pará</strong>, e sobre seis terras indígenas no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong>, incluindo áreas de povos isolados e o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Parque Indígena do Xingu</strong>. Até o momento, os procedimentos para consulta, obedecendo os protocolos de cada povo indígena, ainda não foram iniciados.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Fora essa representação do MPF que está sendo analisada no TCU, existe uma <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI</strong> que tramita no Supremo Tribunal Federal (<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">STF</strong>) e que resultou na liminar que paralisou o processo de licenciamento. A ação, que será julgada em plenário, é respaldada na inconstitucionalidade da desafetação do traçado da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> dentro do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Parque Nacional do Jamanxim</strong> (<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">PARNA</strong>).</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">A exploração da Amazônia ainda é uma história sem fim. À medida que a tecnologia evoluiu ao longo dos últimos séculos, e especialmente agora, as riquezas da Amazônia satisfazem as necessidades cada vez mais complexas do consumismo e da economia mundial – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=A%20explora%C3%A7%C3%A3o%20da%20Amaz%C3%B4nia%20ainda%20%C3%A9%20uma%20hist%C3%B3ria%20sem%20fim.%20%C3%80%20medida%20que%20a%20tecnologia%20evoluiu%20ao%20longo%20dos%20%C3%BAltimos%20s%C3%A9culos,%20e%20especialmente%20agora,%20as%20riquezas%20da%20Amaz%C3%B4nia%20satisfazem%20as%20necessidades%20cada%20vez%20mais%20complexas%20do%20consumismo%20e%20da%20economia%20mundial%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IHU – Como esse projeto, o Ferrogrão Roadshow 2021 do ministro Tarcísio Gomes de Freitas atualiza a história de exploração na Amazônia? Que questões de fundo seguem sustentando ações como essas?</strong></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma Monteiro –</strong> A <a href="https://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/581406-a-favelizacao-da-amazonia-e-a-necessidade-de-repactuar-o-papel-da-floresta-na-economia-do-seculo-xxi-entrevista-especial-com-danicley-de-aguiar" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">exploração da Amazônia</a>, no meu entender, ainda é uma história sem fim. À medida que a tecnologia evoluiu ao longo dos últimos séculos, e especialmente agora, as riquezas da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong> satisfazem as necessidades cada vez mais complexas do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">consumismo</strong> e da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">economia mundial</strong>. Mesmo com a atual consciência que se disseminou sobre a importância da preservação ambiental para a manutenção do clima do planeta, não há como negar a ambição de empresas na exploração dos recursos naturais e principalmente das reservas de água subterrânea. Um estudo publicado pelo coordenador de sustentabilidade do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea</strong> no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Brasil</strong>, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">José Aroudo Mota</strong>, demonstra que os recursos naturais da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong> valem dois quatrilhões de dólares.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">A <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong> sempre foi e será objeto de cobiça, não só por sua rica biodiversidade e riquezas minerais, mas principalmente pela imensa reserva de água. Os <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">povos indígenas</strong> são os guardiões de toda essa riqueza e para mantê-la intacta é necessário preservar a floresta e manter as terras indígenas fora do alcance da ação de predadores na pele de grandes investidores e empresas nacionais e internacionais.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Eu batizei a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> de “<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">cereja do bolo</strong>” de um conjunto de projetos de infraestrutura ofertado desde <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Nova Iorque</strong>, passando pelas principais capitais da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Europa</strong> e depois pelos<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> Emirados Árabes</strong>. Dá para se ter uma ideia da importância dessa ferrovia para viabilizar a logística de exploração mineral, de exportação de madeiras nobres, e até de água, uma <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">riqueza sem precedentes na Amazônia</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><iframe allowfullscreen="allowfullscreen" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/wHJ181ksvoY" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" width="100%"></iframe></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">A <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> não estará sozinha nessa composição, ela é apenas o fio condutor, pois junto com ela e a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">BR-163</strong>, outros ramais de estrada de ferro estão previstos para interligar rodovias do norte do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong> no sentido oeste/leste, passando por <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Rondônia</strong> em direção à <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">hidrovia do Madeira</strong> até o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">rio Amazonas</strong>. Todos os governos brasileiros, ao longo da história, não deixaram de pensar em formas de exploração dos recursos naturais da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong>, acreditando que com isso transformariam o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Brasil</strong> na maior potência econômica do mundo.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">A Ferrogrão não estará sozinha nessa composição, ela é apenas o fio condutor, pois junto com ela e a BR-163, outros ramais de estrada de ferro estão previstos para interligar rodovias do norte do Mato Grosso no sentido oeste/leste, passando por Rondônia em direção à hidrovia do Madeira até o rio Amazonas – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=A%20Ferrogr%C3%A3o%20n%C3%A3o%20estar%C3%A1%20sozinha%20nessa%20composi%C3%A7%C3%A3o,%20ela%20%C3%A9%20apenas%20o%20fio%20condutor,%20pois%20junto%20com%20ela%20e%20a%20BR-163,%20outros%20ramais%20de%20estrada%20de%20ferro%20est%C3%A3o%20previstos%20para%20interligar%20rodovias%20do%20norte%20do%20Mato%20Grosso%20no%20sentido%20oeste/leste,%20passando%20por%20Rond%C3%B4nia%20em%20dire%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20hidrovia%20do%20Madeira%20at%C3%A9%20o%20rio%20Amazonas%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><h3 style="font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">O ouro e suas chagas</h3><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">E por falar em riqueza, quero dar um exemplo atual e triste. Entre 2019 e 2020 foram extraídas 30,4 toneladas de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ouro na Amazônia</strong>, das quais, 17,7 toneladas - ou 58,4% - saíram do Estado do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pará</strong>. Dali foram viabilizadas 5,4 toneladas de <a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/611095-quem-esta-por-tras-do-lobby-pelo-garimpo-ilegal-de-ouro-nas-terras-dos-munduruku" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">ouro ilegal</a>, sob falsa indicação de origem, ou seja, se descobriu que viriam de fora do local de lavra, de floresta intacta ou de local sem título de lavra. Mais ainda, 18% desse ouro ilegal no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pará</strong> tiveram origem na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Terra Indígena Munduruku e Kayapó</strong>, na<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> Bacia do Tapajós</strong>. <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Jacareacanga</strong> já tem o maior número de conflitos violentos no Pará.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Isso, sem a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong>. É dessa forma que o atual governo federal de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Bolsonaro</strong> não poupa esforços e estratégias, como o Roadshow internacional, para ofertar projetos de infraestrutura, modal hidroviário, rodoviário ou ferroviário que facilitariam o acesso à <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">exploração da Amazônia</strong> por empresas de capital privado especulativo. Essas riquezas como ouro, reservas de petróleo, ferro, alumínio, que podem beirar os US$ 20 trilhões, são objeto de cobiça da comunidade econômica internacional, das grandes potências e das multinacionais brasileiras. Essa exploração moderna da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong> é potencializada perigosamente, hoje, pelo aumento de compra de terras por estrangeiros, segundo o estudo do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ipea</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IHU – E nessa história de expropriação e destruição da região amazônica, quais os maiores projetos que, em nome de uma ideia de desenvolvimento, foram cruciais para grandes devastações?</strong></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma Monteiro –</strong> No meu último trabalho para uma organização suíça, fiz um resumo sobre como se iniciou a exploração da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong> desde que <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Cristóvão Colombo</strong> esteve pela segunda vez na América, entre 1493 e 1495, quando teve contato com a borracha e levou a notícia para a Europa. Foi o “start” para o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">primeiro ciclo de exploração da Amazônia</strong>, a partir de 1743, e depois, com o desenvolvimento do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">processo de vulcanização da borracha</strong>, no início do século XIX.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><iframe allowfullscreen="allowfullscreen" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/1txwh-CHU18" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" width="100%"></iframe></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">O <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">primeiro ciclo da borracha</strong> se deu de 1879 a 1912. Depois, com a necessidade de exportação da borracha, era preciso escoar a produção para fora da floresta, então, em 1907 começou a construção da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ferrovia Madeira–Mamoré</strong> para integrar o território ao resto do mundo, aproveitando o sucesso da borracha e a sua comercialização no mercado mundial.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><iframe allowfullscreen="allowfullscreen" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/xkmjyZs2blo" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" width="100%"></iframe></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Outra obra de infraestrutura que tinha o objetivo de, novamente, promover a ocupação do território e <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">integrar a região Amazônica ao resto do Brasil</strong>, se deu durante o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ciclo integracionista</strong> nos anos 1960. O chamado “vazio demográfico” foi a bola da vez, e a prioridade do governo da ditadura militar passou a ser a construção de rodovias, implantação de projetos de colonização agrícola, desenvolvimento da agropecuária e da infraestrutura para ocupar a floresta e levá-la à modernidade. O famoso “<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Integrar para não Entregar</strong>”.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Daí a ideia de construir a <a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/573712-transamazonica-45-anos-presenca-indigena-e-a-tabua-de-salvacao-da-floresta" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">rodovia Transamazônica</a>, que acelerou a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ocupação da Amazônia</strong> entre 1970 e 1991, que pulou de 4 milhões de pessoas para 10 milhões, além de promover a expansão agropecuária e o aumento do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">PIB</strong> na região. Mesmo assim, segundo o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IPAM</strong> do ano 2000, esse crescimento não resultou em índices melhores de analfabetismo ou renda popular. Faltam dados que demonstrem os impactos negativos para os povos indígenas, populações tradicionais e para a biodiversidade. Mas não há dúvidas com relação aos danos causados na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong> pela implantação da Transamazônica e depois, nos anos 1970, pela <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">BR–163</strong>, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Cuiabá-Santarém</strong> e pela <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Belém-Brasília</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><iframe allowfullscreen="allowfullscreen" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/8Io0WfKo0Qo" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" width="100%"></iframe></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Nessa esteira, a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">migração para o Pará</strong>, em especial na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">bacia hidrográfica do Tapajós</strong>, acabou por propiciar o ambiente ideal para a exploração dos recursos naturais e a corrosão crescente de todo o território. É impossível entender a história completa da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">exploração da Amazônia</strong> sem mencionar os impactos ambientais e sociais impostos pelo delírio integracionista da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ditadura militar</strong> brasileira no período de 1964 até 1985.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Tanto o Novo Código da Mineração como a Ferrogrão estão umbilicalmente ligados – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=Tanto%20o%20Novo%20C%C3%B3digo%20da%20Minera%C3%A7%C3%A3o%20como%20a%20Ferrogr%C3%A3o%20est%C3%A3o%20umbilicalmente%20ligados%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IHU – Enquanto isso, em outra frente, o atual governo segue adiante com o Novo Código da Mineração. Qual sua análise acerca de mais essa proposta do governo Bolsonaro?</strong></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma Monteiro –</strong> Não tenho dúvidas que tanto o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Novo Código da Mineração</strong> como a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> estão umbilicalmente ligados. O <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Novo Código da Mineração</strong>, que está tramitando no Congresso, pretende, na verdade, que os interesses comerciais minerários se sobreponham aos direitos das comunidades tradicionais e às leis ambientais. Com isso, o Estado, cujo papel principal seria o de regular a atividade, passa a transferir essa atribuição para as empresas e investidores. Esses são os agravantes que põem em xeque a legitimidade do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Novo Código</strong>, uma vez que o Estado praticamente sai de campo para que o poluidor pagador tome as decisões sem oposição dos órgãos regulatórios do setor.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Os interesses estão muito claros e se levarmos em conta o que está em jogo; fica clara a intenção de facilitar as regras para acesso a concessões de processos minerários. É preciso não esquecer que estamos lidando com uma riqueza infinita e que a maior província mineral do mundo, a <a href="https://www.ihu.unisinos.br/521685" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Província Mineral do Tapajós</a>, está localizada exatamente na região que será atravessada pela <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong>. Já pesquisei e escrevi muito sobre esse tema e a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Província Mineral do Tapajós – PMT</strong> e cada vez mais tenho certeza de que a Ferrogrão não tem esse traçado por mera coincidência. A PMT tem 100 mil quilômetros quadrados e é onde se encontra, também, o maior distrito aurífero do mundo.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Estudos indicam que podem ser retirados dali cerca de 1000 toneladas de ouro. Os indícios são gritantes: há presença de<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> garimpos</strong> na região e 300 pistas de pouso até o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">rio Tapajós</strong>. A logística é clara e basta juntar as peças do quebra-cabeças para entender que há mais interesses por trás da construção da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> do querem nos fazer crer. O <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">governo Bolsonaro</strong> nunca escondeu sua determinação (na campanha ele assumiu esse compromisso) de facilitar a mineração, inclusive em terras indígenas. No <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Departamento Nacional de Produção Minerária – DNPM</strong> tramitam 17.408 <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">processos minerários</strong> em análise, a caminho da exploração.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Para se ter uma ideia da importância da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">mineração</strong> para o governo brasileiro, a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Prospectors & Developers Association of Canada</strong> (<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">PDAC</strong>) realizou no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Canadá</strong> três eventos de ofertas de áreas para mineração, em 2019, 2020 e 2021, em que o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Brasil</strong> foi a “joia da coroa”. Oportunidade que o governo brasileiro aproveitou para convidar empresas multinacionais a investir em mineração, inclusive em terras indígenas, e nesse pacote foram disponibilizados financiamentos públicos para atrair grandes mineradoras. Mais ainda, foram ofertados 35 mil áreas e oito blocos para pesquisa mineral e, inclusive, áreas da província mineral do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Tapajós</strong>. <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mato Grosso</strong> e sul do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pará</strong> fizeram parte do cardápio com ofertas para os investidores de áreas na prov<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">íncia mineral de Alta Floresta</strong>, na<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> região dos rios Juruena</strong> e <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Teles Pires</strong>, rica em ouro, cobre, chumbo e zinco.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">O Novo Código Nacional de Mineração tem a assinatura do governo Bolsonaro para ampliar o acesso aos recursos minerais em áreas atualmente restritivas à mineração, principalmente em terras indígenas – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=O%20Novo%20C%C3%B3digo%20Nacional%20de%20Minera%C3%A7%C3%A3o%20tem%20a%20assinatura%20do%20governo%20Bolsonaro%20para%20ampliar%20o%20acesso%20aos%20recursos%20minerais%20em%20%C3%A1reas%20atualmente%20restritivas%20%C3%A0%20minera%C3%A7%C3%A3o,%20principalmente%20em%20terras%20ind%C3%ADgenas%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><h3 style="font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Mineração ilegal e a “legalização” forçada</h3><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Observemos, ao mesmo tempo, que a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">bacia do Tapajós</strong> tem a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">maior área de mineração ilegal do Brasil</strong>, com 4.700 pontos de garimpo (imagens de satélite), 3,8 milhões de hectares de Unidades de Conservação e 2,4 milhões de hectares de Terras Indígenas ameaçadas pela mineração de ouro, com <a href="https://www.ihu.unisinos.br/605005" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">presença de mercúrio e exposição crônica dos indígenas Munduruku</a>. Está em andamento um modelo de revisão regulatória e legal da indústria mineral brasileira. A <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Agência Nacional de Mineração – ANM</strong> pretende com isso reduzir a burocracia.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Além disso, o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES</strong> está criando mecanismos de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">suporte financeiro aos projetos de mineração</strong>. Nunca é demais repetir que, claramente, o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Novo Código Nacional de Mineração</strong> tem a assinatura do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">governo Bolsonaro</strong> para ampliar o acesso aos recursos minerais em áreas atualmente restritivas à mineração, principalmente em terras indígenas. Este eu considero o pior dos mundos.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Para concluir, devo acrescentar que no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">PDAC 2021</strong> foram realizados diariamente leilões de 5 mil áreas públicas de interesse para a mineração em cada edital e 35 mil áreas deverão ser integralmente ofertadas ao mercado até o primeiro semestre de 2022. Não esqueçamos que, em 2021, entrou em pauta, para aprovação, o projeto de desregulamentação e flexibilização da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">legislação ambiental brasileira</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-image-credits" style="display: inline-block; list-style: none; margin: 0px; padding: 40px 0px; width: 911.513px;"><img alt="" src="https://www.ihu.unisinos.br/images/ihu/2021/12/21_12_mineracao_tapajos.jpg" style="list-style: none; margin: 0px; max-width: 100%; padding: 0px;" /><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 12px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px; text-align: center;"> </p></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IHU – Que outros projetos de desenvolvimento e infraestrutura, mas que se convertem em projetos de destruição, estão em curso?</strong></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma Monteiro –</strong> Tenho que mencionar a <a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/609660-a-privatizacao-da-eletrobras-sera-o-golpe-do-seculo-por-luis-nassif" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">privatização da Eletrobras</a> e seus desdobramentos para a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong>. A aprovação da<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> MP da “privatização” da Eletrobras</strong> se deu em apenas 24 horas (lei 14.182/2021). O modelo adotado, fora do padrão que assistimos em outras privatizações, foi o de venda de ações na Bolsa de Valores, chamada de capitalização, que deve render aos cofres cerca de R$ 100 bi. O governo brasileiro tem 60% das ações, ficará com 45% e, apesar de não ser majoritário, terá o poder de veto, o que é chamado de “<em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Golden Share</strong></em>”.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Neste momento, 63% da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">geração de energia elétrica no Brasil</strong> se dá por <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">hidroeletricidade</strong>. No entanto, estamos vivendo uma grande <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">alteração no regime de chuvas</strong> com a <a href="https://www.ihu.unisinos.br/ihu.unisinos.br/78-noticias/613473-christovam-barcellos-o-modelo-exportador-de-soja-e-de-carne-deixa-pouco-para-a-populacao-local" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">maior seca dos últimos 90 anos</a>, o que criou uma condição para que os reservatórios das usinas ficassem excepcionalmente baixos e comprometessem a geração. Não podemos esquecer a saga da construção de hidrelétricas nos rios amazônicos e os impactos que criaram. O <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">projeto de privatização da Eletrobras</strong>, já aprovado no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Congresso</strong>, obriga a geração de 8 GW de energia de termelétricas ao longo de 15 anos, dos quais 2 GW sairão do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Norte do Brasil</strong> com a exploração de reservas de gás natural na Amazônia. Mais uma vez a Amazônia vai ficar com o ônus.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">O projeto de privatização da Eletrobras, já aprovado no Congresso, obriga a geração de 8 GW de energia de termelétricas ao longo de 15 anos, dos quais 2 GW sairão do Norte do Brasil com a exploração de reservas de gás natural na Amazônia. Mais uma vez a Amazônia vai ficar com o ônus – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=O%20projeto%20de%20privatiza%C3%A7%C3%A3o%20da%20Eletrobras,%20j%C3%A1%20aprovado%20no%20Congresso,%20obriga%20a%20gera%C3%A7%C3%A3o%20de%208%20GW%20de%20energia%20de%20termel%C3%A9tricas%20ao%20longo%20de%2015%20anos,%20dos%20quais%202%20GW%20sair%C3%A3o%20do%20Norte%20do%20Brasil%20com%20a%20explora%C3%A7%C3%A3o%20de%20reservas%20de%20g%C3%A1s%20natural%20na%20Amaz%C3%B4nia.%20Mais%20uma%20vez%20a%20Amaz%C3%B4nia%20vai%20ficar%20com%20o%20%C3%B4nus%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Contas feitas, isso equivale a um acréscimo de 25% de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">emissões de Gases de Efeito Estufa</strong> (<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">GEE</strong>); o projeto de privatização prevê, ainda, a contratação obrigatória de construção de<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> Pequenas Centrais Hidrelétrica – PCH</strong> para gerar 2 mil MW em regiões ambientais sensíveis, também na Amazônia, satisfazendo um interesse da empresa <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Brasil PCH</strong>. O projeto de privatização é tão inusitado que ainda deverá ser analisado pelo <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Supremo Tribunal Federal – STF</strong>. Alguns detalhes dessa privatização realmente chamam a nossa atenção, como o fato de que a exploração de gás natural para abastecer as termelétricas requerem a construção de gasodutos e, em se tratando da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong>, pode-se imaginar os impactos que não estão sendo considerados.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Há que se mencionar, também, que <a href="https://www.ihu.unisinos.br/610490" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">energia de termelétricas</a> é mais cara, e é preciso descobrir quem levará vantagens nesse modelo obsoleto. Não há dúvidas que empresas e investidores, políticos e parlamentares estão interessados na construção de gasodutos, linhas de transmissão e exploração de gás natural na Amazônia. Apenas um parágrafo da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">MP da privatização</strong>, aprovado em prazo recorde no Congresso, tem três páginas de “jabutis” (penduricalhos para satisfazer interesses políticos) onde estão listadas as obrigações da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Eletrobras</strong> pós privatização, a um custo estimado de R$ 400 bilhões para os consumidores.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><h3 style="font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Termoelétricas e seus efeitos</h3><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Exigir a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">construção de termelétricas</strong> que produzem <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">energia suja</strong> e ainda na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Amazônia</strong> é, em tempos de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">redução das emissões de GEE</strong> e às vésperas da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">COP26</strong>, no mínimo mais uma aberração do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">governo Bolsonaro</strong>. Os governos anteriores priorizaram as grandes hidrelétricas e deixaram de investir em energias limpas como solar e eólica, e agora este governo se aproveita das mudanças climáticas para priorizar a energia suja e cara das termelétricas.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Enquanto estamos preocupados com a pandemia, com vacinas, com a corrupção do Ministério da Saúde, infelizmente, muita coisa está acontecendo sem que os brasileiros tenham ideia do impacto que isso gerará nas suas vidas num futuro próximo – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=Enquanto%20estamos%20preocupados%20com%20a%20pandemia,%20com%20vacinas,%20com%20a%20corrup%C3%A7%C3%A3o%20do%20Minist%C3%A9rio%20da%20Sa%C3%BAde,%20infelizmente,%20muita%20coisa%20est%C3%A1%20acontecendo%20sem%20que%20os%20brasileiros%20tenham%20ideia%20do%20impacto%20que%20isso%20gerar%C3%A1%20nas%20suas%20vidas%20num%20futuro%20pr%C3%B3ximo%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IHU – Que caminhos podemos conceber, desde já, para frear e reverter esse estado de destruição ambiental e degradação social que temos vivido no Brasil?</strong></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma Monteiro –</strong> Antes será preciso <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">expurgar o governo Bolsonaro</strong>. Extirpar esse câncer que tem corroído a sociedade brasileira e minado a Democracia. O <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">retrocesso</strong> que vivemos nesses últimos três anos deve ter servido de lição para muitos brasileiros que se deixaram levar pelo canto da sereia de um governo fascista. A “<a href="https://www.ihu.unisinos.br/599838" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">boiada</a>” já está passando, como sugeriu o ex-ministro do Meio Ambiente, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ricardo Salles</strong>, e isso, por incrível que pareça, não está visível para a população.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">O novo ministro do Meio Ambiente, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Joaquim Álvaro Pereira Leite</strong>, que por mais de 20 anos foi conselheiro da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Sociedade Rural Brasileira</strong>, representante do setor do agronegócio, que apoia a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">frente Parlamentar Agropecuária</strong> da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">bancada ruralista</strong>, está dando continuidade ao trabalho do seu antecessor na calada da noite. Enquanto estamos preocupados com a pandemia, com vacinas, com a corrupção do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ministério da Saúde</strong>, infelizmente, muita coisa está acontecendo sem que os brasileiros tenham ideia do impacto que isso gerará nas suas vidas num futuro próximo. O <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Brasil</strong> está sendo rifado no exterior, e desta vez, voltando a uma de suas perguntas, somos nós que estamos oferecendo o país para a exploração. Sim, esse é um novo ciclo de exploração, principalmente da Am<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">a</strong>zônia.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><div class="news-citacao" style="border-bottom: 2px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 2px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: unset; font-size: 18px; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 1.7; list-style: none; margin: 30px auto; min-height: 140px; padding: 15px; width: 638.05px;"><div class="tweet-intent-box twitter-quote" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><p class="tweet-quote" style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Ainda sem a Ferrogrão, foram contabilizados, segundo levantamento recente, 2.576 focos de garimpo ilegal que atingem 17% das áreas protegidas e 10% das terras indígenas – Telma Monteiro</p><a class="button-tweet-intent tweet-intent" href="https://twitter.com/intent/tweet?text=Ainda%20sem%20a%20Ferrogr%C3%A3o,%20foram%20contabilizados,%20segundo%20levantamento%20recente,%202.576%20focos%20de%20garimpo%20ilegal%20que%20atingem%2017%25%20das%20%C3%A1reas%20protegidas%20e%2010%25%20das%20terras%20ind%C3%ADgenas%20%E2%80%93%20Telma%20Monteiro%20https%3A%2F%2Fwww.ihu.unisinos.br%2F615444-projeto-da-ferrograo-revela-novo-ciclo-de-exploracao-da-amazonia-entrevista-especial-com-telma-monteiro+via+%40_ihu" style="background-color: #fc6b01; border-radius: 20px; color: #fc6b01; display: inline-block; font-family: Lato, sans-serif; font-size: 12px; list-style: none; margin: 10px 0px; padding: 5px 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s; width: 100px;"><span class="fa fa-twitter tweet-intent" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: 1.3em; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: 1; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-rendering: auto; vertical-align: middle;"></span> Tweet</a></div></div><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">IHU – Deseja acrescentar algo?</strong></p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Telma Monteiro –</strong> Sim. Ainda sem a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong>, foram contabilizados, segundo levantamento recente, <a href="https://www.ihu.unisinos.br/614953-sem-fiscalizacao-da-anm-garimpos-fantasmas-legalizam-ouro-de-terras-indigenas-e-areas-protegidas" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">2.576 focos de garimpo ilegal</a> que atingem 17% das áreas protegidas e 10% das terras indígenas. A <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">mineração ilegal de ouro</strong> movimenta até R$ 28 bilhões por ano e a contribuição do garimpo para as taxas de desmatamento em territórios indígenas aumentou de 4%, em 2017, para 23% em junho de 2020 segundo o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real</strong> (<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Deter</strong>) <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">INPE</strong>.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;">Apenas para complementar, o governo federal prometeu disponibilizar R$2,2 bilhões de recursos federais para a futura concessionária da <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão</strong> para garantia de “riscos não gerenciáveis” atribuídos ao poder público.</p><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><h3 style="font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Leia mais</h3><p style="color: #666666; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 18px; line-height: 1.4; list-style: none; margin: 0px auto; padding: 10px 0px;"> </p><ul style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/595417-a-destruicao-da-soberania-brasileira-e-a-debacle-de-agendas-ambientais-nunca-vista-na-historia-entrevista-especial-com-telma-monteiro" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">A destruição da soberania brasileira e a debacle de 'agendas ambientais' nunca vista na história. Entrevista especial com Telma Monteiro</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/169-noticias/noticias-2015/544245-belo-monte-ainda-e-uma-triste-historia-sem-final-definido-por-telma-monteiro" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Belo Monte ainda é uma triste história sem final definido</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/169-noticias/noticias-2015/540694-os-custos-de-belo-monte-indicios-para-a-lava-jato-investigar-por-telma-monteiro" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Os custos de Belo Monte: indícios para a Lava Jato investigar, por Telma Monteiro</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/539341-estagnado-e-afundado-na-crise-energetica-governo-federal-segue-amarrado-aos-velhos-modelos-de-geracao-de-energia-entrevista-especial-com-telma-monteiro" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Crise energética. Governo federal segue amarrado aos velhos modelos de geração de energia. Entrevista especial com Telma Monteiro</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/615260-ferrograo-roadshow-2021-e-a-exploracao-historica-da-amazonia" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ferrogrão Roadshow 2021 e a exploração histórica da Amazônia</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/613350-empresas-internacionais-querem-tornar-possiveis-na-amazonia-os-projetos-da-ferrograo-ef-170-de-hidreletricas-e-hidrovia-na-bacia-hidrografica-do-tapajos" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Empresas internacionais querem tornar possíveis, na Amazônia, os projetos da Ferrogrão (EF-170), de hidrelétricas e hidrovia na bacia hidrográfica do Tapajós</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/603976-governo-se-recusa-a-consultar-indigenas-e-mpf-envia-representacao-ao-tcu-contra-a-ferrograo" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Governo se recusa a consultar indígenas e MPF envia representação ao TCU contra a Ferrogrão</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/188-noticias/noticias-2018/578597-governo-admite-que-custos-socioambientais-da-ferrograo-vao-sobrar-para-os-brasileiros-2" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Governo admite que custos socioambientais da Ferrogrão vão sobrar para os brasileiros</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/188-noticias/noticias-2018/578338-indigenas-e-ribeirinhos-exigem-consulta-antes-de-concessao-da-ferrograo" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Indígenas e ribeirinhos exigem consulta antes de concessão da ‘ferrogrão’</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/188-noticias/noticias-2018/576739-xinguanos-insistem-em-consulta-antes-da-concessao-da-ferrograo" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Xinguanos insistem em consulta antes da concessão da Ferrogrão</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/186-noticias/noticias-2017/573634-debate-sobre-ferrograo-exclui-indigenas-afetados-por-trajeto-e-pode-ser-anulado" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Debate sobre Ferrogrão exclui indígenas afetados por trajeto e pode ser anulado</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/186-noticias/noticias-2017/571211-povos-do-rio-tapajos-sao-atropelados-por-corredor-logistico-para-levar-soja-a-china-diz-estudo" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Povos do rio Tapajós são 'atropelados' por corredor logístico para levar soja à China, diz estudo</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/172-noticias/noticias-2012/511838-garimpo-invade-bacia-do-tapajos" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Garimpo invade bacia do Tapajós</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/noticias/515287-no-tapajos-complexo-de-hidreletricas-ameaca-indigenas-e-ribeirinhos" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">No Tapajós, complexo de hidrelétricas ameaça indígenas e ribeirinhos</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/590207-movimentos-denunciam-grandes-projetos-na-bacia-do-tapajos" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Movimentos denunciam grandes projetos na bacia do Tapajós</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/186-noticias/noticias-2017/564903-construcao-de-hidreletricas-no-tapajos-ameaca-botos" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Construção de hidrelétricas no Tapajós ameaça botos</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/170-noticias/noticias-2014/537338-tapajos-a-luta-pelo-rio-da-vida" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Tapajós – a luta pelo rio da vida</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/615397-estradas-e-politica-colocam-a-amazonia-em-perigo" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Estradas e política colocam a Amazônia em perigo</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/615319-em-novembro-desmatamento-da-amazonia-foi-de-249km" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Em novembro, desmatamento da Amazônia foi de 249km²</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/615115-estudo-desmatamento-na-amazonia-nao-traz-progresso-social" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Estudo: desmatamento na Amazônia não traz progresso social</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/615041-a-amazonia-ainda-e-considerada-colonia-por-esse-governo-afirma-dom-erwin-krautlera" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">“A Amazônia ainda é considerada colônia por esse governo”, afirma Dom Erwin Kräutler</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/615195-nota-do-cimi-autorizacao-do-governo-para-garimpo-em-areas-preservadas-e-temeraria-e-coloca-povos-indigenas-em-risco" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Autorização do governo para garimpo em áreas preservadas é temerária e coloca povos indígenas em risco, denuncia o Cimi</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/615028-garimpo-ilegal-avanca-em-terras-indigenas-e-em-unidades-de-conservacao" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Garimpo ilegal avança em Terras Indígenas e em Unidades de Conservação</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/614953-sem-fiscalizacao-da-anm-garimpos-fantasmas-legalizam-ouro-de-terras-indigenas-e-areas-protegidas" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Sem fiscalização da ANM, ‘garimpos fantasmas’ legalizam ouro de terras indígenas e áreas protegidas</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/614705-operacao-contra-garimpo-no-linhao-de-belo-monte-apreende-r-12-8-milhoes-em-minerio-extraido-ilegalmente-no-pa" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Operação contra garimpo no linhão de Belo Monte apreende R$ 12,8 milhões em minério extraído ilegalmente, no PA</a></li><li style="font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; line-height: 1.8; list-style: circle; margin: 0px 0px 0px 15px; padding: 0px;"><a href="https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/613868-com-receita-de-r-1-4-bi-maior-exportadora-de-ouro-do-garimpo-tem-cadeia-contaminada-por-metal-ilegal" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Com receita de R$ 1,4 bi, maior exportadora de ouro do garimpo tem cadeia contaminada por metal ilegal</a></li></ul></section>Telma Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06551099334568827743noreply@blogger.com0