Via Campesina realiza ocupações em 13 Estados contra transnacionais

Portal Terra

RIO - A Via Campesina, articulação que engloba movimentos como o dos trabalhadores rurais sem-terra (MST), dos atingidos por barragens (MAB) e dos pequenos agricultores (MPA), organizou hoje ocupações em 13 Estados em protesto contra a atuação de empresas estrangeiras no país.

As manifestações, que incluíram bloqueio de rodovias e estradas de ferro, ocupação de fazendas e fechamento de porto, fazem parte da 'Jornada de Luta da Via Campesina contra o modelo energético e econômico e contra as transnacionais', de acordo com nota oficial divulgada pelo MST. Os trabalhadores já realizaram protestos em Pernambuco, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Santa Catarina, Alagoas, Paraná, Tocantins e Rondônia.

No Espírito Santo, na Paraíba e em Pernambuco o alvo dos protestos foi a expansão da cana-de-açúcar. Cerca de 500 manifestantes ocuparam a área onde a empresa Infinity Bio-Energy pretende construir uma usina de cana. O grupo estrangeiro, segundo a Via Campesina, é dono de todas as usinas do norte do Espírito Santo. Outros 200 trabalhadores rurais ocuparam a Estação Experimental de Cana-de-Açúcar, vinculada à Universidade Federal Rural de Pernambuco e destruíram espécies de cana transgênica, além de dois hectares de área plantada do centro de pesquisa.

Em São Paulo, os manifestantes ocuparam uma fazenda da Odebrecht no município de Mirante do Paranapanema, contra a instalação de uma usina para produção de etanol. Na capital paulista, cerca de 600 trabalhadores rurais e integrantes da Assembléia Popular ocuparam prédio da Votorantim em protesto contra a construção da barragem de Tijuco Alto, no Rio Ribeira de Iguape, que corta os estados de São Paulo e Paraná.

A construção de usinas hidrelétricas gerou protestos em Rondônia, onde os manifestantes contrários às obras das usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, fecharam uma rodovia federal. No Paraná, cerca de 300 agricultores do MAB acamparam na hidrelétrica de Salto Santiago em protesto contra a transnacional franco-belga Suez-Tractebel, dona da barragem.

Os trabalhadores também protestaram contra o modelo energético e os preços de tarifas de energia elétrica com a ocupação da Usina Hidrelétrica de Itá, que também pertence ao grupo Suez-Tractebel, na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Também em Santa Catarina, cerca de 700 manifestantes distribuíram mudas de árvores nativas em protesto contra a empresa Klabin, que refloresta áreas com eucalipto e pinus para produção de papel e celulose.

Na Bahia, em Alagoas e no Ceará, os manifestantes reivindicaram a revisão do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco e de projetos hidrelétricos em benefício de grandes empreendimentos.

Em Minas Gerais, 500 integrantes da Assembléia Popular bloquearam a linha de trem da mineradora Vale, em Belo Horizonte, e ocuparam o plenário da Assembléia Legislativa para protestar contra os empreendimentos e ações da Vale no Estado. Uma ferrovia da Vale em Tocantins também foi bloqueada por atingidos pela barragem da hidrelétrica de Estreito, no município de Darcinópolis.

Agência Brasil

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