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Mostrando postagens de julho, 2010

Dardanelos e Belo Monte: a história se repete

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Nesta semana, as etnias Arara e Cinta Larga ocuparam as obras da usina de Dardanelos no rio Aripuanã, em Mato Grosso.  As pressões sofridas pelos indígenas com a construção da hidrelétrica, criminosamente ignoradas no processo de licenciamento, vieram à tona. À época da concessão das licenças, os impactos que hoje afetam as Terras Indígenas (TIs) em Aripuanã foram considerados como “de baixa importância e baixa significância”. Apesar de ocuparem 6.863 quilômetros quadrados, totalizando 27,40 % da área do município, as TIs receberam o status de Área de Influência Indireta (AII) nos estudos ambientais.   Telma Monteiro Em 1944 nascia o município de Aripuanã, no noroeste de Mato Grosso (MT), na margem direita do rio Aripuanã.  O rio Aripuanã corre paralelo ao Juruena, atravessa a divisa do Estado do Amazonas e vai desaguar no baixo curso do rio Madeira. A região de Aripuanã sempre foi marcada por conflitos entre garimpeiros e indígenas. O município foi idealizado  para ser colônia agr

Energia hidrelétrica não é limpa, nem barata

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‘A energia hidrelétrica não é limpa, nem barata’. Entrevista com Celio Bermann EcoDebate , 30/07/2010 O professor de pós-graduação em Energia do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP desmistifica os benefícios de o Brasil aproveitar o potencial energético dos rios da região Amazônica: “Belo Monte representa simbolicamente a possibilidade de transformar todo o territorio amazônico em um grande conjunto de jazidas de megawatts”. Célio Bermann foi assessor do Ministério de Minas e Energia durante os dois primeiros anos do governo Lula e se afastou em desacordo com o que considera desvirtuamento da política do governo para o setor. Crítico assíduo do planejamento energético brasileiro, Bermann não só rejeita a construção de usinas hidrelétricas como a de Belo Monte, mas propõe uma nova direção de desenvolvimento econômico para o país. Qual é a importância econômica da Usina de Belo Monte para o Brasil? Bermann: A importância da usina deve ser medida pela

Belo Monte: quem vai pagar essa conta?

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26/7/2010 Belo Monte: um monstro financiado. Entrevista especial com Roland Widmer   O projeto da usina Hidrelétrica de Belo Monte tem sido chamado por alguns críticos de faraônico. E isso não é só pelo seu tamanho e potencial, mas também pelos custos que vai gerar. E quem vai pagar essa conta ? Quem são os financiadores e que responsabilidades eles têm sobre os impactos que o projeto vão gerar? Essas são algumas das grandes questões apontadas por ambientalistas, economistas, indigenistas e outros estudiosos e pesquisadores. Recentemente, entidades que lutam contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte e suas consequências entregaram uma notificação aos financiadores da obra apontando que eles também têm responsabilidades sobre os danos que a obra vai causar. Segundo Roland Widmer , “a notificação informa que, no estado atual, o financiador se tornará responsável solidariamente

Rio Teles Pires: outra Sete Quedas poderá desaparecer

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A usina Teles Pires no rio do mesmo nome, na divisa do Pará com Mato Grosso, está planejada para ser construída num local chamado Sete Quedas. Um cenário maravilhoso de corredeiras poderá desaparecer para sempre. O Teles Pires junto com o rio Juruena formam o Tapajós. O Governo Federal está começando a nos impor o Complexo do Tapajós. Os estudos ambientais já estão sob análise do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), mas não estão disponíveis para a sociedade, ainda. A primeira Sete Quedas, no rio Paraná, foi destruída quando fizeram Itaipu. Agora estamos caminhando para a destruição da segunda Sete Quedas, a do rio Teles Pires. Pobres rios brasileiros! Foto: Sete Quedas, rio Teles Pires, local onde querem  implantar a UHE Teles Pires

Belo Monte: Governo Federal e empresas estatais são majoritários

Participação Minoritária do Setor Privado no Consórcio de Belo Monte Reflete Preocupações entre Investidores sobre Riscos Financeiros Mega-hidrelétrica considerada economicamente inviável em análise de cenários de risco Brasilia, D.F. - O anúncio feito na semana passada pela ANEEL sobre a composição da Sociedade de Propósito Específico (SPE) do consórcio que vai  construir a polêmica hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), revela uma falta marcante de presença do setor privado. O consórcio Norte Energia (1) formado por 18 membros é marcado pela ausência de grupos importantes do setor financeiro e da indústria de construção de barragens no país.  A participação do Governo Federal, direta ou indiretamente no consórcio (incluindo fundos de pensão de estatais) totaliza 77,5 por cento. A presença minoritária de investidores privados demonstra, entre outros fatores, preocupações com relação aos riscos financeiros da terceira maior hidrelétrica do mundo. A falta de entusiasmo

PCH Apertadinho em Rondônia: consórcio é responsabilizado pelo rompimento de barragem

Pequena Central Hidrelétrica de Apertadinho, em Rondônia, que rompeu em 2008, foi investigada pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. A responsabilidade é do consórcio formado pela Schahin Engenharia e Empresa Industrial Técnica (EIT). Os danos ambientais e o sofrimento de mais de duzentas famílias são consequências das falhas técnicas na construção e alterações no projeto, concluiu o relatório da comissão. Agora o Ministério Público deve tomar as providências cabíveis. Não é possível considerar esse desastre como acidente; é omissão criminosa tanto por parte da fiscalização dos empreendedores como dos órgãos governamentais responsáveis pelo licenciamento. (TM)

Belo Monte “caiu na boca do povo”

Telma Monteiro Tem havido um infindável número de artigos sobre Belo Monte. Eles vêm de todos os escaninhos da sociedade. Gente que nunca escreveu se revela, instigada pela polêmica, se é que se pode chamar de polêmica. Está mais para crueldade. Belo Monte está despertando a capacidade perdida de manifestação das pessoas. O efeito é positivo. Saímos do marasmo e do monocórdio futebolístico. A falta de manifestações é indicadora do quanto não nos aprofundamos nas grandes questões ou na simples decisões cotidianas. Desde comprar um celular novo, de última geração, até a escolha do fósforo que vai acender o carvão para o churrasco do final de semana. Como é importante que os escritos, em qualquer veículo na web, aflorem trazendo idéias e questionamentos que podem chegar às instâncias superiores. Em gente como o presidente da República ou os candidatos às próximas eleições. Diz um ditado que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Escrever, levantando dúvidas ou discordando,